quinta-feira, 30 de novembro de 2017

#86 PARQUE LINEAR TIQUATIRA

Olá, andarilhos. Tudo bem com vocês? Já estão se programando para o final de semana? Tem novidade chegando e estou doida para contar para vocês! E por causa dessa novidade, vou fazer a parte II de uma série de mais 5 posts sobre o meu bairro querido, a Penha.

O lugar de hoje talvez seja, o meu segundo lugar preferido da vida. Me faz lembrar de patins, bicicleta, sorvete e infância. Não via a hora de falar dele por aqui.
Vocês, andarilhos fora de SP, que leem o blog e que escutam que aqui não tem verde, saiba que é uma grande e verdadeira mentira.

Apresento o PARQUE LINEAR TIQUATIRA ou Engenheiro Werner Eugênio Zulauf. É o primeiro parque linear de São Paulo,que é uma linha reta, em seus 320.000 quilômetros quadrados. São 7 km de extensão. É bem grande. Dizem que começa em Itaquera e termina na Penha, outros dizem que começa na Penha e termina em São Miguel, não sei. Só sei que ele é enorme e sinto orgulho de morar em um lugar que tem algo assim para a diversão dos moradores.
Foi construído as margens do Rio Tiquatira, para ajudar na preservação do leito do córrego, além de garantir a arborização e ajardinamento do parque. Não sei muito bem se ajudou na preservação no Rio. Infelizmente, não posso mentir para vocês. Ele é bem poluído.
Eu poderia falar que ele é limpinho, florear aqui sobre o aspecto dele, mas e se caso algum de vocês resolver passar o dia no parque e ver algo totalmente diferente do que eu disse? Não vai ficar legal para mim. Verdade sempre, ok?

A fauna e a flora são maravilhosas. São mais de 100 espécies de árvores, entro cedros, cerejeiras, chorão, faveira, bambu-imperial e até o pau brasil que está ameaçado de extinção, espalhados em bosques, jardins e gramados.
Entre as espécies de seres vivos, já foram catalogados, sabiás, bem-te-vis, anu preto, joão de barro, bico de lacre, periquito-rico, garça branca grande e até morcegos durante a noite.

A vida noturna é bem intensa. Dos dois lados do parque, existe várias opções do que fazer e comer: restaurante árabe, hamburguerias, barzinhos, comida italiana, comida mexicana, churrascarias, frutos do mar, um hipermercado EXTRA, sorveterias e um namoródromo são as escolhas de quem prefere badalação.
Durante o dia, a prestação de serviços também é gigante, há escolas, um AMA ( hospital), o hipermercado, academias, concessionárias, pet-shops, postos de gasolinas, entre outros, irão te ajudar bastante, caso precise.
Já deu para perceber o quanto o parque é grande e o quanto tem milhões de coisas para se fazer ao redor dele, não deu?

Logo de manhãzinha, já vemos pessoas praticando o seu exercício matinal, praticando sua corridinha, sua caminhada, descansando e fazendo ginástica. Dá para levar o seu cachorro para passear também. Caso ele seja de grande porte e um pouco nervoso, será necessário levar a focinheira e a guia. Caso contrário, não será possível a caminhada com ele. São normas de circulação.

Outros atrativos do Tiquatira são a pista de cooper, campos de futebol, pista de skate, áreas de convivência, um anfiteatro aberto ( que poderia ser melhor utilizado ), um CEU, uma cancha de bocha, quiosques com mesas e bancos, além de sanitários.
O legal de tudo isso é que não precisa dar volta para ver tudo o que tem, é só andar reto. Acredito que cansa menos.

E o mais gostoso é que tem eventos fixos aos domingos e feriados: a Ciclofaixa de Lazer, com bicicletas para toda a família, daquelas bem grandonas e a Feirinha de Artesanato e Gastronomia que funcionam das 07h00 às 16h00.
Volta e meia, tem eventos para crianças com aqueles brinquedos infláveis gigantescos.

Então, pegue sua família com a criançada e façam os meninos andarem de bicicleta, patins e correr. Passeie com o seu cachorro. Pegue seu amor e ande de mãos dadas, tomando sorvete, observando o verde e as flores. Desconecte-se e entre em contato com a natureza. Não precisa ir tão longe para olhar a natureza. O Ibirapuera é legal, mas aprenda a conhecer outras coisas.


Verá o quanto é legal.

E reza a lenda que logo chegará o Metrô Tiquatira. Mais uma estação para compor a Linha Vermelha do Metrô. Mas, eu escuto isso há uns 5 anos e até agora, nada foi feito.

E decidi fazer mais uma série sobre a Penha porque apresentei o bairro para a digital influencer Monique Carmona. Quer saber o que aprontamos? Logo menos, saberão.

Para quem quiser chegar no Parque:

Av. Governador Carvalho Pinto, 1565/1567 - não há portões -Penha
Telefone: 11 2641 2712
Para quem vier de Metrô: Lotação Chacara Cruzeiro do Sul - 2716/10
1177-42 Engenheiro Goulart - Term. Pq.D. Pedro II
1177-51 Term. A. E. Carvalho - Term. Amaral Gurgel
1178-10 Sao Miguel - Pca. Do Correio
1178-42 Conj. Hab.Vl.Silvia - Pca. Do Correio
2041-10 Vila Nova Silvia - Term. Penha
2080-10 Cid. Kemel - Term. Aricanduva
211R-10 Jd. Das Oliveiras - Estação Da Luz
211V-10 Vila Paranagua - Estação Da Luz

É isso, andarilhos. Espero que tenham gostado da dica de hoje. É um lugar bem especial para mim. Me contem o que acharam. Comente, sigam e divulguem o blog.

Beijos, beijos, beijos!



sábado, 25 de novembro de 2017

#85 ROCK BREAK CAFÉ

Hello, andarilhos. Ótimo sábado a vocês! O que vão fazer hoje?


Livros, artigos vintage, CDS, discos, cenário de uma lanchonete americana que parece ter saído dos anos 1950, músicas antigas rolando, super heróis, muitos super heróis e quinquilharias de tudo quanto é tipo.
Parece ser incrível, não parece?

