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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

#301 PRAÇA POR DO SOL: CURTA A NATUREZA DE GRAÇA

Hello, andarilhos. Tudo bem? Já estão prontos para carnavalizar?


Quando o blog estava para nascer, o lugar de hoje também foi um dos primeiros que eu achei em minha pesquisa.
Se eu me baseasse pelas fotos e por comentários, eu jamais passaria em frente. Todas as fotos que eu via, tinha sempre uma muvuca e como eu morro de medo de multidão, a vontade de ir para lá nunca vinha.

Até que houve a oportunidade no sábado passado, mas eu fui com a expectativa MUITO baixa. Quando você não espera muito de uma coisa, talvez ela se torne surpreendente.
E foi o que aconteceu.

Vamos passar o tempo na PRAÇA POR DO SOL?


Primeiro de tudo, antes de ser a Praça Por do Sol, em 1925, uma empresa chamada City America que foi muito importante para o desenvolvimento do processo urbanístico da cidade, principalmente de bairros nobres como Jardim América, Pacaembu, City Butantã e outros, foi contratada para resolver o problema de áreas inóspitas e alagadas em Alto de Pinheiros.

No entanto, a  Light ( uma EletroPaulo da vida no século XX) recebeu uma concessão para alargar o Rio Pinheiro, que, claro, atrasou tudo.
Imagina o stress na época?

Daí, só em 1937 - 12 ANOS DEPOIS - tudo foi recomeçado e deu tudo certo.

Como o bairro foi projetado nos mesmos moldes que o Jardim América, é mais um mirante absurdamente lindo que dá para ver a cidade do alto e enxergar alguns bairros adiante, como a Lapa.

São 31.000 metros de extensão e me apaixonei logo de cara. É uma vibe super gostosa. E, por ser uma região alta com um horizonte infinito, obviamente que um dos motivos da galera se reunir, é por causa do por do sol, que é algo único.

Infelizmente, quando eu fui estava nublado e não deu para ver com clareza. Não tive essa sorte, mas já deu para perceber como é.
E sim, é um ambiente super familiar e que você vê de tudo: idosos, gente passeando com doguinhos, casais de namorados, crianças, além de pintores, músicos, turistas, equilibristas...

Nada a ver com os comentários que eu li que a praça estava abandonada e cheia de usuário de drogas. Sei lá, se tiver pessoas com o cigarrinho de Jah e for droga para vocês, enfim.. vamos deixar a polêmica de lado. Não quero entrar nessa discussão.

O fato é que essa praça chega a receber 2000 mil pessoas por fim de semana, especialmente no topo do terreno, onde a vista é bem melhor. É muita gente, mas como é grande e tem um espaço absurdo, a gente nem sente