E é! Eu amo livrarias. Sou daquelas que ficam horas e horas dentro de uma. Não consigo ficar parada, quero ver tudo, andar por todos os lugares, ver revistas, gibis, folhear os livros, ver o que tem de legal na papelaria e fazer tudo e ao mesmo tempo, não fazer nada. Pareço uma doida.

E pode ser em qualquer livraria, sebos ou banca de jornal. Não importa. O lugar de hoje não tem nada dele falando na Internet. O que é realmente uma pena.
Talvez por ficar dentro do Shopping Itaquera, dentro da livraria Nobel. Ou seja, bem específico.

Apresento o ROCK BREAK CAFÉ. Isso mesmo. É um café geek, especialmente para os nerds de plantão. Quer coisa mais sensacional para uma pessoa culta, comprar um livro ou um gibi, tomando um café num ambiente super acolhedor, vendo um cenário fofíssimo com uma música gostosa, daquelas que sua mãe era adolescente? Essa é a proposta.

Imagino uma discussão de amigos sobre Marvel e DC, um jogo de RPG rolando, bate papos sobre xadrez, animes, mangás, comic cons, rock dos bons, música em geral, eletrônicos e muita zoeira.
Fiquei algumas horas ali gravando Stories que ficaram bem legais, por sinal. Eu estava encantada. Nunca tinha visto esse conceito na Nobel. Todas que eu conheço só tem a parte de livros. A do Shopping Penha, por exemplo, é minúscula.

Para mim, passar uma tarde ali, tanto sozinha, quanto acompanhada é maravilhoso. O ambiente inspira a ter assunto até dizer chega.




Em relação as guloseimas, ali não é caro, não. Comi 3 pães de queijo com um H20 por R$15,00 conto. As atendentes são super simpáticas e sorridentes. Só não tem WIFI, infelizmente.

Como o Natal está chegando e caso você ache que a Galeria Sogo ou a GEEK.ETC.BR, que eu já falei por aqui, muito longe, você pode optar por uma caneca do Capitão América, uma almofada da Mulher Maravilha, um livro dos Beatles, qualquer coisa do Star Wars ou simplesmente comprar livro e livros para o/a seu ou sua nerd ou geek favoritos.

E parabenizo a Nobel Livrarias por esse espaço tão bacana, tão fofo, tão cult, tão vintage e tão intimista.

E o local é de fácil acesso. É só pegar o Metrô ( linha vermelha ) e descer na Estação Corinthians - Itaquera.
Caso vá de carro ou ônibus:

Endereço: Avenida José Pinheiro Borges s/n
Telefone: 11 2040 3640 ( telefone do shopping e não da Nobel, ok?)
Horário de Funcionamento: Segundas -feiras aos Sábados: Das 10h00 às 22h00 // Domingos e feriados: 11h00 às 22h00 ( praça de alimentação ) - Das 14h00 às 22h00 ( lojas)




Então, é isso, andarilhos lindos. Vão conferir o ROCK BREAK CAFÉ, tome uma Coca Cola, questione se o Stan Lee é o vovô mais legal do mundo, confira os livros sobre música, série e TVs e me digam o que acharam dos clipes que rolam na TV de lá. Estou esperando.

Beijos, beijos, beijos!

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

#84 PATEO DO COLÉGIO

Oi, oi, andarilhos! Vocês estão bem? O que vão aprontar no fim de semana?


Quando comecei o blog e achei que deveria mostrar uma São Paulo diferente e através do meu olhar, a intenção era falar o menos possível dos pontos turísticos, dos cartões postais e dos lugares mais visitados pelas pessoas. Quando levei essa proposta para a minha pós graduação de Gestão em TV, entendemos que tinha já uma galera grande indicando as mesmas coisas e falando sobre os mesmo lugares sempre! Eram as mesmas fotos, com os mais diversos ângulos e tamanhos e o meu projeto aborda lugares menos conhecidos, menos visitados e que ficasse mais concentrados em zonas que poucos se interessavam em ir.
Mas, com o blog se tornando conhecido, com uma visualização gigantesca de boa parte do mundo ( EUA, Ucrânia, Canadá, Rússia, Peru, Japão, entre outros), não tem como não falar desses cartões postais que são lindíssimos, por sinal.
Acredito que quando os gringos procuram por São Paulo na Internet, vão correndo procurar sobre os lugares mais famosos, mas São Paulo é uma infinidade de detalhes e lugares desapercebidos. Não é só no Centro que a vida pulsa. Estou aqui para mostrar esse outro lado.
Mas, hoje, conhecerão algo histórico.

Onde tudo começou. Onde a cidade começou a dar seus primeiros passos e suspiros. Apresento o PÁTEO ( OU PÁTIO ) DO COLÉGIO. Mas que colégio é esse?


O Pateo é um sítio arqueológico e a primeira construção erguida em na cidade. Em janeiro de 1554, os padres Manoel da Nóbrega, José de Anchieta e outros jesuítas chegaram aqui, a pedido de Portugal para catequizar os índios que aqui viviam. Eu fico me perguntando por que é que não deixaram esses índios em paz. Era tão difícil deixá-los curtindo Tupã e seus outros deuses?
Mas, acho que sem isso, não haveria história.
Então, nesse dia, foi realizada a primeira missa que oficializou o colégio jesuíta. E assim, nasceram o colégio e a igreja.
Cacique Tibiriçá, um dos fundadores da Cidade de São Paulo, foi muito importante para a construção da obra. Seus restos mortais estavam preservados na cripta que tem ali, mas foi remanejado para a Catedral da Sé. Acredito que seja por preservação. O metrô passa por debaixo e obviamente, tem tremores. Não dava para continuar ali.
A obra é feita através de taipa de pilão ( barro, argila, areia, etc...), construída pelo padre Afonso Brás, um dos precursores da arquitetura brasileira.
Em 1640, esses jesuítas foram expulsos daqui para impedir que os indígenas fossem escravizados, mas eles voltam treze anos depois e só em 1711, São Paulo se torna oficialmente uma cidade.
Já foi Sede do Governo, servindo de posse do governo após a expulsão dos Jesuítas, mudando o nome para Largo do Palácio. Devido a intensas reformas, o lugar ficou um pouco descaracterizado, mas em 1881, a fachada foi remodelada e abrigou a primeira sede dos Correios de São Paulo.
Há fragmentos de uma parede original de 1585, na época do antigo colégio. A primeira igreja foi demolida em 1896, o Palácio dos Governadores em 1953, até chegar no formato que conhecemos hoje, em 1979.




              *MUSEU ANCHIETA

Vale muito a pena passar uma tarde ali. O jardim é belíssimo, dá para tirar muitas fotos dele e do museu e na parte de trás, conseguimos ver, bem de longe, o Museu Catavento ( tem post dele por aqui também, é só conferir).
O museu mostra como São Paulo foi construída. Nos oferece um acervo gigantesco ( com textos, mapas e maquetes) de como a cidade evoluiu. Na primeira parte, há uma maquete de SP de como ela era sem aqueles arranha-céus espalhados era completamente cercada pelos rios da época.
O museu possui seis salas, sendo uma dedicadas a arte sacra de estilo barroco, remanescentes do século 19.
As esculturas são lindíssimas. Os detalhes são perfeitos. Não tem como não ficar horas ali admirando, mesmo se não for católico. Aproveite que eles não deixam tirar foto de nada e perceba a riqueza do material. São relicários, crucifixos, roupas, oratórios, entre outros.
Preste atenção no baldaquino. Não sei muito bem para que serve um desses, mas acho que é o item mais bonito do acervo.
A Pinacoteca é pequena, tem apenas 12 telas dos séculos XVII, XVIII e XX. A sala acende sozinha. Me assusto toda vez.
Há uma pia batismal pendurada que representa a missão dos jesuítas com os índios. Sério, fico imaginando a cara dos índios quando os padres chegaram aqui. Algum professor de história por aí sabe me dizer se eles ficavam a vontade com tudo isso?

Muitos chegam no Páteo, ansiosos para conhecer a Cripta que em uma época, figuras religiosas, inclusive o do Cacique que estavam enterradas. Mas, por questões de segurança à preservação dos corpos e por respeitos, eles foram designados a um ossário que, infelizmente, não é aberto ao público. Então, tem uma parede com dados cronológicos e a parede original da época.
A Cripta é aberta de hora em hora, durante 20 minutos. Sei lá, acho que esse tempo deveria ser aumentado, acho que contar a história de São Paulo em 20 minutos considero um pouco de preguiça.

Ainda há a Biblioteca Padre Antônio Vieira que foi inaugurada em abril de 2002, com mais de vinte mil títulos catalogados cujos temas são Literatura, Viagens, História Geral e do Brasil, Filosofia, Artes, Catolicismo, entre outros.
Caso queira pesquisar algum livro ou tema, só é possível fazer no local. Não há empréstimo de livros..

Outra coisa muito bacana, é o Café do Páteo. Para você que quer descansar, fazer hora, encontrar os amigos, tomar um café ou simplesmente almoçar, ali é maravilhoso descansar.
A torta de amora é uma delícia, mas está em falta. Comi pela primeira vez, em 2010. Se caso você quiser deixar seu rim ali, é só pedir pelo almoço. Um nhoque com abóbora não sai por menos de R$35. Eu acho caro.
É uma delícia comer e escutar o som dos passarinhos ao redor e estar conectado com a natureza.

E para quem quiser escutar as missas, elas acontecem toda terça-feira, ao meio dia e aos domingos, ao meio dia e meia. Acredito que seja um programa diferente.

Então é isso, andarilhos lindos. Contar a história do Páteo é contar séculos e séculos de história. Resumir tudo isso é algo trabalhoso, mas contar um pouquinho de como São Paulo começou a existir e sentir essa história é sua, exclusivamente sua é tão bom. Nós fazemos parte disso.
Vá descansar e respire fundo, sentado ali, pensando em nada ou em tudo.

Para quem quiser conhecer:

Endereço Largo Pateo do Colégio, 2
Telefone: 11 3105 6898
Horários de Funcionamento: Terças-Feiras aos Domingos: Das 9h00 às 16h30 // Não abre à segundas-feiras
Site do estabelecimento: https://www.pateodocollegio.com.br
Ingressos: R$8,00 ( inteira)
Meia - entrada: R$4,00

Além de intérprete de Libras, há informações em braile e acesso fácil a cadeirantes e pessoas com necessidades especiais



Durante 4 anos trabalhei ali perto. Os sinos da Igreja do Pátio sempre indicavam 9h00 e era um jeito dele me dizer que eu sempre estava atrasada. Era bom ouvir o sino todos os dias.

Bom, andarilhos. Espero que tenham curtido e vá conhecer esse lugar único, histórico e que é um patrimônio histórico importantíssimo para a nossa cidade e o nosso país.
Um dos meus lugares favoritos. Pegue sua musiquinha e divirta-se.

Para onde irei agora?

Beijos, beijos, beijos!












sábado, 18 de novembro de 2017

#83 CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL

Olá, andarilhos! Um ótimo sábado a vocês! O que vão fazer hoje? Se liguem por aqui. São 83 dicas fantásticas para andar por aí e ser feliz.


Um das coisas que me deixam triste e irritada ao mesmo tempo é alguém virar para mim e falar que São Paulo não tem nada para fazer, que é feia, que não é colorida e que praia de paulistano é shopping.
Não queridos, praia de paulista é Ubatuba, Santos, Praia Grande, Caraguá e etc.. Caso eu queira ir para a praia é só descer para esses lugares que ainda fica em São Paulo. Enfim, São Paulo não precisa de praia; precisa de cultura, precisa de arte, precisa de gente consciente e inteligente para fazer essa cidade se tornar o que é de verdade.

Enfim, momento desabafo feito. É hora de mostrar um dos lugares mais bonitos que a cidade tem e um dos pontos turísticos daqui. Eu evito um pouco falar sobre os cartões postais, mas precisa, né?
Não sei dizer se é um dos meus lugares favoritos, mas eu curto bastante.

Apresento o CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL, também conhecido como CCBB para os íntimos. Foi inaugurado como centro cultural em 21 de abril de 2001. É relativamente novo.
De acordo com uma publicação inglesa, é a quinta instituição cultural mais visitada do país e a 69a mais visitada do mundo. Muito legal isso.
São mais de 4000 metros quadrados distribuídos em cinema, teatro com capacidade de 130 pessoas, auditórios, salas de vídeo, um café lindíssimo e uma bomboniere.

O edifício é extremamente antigo, foi construído em 1901 e comprado pelo Banco do Brasil em que funcionou de 1927 até 1996. Era o único banco com sede própria, até então.
O prédio, ali no Centro de São Paulo e as ruas em volta são recheadas de uma história riquíssima que envolve barões de café, principal produto exportação daquela época, preocupadíssimos com o mercado imobiliário.

A ideia de transformar o Banco em um Centro Cultural, começou a ser pensada em 1992, depois que a agência bancária parou de funcionar devido o congelamento de depósito de clientes na época do Plano Collor. Só quem é dessa época, sabe o que o Plano Collor significou. Pergunte aos seus pais ou para seus avós.

Sua arquitetura é simplesmente fantástica. De técnicas francesas, caracteriza um período arquitetônico do século XX. O espaço mescla estilos Art Noveau ( motivos florais ) e características Art Decò ( figuras geométricas ). Preste muita atenção na entrada e nos lustres. São perfeitos. Carregue bastante a sua câmera, se tiver ou o seu celular e tire bastante fotos.

O Centro Cultural foi tombado em 2004 e desde então, pouca coisa foi alterada, apenas reparos técnicos como equipamentos elétricos, instalação de elevadores, entre outros...

Você irá andar bastante... Aproveite para relaxar, tomando um café olhando o movimento e comprar souvenires na lojinha que tem ali. Tem coisas bem bacanas. Todo museu que eu vou, faço questão de comprar pelo menos, um lápis.

Uma coisa bem incrível que o espaço está oferecendo é a exposição da artista paulistana Amélia Toledo de 90 anos de idade. "Lembrei que eu esqueci " expõe pinturas, esculturas e instalações divididas em blocos com materiais inusitados como pedras, vidros e algodão, trazendo materiais temáticos. A exposição está nos 4 andares do Centro Cultural, além do subsolo, onde fica o cofre. Eu morro de medo desse cofre, me dá pânico, fico pensando em que alguém pode me fechar lá dentro. Só entro acompanhada e mesmo assim, me causa desconforto.
As pedras são lindas e algumas peças podem ser tocadas. Eu já comentei o quanto eu amo museu interativo, não disse? Sou muito sensorial e eu preciso ver com as mãos tudo aquilo que está minha frente.
A exposição trata obras e peças da artista, ao longo de 60 anos de trabalho. Vale a pena conferir.
Só a arte pode nos livrar e nossas amarras e ter o pensamento livre e despido de qualquer preconceito, julgamentos e pudores.
Arte salva, arte é vida, arte pulsa, a arte precisa existir.

Então, é isso  andarilhos. Pegue uma tarde e conheça esse lugar com uma beleza arquitetônica ímpar e encha sua bagagem de conhecimento, cultura, arte e diversão. Depois, vá tomar o seu cafezinho naquele ambiente charmosíssimo, olhando aqueles edifícios com milhões de anos de história.
Caso você não for de São Paulo, há um CCBB no Rio de Janeiro, no Distrito Federal e se eu não me engano, em Minas Gerais também.

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Próximo ao Metro Sé ou São Bento.
Horário de Funcionamento - De quartas-feiras às segundas-feiras: Das 09h00 às 21h00 - Terças-feiras não funciona.
Telefone: 11 3113 3651
Sie do estabelecimento: www.centroculturalbancodobrasil.com


Espero que vocês tenham gostado da dica de hoje e aproveite tudo aquilo que o Centro oferece de melhor.

Beijos, beijos, beijos!

























quinta-feira, 16 de novembro de 2017

#82 LARGO DO AROUCHE

Olá, andarilhos. Tudo bem? Como foi o feriado? O meu foi bem puxado. Logo menos, estará por aqui.

Eu adoro andar e descobrir novos lugares, novas paisagens, novas cores... enfim, não é à toa que o nome do blog é "Somos Andarilhos". Mas, não é por que eu ando que eu conheço tudo. Estou redescobrindo a minha cidade e andar fotografando foi o jeito que eu encontrei.

O lugar de hoje eu não conhecia de fato, só de nome, por causa do seriado " Sai de Baixo" da TV Globo que foi transmitido há 20 anos atrás.
E não marquei de ir até lá. Foi sem querer. Eu tinha compromisso e como eu estava adiantada, resolvi andar, até que vi...

Apresento o famoso LARGO DO AROUCHE.

Vejo muitos relatos de que a região é tranquila e pela meia hora em que eu fiquei ali, observando, tirando as fotos, é bem tranquila mesma. Claro que dá medo de sacar o celular do bolso, mas não vi nada demais.
Seu nome é em homenagem ao tenente-general José Arouche de Toledo Rendon, que se formou em Direito em Portugal e também por ser o diretor da primeira faculdade de Direito de SP.
Ele foi muito importante em sua carreira militar e jurídica, além de fazer a demarcação da Cidade Nova ( marcos formados a partir do rio Anhangabaú que hoje conhecemos por causa dos bairros Santa Cecília, Vale do Anhangabaú e a Praça da República) e por causa das plantações de chá nos arredores.
Antes de ser conhecido como Largo do Arouche que foi alterado só em 1913, teve outros nomes como Tanque do Arouche, Praça da Alegria , Praça da Legião, Praça Alexandre Herculano, etc...

Há várias esculturas ao redor. Tem uma do Victor Brecheret lindíssima que eu ia tirar fotos, mas tinham 4 seres humanos sentados nela, então fiquei morrendo de vergonha de pedir para sair. Achei um pouco de folga minha. Então deixei para lá e depois me arrependi. Se eu trabalhasse em um jornal e esse jornal dependesse dessa foto, com certeza, eu seria demitida.

Desde 1953 foi transformado do Mercado das Flores e ficou conhecido como a Praça das Flores. Sinceramente, o que eu vi, foi uma floricultura bem grandinha, mas nada que dê o nome de Praça das Flores. Sei lá, não tem muito sentido. No bairro da Liberdade, bem em frente a Catedral da Sé, tem uma igualzinha.

Eu gostei mesmo do que nos arredores e quero voltar para investigar melhor. Falando isso, parece que eu sou detetive, mas gosto de descobrir as coisas.
Vale também pelos edifícios antigos que são lindíssimos, mas que precisam urgente de restauro. Vale tirar algumas fotos.
Tem vários bares que devem lotar durante à noite/madrugada. Como estou longe de ser boêmia, essa parte eu passo para quem curte.
A comunidade LGBT e todo o restante do alfabeto, frequenta bastante o local, abrangendo boates, lojas e encontro para grandes eventos. Fico imensamente feliz que a comunidade esteja encontrando o seu espaço cada dia mais para lutar contra um preconceito descabido, sem sentido e completamente fora de moda. Tanto que em 2015, a Prefeitura de SP ( PELO AMOR DE DEUS, VOLTA HADDAD), instalou o Centro de Cidadania LGBT do Arouche.

E em volta da Praça, há a Academia Paulista de Letras que funciona até as 17h00, o hotel São Raphael que organiza muitos eventos para turistas e o restaurante La Cassarole, além da floricultura. Se caso o seu amor for uma pessoa romântica, vale a pena almoçar por ali e comprar um buquê gigantesco. Se a pessoa for como eu, vai deixar as flores de lado. Prefiro chocolate.

Também tem áreas culturais como o Cine Arouche que eu não conheço, o sebo Cruzeiro do Sul, teatros, além de vários estabelecimentos que fazem prestação de serviços como chaveiros, xerox, bancos, etc...

Entonces, é isso. É um lugar para um merecido descanso e passear em sua hora do almoço, além de ser romântico.
Vale a pena conhecer tudo o que o Largo oferece. É só escolher.

Endereço: Largo do Arouche, s/n - Metrô República. Caso ache complicado chegar, é só pedir informações para os agentes de metrô.

Vão e depois me contem como foi. Combinado?

Beijos, Beijos!








sábado, 11 de novembro de 2017

#81 SHOPPING METRÔ ITAQUERA

Olá, andarilhos. Um ótimo sábado para vocês! Não sabem o que fazer esse fim de semana? Se liguem no blog que tem 82 dicas do que fazer, onde ir, onde comer, etc...

Eu estou careca de dizer por aqui que eu não suporto shopping. Quando alguém me convida para sair e me pede sugestões, jamais vou pedir para ir em algum, mas enfim, eles existem, estão aí, são mais de 100 espalhados pela cidade, as pessoas amam fazer esse tipo de passeio e eu não sou ninguém para mudar esse comportamento. Não posso ser arrogante e pensar que eu tenho esse tipo de poder.

Apresento o SHOPPING METRO ITAQUERA. Como eu sempre priorizo a Zona Leste, acho que é legal as pessoas conhecerem. Ainda mais por causa do que tem ao redor dele e que facilita a vida e muito: o Poupatempo e a Arena Corinthians, o famoso Itaquerão. Acredito que com a construção do estádio e a abertura da Copa do Mundo em 2014, tenha revitalizado o bairro.

O Shopping nasceu em dezembro/2007 e já nasceu grande, devido ao fluxo de pessoas. Não costumo frequentar muito. Há alguns anos atrás, fui ao cinema com o andarilho e tinha até pessoas ouvindo jogo do Palmeiras em um radinho de pilha. Não entendo como um pessoa gasta dinheiro dessa forma. Melhor ficar em casa.
Por causa disso e também da movimentação, com pessoas esbarrando em você, decidi que não iria mais.
Foram vários anos sem pisar ali. Até que fui obrigada a voltar novamente e eis que o shopping me surpreendeu. O shopping cresceu e há uma coisa que me deixou imensamente feliz: serão 3 livrarias. O povo de Itaquera descobriu a leitura. Isso é maravilhoso. Se não tivesse descoberto, não haveria a necessidade de 3 livrarias dentro de um mesmo shopping. Concordam?
São mais de duzentas de lojas. Para um lugar que estava carente de comércio, o shopping foi extremamente importante para o crescimento do bairro. E agora em Outubro, após mais uma revitalizada, foram inauguradas muitas lojas novas.
O que eu vi foram duas praças de alimentação gigantescas. Uma em cada andar.


Além disso, o shopping oferece muitos serviços como:

- Fraldário, devidamente equipado sala de amamentação, sala de papinha, banheiro família e empréstimos de carrinhos de bebê;
- Drogarias;
- Pontos de Táxi,
- Estacionamento pago com preços que variam durante a estadia. Acho que todos os estacionamentos são assim, né?

Enfim, o Shopping completou 10 anos esse ano e com cerca de 60 mil pessoas ao dia. É gente demais. E com essa revitalização toda, me faz pensar que o meu querido Shopping Penha está ficando para trás. Há anos, eu não vejo nada de muito novo.
Só falta um Starbucks para tudo ficar completo. O mais legal é que os preços são acessíveis e que atendem muito bem os habitantes da região. Não é como eu vi certa vez no shopping JK Iguatemi, uma vestido que eu poderia muito bem ter comprado no Brás por R$30 reais, com o valor de R$5.000 em promoção. Um dia, pretendo contar essa história melhor a vocês.
E eu acho que o shopping ficou bem bonito.

Então é isso, andarilhos. Vão lá conhecer e me digam o que acharam. Você andará cerca de 2 horas e meia até conhecer o shopping todo. Foi o tempo que eu marquei.
Mas, chega de ficar em ambientes fechados, né? Precisamos ter criatividade e fazer coisas diferentes.

Endereço: Avenida José Pinheiro Borges s/n
Telefone: 11 2040 3640
Horário de Funcionamento: Segundas -feiras aos Sábados: Das 10h00 às 22h00 // Domingos e feriados: 11h00 às 22h00 ( praça de alimentação ) - Das 14h00 às 22h00 ( lojas)
Site do Estabelecimento:  http://www.shoppingitaquera.com.br/Shopping

Vejam a programação de Natal. Combinado?

Espero que vocês tenham curtido e me contem o que acharam, ok?

Beijos, beijos, beijos!






quinta-feira, 9 de novembro de 2017

#80 MUNDO PÃO DO OLIVIER

Hello, andarilhos. Tudo certinho com vocês?


Nada melhor do que sair para comer, não é verdade? Comer quando se está com fome é melhor ainda. Não à toa que São Paulo é uma das principais capitais gastronômicas do mundo. A cada canto que se vai, sempre tem uma padoca, um bar, um restaurante, uma pizzaria, um carrinho que vende tudo, foods trucks ou um boteco para nos deixar felizes.

Hamburguerias estão na moda, barbearias com comidinhas também e padarias cheias de comidas boas também.

O lugar de hoje tem como dono um cara famoso e que eu gosto muito. O chef francês Olivier Anquier, que só por amar o Brasil, dirigir um Fusca, ter sido casado com a Débora Bloch
e ter um sotaque engraçado, já faz dele uma pessoa incrível.

Apresento o MUNDO PÃO. É uma espécie de padaria gourmet e o lugar é novinho em folha. Foi inaugurada em junho desse ano.
Como eu amo PÃO, amo comer, fui experimentar o que tinha de legal ali dentro. As receitas são especiais, são de família, formulas exclusivas e a ideia de escolher suas coisas como um self service.
Eu não sabia, mas a padaria fica no térreo do edifício Esther.

Confesso que fiquei um pouco decepcionada com o lugar. Para quem tem uma Requinte disponível do lado de casa, achei o MUNDO PÃO pequena demais e não tem muitas opções disponíveis. Na Requinte, tem uma variedade imensa com tudo o que você possa imaginar. Desde pães, pizzas, bebidas até doces de tudo quanto é jeito.
Eu tento fazer dieta. Quando fui procurar algo que não pudesse estourar minhas calorias diárias, não encontrei. Fiquei, pelo menos, uns 20 minutos, olhando bobamente para o que poderia escolher. Sério, 20 minutos.
No fim eu encontrei um trança de azeitona que era bem grandinha e um H20. Troquei de lugar diversas vezes. Não estava gostando de nenhum, então resolvi sentar perto da janela.
Já escutei relatos de pessoas que não sabiam o que fazer quando chegavam ali dentro. Pois não sabiam se tinha cardápio, se tinha que sentar na mesa e esperar algum garçom chegar, se já era para fazer o pedido direto no caixa.
Eu não fiquei perdida não. Era só seguir o fluxo e ver as poucas opções self services que tinha disponível. Tem muito croissant, mas eu não gosto, então fiquei meio desesperada, até que essa trança de azeitonas surgiu e me salvou. Resolvi ficar no H20 mesmo. Ao todo, foram R$12,00. Não achei caro.

Há dois tipos de sanduíches e dá para pedir no caixa: o lanche de rosbife de porco ou suíno e quiches. Se você curte um café, tem máquina Nespresso. Acho bem estranho lugares como esse, possuir máquina Nespresso de café. Acho que essa máquinas servem para escritório, em sua casa, mas não para uma padaria gourmet.

Um dos segredos do chef, é a aposta de fermentação longa. Ele deixa fermentar por 72 horas em uma massa bem fina.
Além dos croissants serem feitos dessa forma, h´a outros sabores como azeitona, escarola e nozes.

O carro chefe de doces, são suas MADELEINES, receita utilizada por ele e sua mãe. Ao invés de manteiga ser utilizada, é a coalhada que faz parte da receita.

Por morar no centro, Olivier Anquier sempre dá uma passada por lá para ver como estão as coisas. Pode ser que você tenha a sorte de encontrar com ele no dia em que você for. Eu não tive essa sorte.

Uma coisa que eu sempre me atento, em todos os lugares que eu vou e que eu já disse diversas vezes por aqui.
Todos os funcionários, absolutamente todos, são negros. Ok, eles estão trabalhando, mas gostaria muito de não vê-los mais, limpando o chão, esfregando mesas. Sonho em uma dia em que eles possam estar em um cargo melhor. Que oportunidades melhores venham até eles.
A atendente que falou comigo era muito simpática, mas quase não olhou para mim e falou baixo. Mas, não era timidez. Não gosto de me sentir superior aos outros. Eu só fui comer uma trança de azeitona e um H20. Sei muito bem o que é timidez, gente.
Eu esqueci de perguntar o nome dela, mas se um dia eu for de novo, quero ser atendida pela mesma pessoa.
Já falei diversas vezes sobre essa discriminação que me incomoda. Leiam o post do Aparelha Luzia e o post do Museu da Casa Brasileira. Ainda sonho com o momento que de, fato, nos sentiremos todos iguais e seremos tratados como irmãos.

Bom, andarilhos. É isso. MUNDO PÃO é um lugar ok. Queria conhecer, conheci e não sei se volto por vontade. Sabe quando você não sabe onde comer e quer referências? Não seria ali. Só se eu estiver passando por perto e estiver com fome. Caso contrário, é bem passável. Tem inúmeros lugares melhores e mais legais para se ir.

Como eu gastei 12 reais, acho que sozinho, você não irá gastar tanto. O que vale mesmo é a paisagem.



Endereço: Rua 7 de Abril - loja 1 - Edifício Esther
República
Horário de Funcionamento: Segundas- feiras às Sextas- Feiras: Das 07h00 às 20h00 // Sábados, Domingos e Feriados: Das 8h30 às 19h00
Telefone: 11 31203521





Depois me contem como foi e o que acharam da comida, combinado????

Beijos, beijos, beijos!


domingo, 5 de novembro de 2017

#79 JARDIM DA LUZ

Olá, andarilhos. Tudo bem com vocês? Uma excelente semana a todos.


Quando resolvi conhecer São Paulo melhor, não tinha me dado conta a quantidade de parques que existem na cidade. Não costumava prestar atenção em árvores, em flores, em mato ou em botânica. Sempre fui muito urbana, continuo não gostando de interior, mas às vezes, se desconectar de você mesmo e prestar atenção em como você respira, em ar puro, em cores e em tranquilidade, é muito importante.

Fui nesse lugar pela 1a vez, há 2 anos atrás e logo na entrada, não tinha gostado. A entrada estava muito maltratada, havia cocôs de cavalos, por tudo quanto era lado e eu tinha perdido completamente a vontade de estar ali.
Como para mim, a primeira impressão nunca é a que fica, resolvi dar mais uma chance para ele.

Apresento o JARDIM DA LUZ. O que eu não sabia é que ele é o parque mais antigo de São Paulo. São 113.400 de pura vegetação densa.
O parque existe desde 1825, onde era o único ponto de lazer da cidade. Inicialmente, o projeto era para ser um Jardim Botânico cujas obras foram feitas por cidadãos comuns em troca de patentes.

No Jardim do Parque, é possível vários tipos de árvores como o jenipapo, a magnólia branca, entre outras. O parque é bem lindo, mas eu senti muita falta de identificação das árvores. Eu estou longe de ser botânica, mas eu curto árvores, então quero saber o nome de todas. Acho que pecaram nessa parte. Gosto de saber da região que elas vem.

Como no começo, havia somente árvores comuns, a ideia de se tornar um Jardim Botânico, logo foi derrubada e então, passou a se chamar Jardim Público. Em 1860, o terreno foi vendido para a Cia Inglesa para a construção de uma estrada de ferro que hoje, conhecemos muito bem, como a Estação da Luz que é lindíssima.
Com isso, a estrutura do parque foi mudada, destruindo várias árvores e plantas e os terrenos foram cedidos para a construção do que hoje é a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em breve, falarei dela por aqui.
Acreditam que só em 1883, os paulistanos tiveram a chance de visualizar o parque sob energia elétrica?

Na época, o café era o principal produto de exportação e com isso, o desenvolvimento chegava. No século XX, a crise do café atingiu São Paulo e com isso, o parque foi atingido também. Até a década de 1990, o parque não tinha sido revitalizado, dando abertura para drogas e para prostituição.

O parque foi tombado pelo Condephaat em 1981 e só em 1999, o restauro do parque foi aprovado, como recuperação de espécies vegetais, além da reforma dos sistema hidráulicos e elétricos. Afinal, são mais de 100 espécies de árvores. E nessa restauração, surgiu um aquário subterrâneo com 13 espécies de peixes.
Bem ao centro, um lago em forma de cruz de malta, conta com oito esculturas adornando os seus lados. Lindíssimo.
Ouvi falar que há muitos animais no parque. Na verdade, só vi pássaros, como eu vejo todos os dias. Disseram que há preguiças ali e sinceramente, se eu tivesse visto uma, eu não teria medido esforços para pegar uma dessa no colo. É um dos meu animais preferidos.
Eu não vi animais não. Acredito que não tenha. Não é como no Parque da Água Branca que já falei por aqui, que há gatos, galos, galinhas, marrecos, andando por aqui e por ali o tempo inteiro. Cadê esses bichos que deveriam andar por ali?

Além da gruta subterrânea,
o parque possui um aquário, um coreto lindíssimo, playground, sanitários, exposição permanente de esculturas, pista de cooper, entre outros.
Segue os destaques:
- No 1o domingo de cada mês, há uma exposição de carros antigos;
- Alongamento diário, às 7h00 da manhã;
- Bosque de Leitura aos sábados e domingos ( revistas e jornais à disposição).

Ah, destaco a gruta com uma cascata d'água que jorra quase 25.000 litros d'agua e atrás dessa pequena caverna, tem um mirante que dá para ver o parque todo.

Então, é isso. Para quem tiver afim de descansar, andar sem pensar em nada, fazer a sua hora de almoço em um lugar diferente, vá ao Jardim da Luz e aproveite a paisagem linda que existe ali.
Ainda bem que eu dei uma segunda chance para o parque. Eu perderia e muito se eu fosse cabeça fechada e desistisse de entrar ali.

Endereço: Praça da Luz, s/n - Bom Retiro
Horário de Funcionamento: Segundas-feiras: Não abre // Terças -feiras aos Domingos: 9h00 às 18h00
Telefone: 11 32273545
Ah, e se caso quiser tirar fotos, será preciso assinar um termo obrigatório. Puramente burocrático. É só para ter a segurança de que você não fará nada de errado.






Fico por aqui desejando que aproveitem muito bem o parque. Quero saber o que vocês acharam. Combinado? Até a próxima.

Beijos, beijos!

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

#78 BRÁS

Hello, andarilhos! Um excelente feriado para todos vocês. O que vão fazer hoje?

Eu vivo dizendo por aqui que eu detesto multidões. Detesto mesmo. A não ser quando eu vou para shows, o que é bem diferente, mas com ressalvas. Tento me abstrair. Mas, enfim...
Em maio desse ano, publiquei um post sobre o Bom Retiro. Tive que ir lá para garimpar um vestido de madrinha de casamento. Lugares populares me assustam um pouco...
O lugar de hoje é referência nacional e mundial em referência de roupas, calçados, lingeries, tecidos e outros cacarecos. Gente do mundo todo vem fazer compras por aqui devido ao baixo preço e variedades encontradas.

Apresento o bairro do BRÁS. Quando um lugar é muito conhecido, maior a concentração de pessoas. Como meu pai trabalha lá há mais de 30 anos, eu estou um pouco de saco cheio de andar por ali ( foi uma infância inteira indo trabalhar com ele e conhecendo clientes) e encarar um Brás, num sábado à tarde, é preciso reunir toda a paciência que eu não tenho, o meu psicológico em saber que eu irei trombar com milhares de pessoas com todas as sacolas do mundo no braço, carrinhos e mais carrinhos, malas, gente perdida e muito mais.
Mas, não adianta. Não dá para fazer a festa do caqui, fazendo suas compras em lojas de shopping. Sério. O Brás, além de muito barato, a variedade é imensa e as roupas são bem melhores. Desculpem, pessoas. Sabe aquela sua roupa de marca favorita??? Pois é, o que vale é a etiqueta. Aquela sua roupinha que você acha que vem dos EUA, da Itália ou da França, é confeccionada no Brás, sabiam? Se não sabiam, saibam agora...
As ruas mais famosas e as mais procuradas são o Largo da Concórdia e a Rua Oriente. Outro lugar muitíssimo procurado é a Feirinha da Madrugada que funciona até às 15h30 da tarde ( para mim, um lugar que tem a madrugada no nome, deveria funcionar até as 6 da manhã, não entendo, mas vamos para a próxima...).

No século XVIII, havia um proprietário de terra ali na região, chamado José Bráz. Era dono de uma chácara que ficou muito conhecida como "Os caminhos de José Bráz" que logo depois passou a ser chamada Rua do Bráz e que hoje é a famosa Avenida Rangel Pestana.
Na metade desse século, em torno das terras desse homem poderoso, foi construída uma capela em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Matosinho, do qual começava a se formar a povoação.
Nessa época, muitas famílias ricas habitavam essa região e a comunidade italiana começava a chegar a se instalar também no Brás. Muitos ficavam na Hospedaria que começou a funcionar em 1887. Já falei dela por aqui no post do Museu da Imigração. Confira lá também.
São Paulo exportava café e da Hospedaria muitos optavam em trabalhar nas lavouras do interior ou ficar por aqui na capital e assim, o bairro ficou com uma característica italiana muito forte, se transformando em uma pequena Itália.

O Brás, assim como a Penha, tinha um caminho estreito para o Rio de Janeiro, o que facilitava em viagens a negócios.
Com o café em ascensão, inevitavelmente o Brás e São Paulo não demoraram muito a crescer e a se povoar. Era o desenvolvimento chegando. Em 1886, o Brás tinha apenas 6 mil habitantes e em um curto espaço de tempo, aumentou consideravelmente devido à imigração, oportunidade de emprego e melhorias de vida.
Como já relatei no post do Museu da Imigração, não acho que a Hospedaria tratava bem esses imigrantes. Vemos pelas fotos, os olhares de sonhos perdidos, cansaços, talvez escolhas erradas e desejo de uma vida melhor. Você só tinha direito a uma refeição por dia. E se caso sentisse fome mais de uma vez? Como fazia?

E no começo do século XX, a comunidade italiana ainda era muito forte ( as festas são comemoradas desde então: Festa de São Vito, tradição desde 1919 e em 1940, foi construída a catedral de São Vito, depois da imagem ser trazida para o Brasil ), a comunidade grega também é muito forte ( conheça a Catedral Ortodoxa Grega, comunidade armênia com uma forte presença das indústrias e produtos lindíssimos e madeireiras na Rua do Gasômetro - essa rua é muito fofa, só há materiais de construção, é lindíssima e dá para ir ao Museu Catavento a pé). O trânsito é terrível, mas onde em São Paulo que não há trânsito?

E por falar em anos 1940, foi nessa época que uma seca muito forte atingiu a Região Nordeste do Brasil. Então, procurando uma vida mais digna, os migrantes nordestinos chegaram por aqui progressivamente e se instalaram na região. Os italianos começaram a se dissipar e a procurar outros lugares para se viver. E a partir dali, com a perda da essência e características italianas, o Brás ficou essencialmente nordestino: comida, roupas, músicas e costumes.
O que ajudou bastante também foi a construção e a inauguração do metrô em São Paulo da década de 1970 que desapropriou mais de 900 casas para que o percurso de trem, metrô e pessoas ficassem, mais rápido, fácil e acessível.
E foi nesse década que o Brás começou a se tornar conhecido por causa do come´rcio popular de roupas, calçados e acessórios, até se tornar o que é hoje.
Apesar de ter perdido a característica inicial, andando pelas ruas, vejo alguma casas antigas e lugares que as construções de grande porte e que pertenceram às famílias mais endinheiradas, ainda estão lá. Sem uso, se definhando com o tempo, mas estão lá, firme e forte, esperando que alguma coisa seja feita.

Hoje,  muitos coreanos e a comunidade boliviana transitam por ali. A presença deles é muito intensa. Volta e meia, eles fazem festa ali. Sempre aos domingos. Sonho em participar de alguma. Um dos meus sonhos é conhecer a Bolívia. Sério!

Então, viram como o Brás não é só roupas? Tem uma história e uma tradição muito forte. Para quem quiser enfrentar a multidão, indico:

- A Feirinha da Madrugada;
- O Lojão do Brás;
- A Galeria Pagé com G mesmo;
- O Largo da Concórdia;
- O Mega Polo Brás
- Rua Oriente

Quem quiser conhecer mais: Acesse o site da Feirinha da Madrugada: http://www.feiradamadrugadasp.com.br
Meu Deus, compras online! SENHOR!

E mais centenas de lojas bacana para fazer a festa e voltar para casa com um mundaréu de sacola. Vá com roupas confortáveis, evite andar de bolsa, não leve dinheiro, use calçados confortáveis, tome bastante água e vá ser feliz.
Tome muito cuidado com os seus pertences e vá com muita paciência e tolerância a gente que anda devagar na sua frente. Coisas que eu não tenho!

Espero que tenham gostado e me contem se vocês gastaram muito ou não.

Beijos! Beijos! Beijos!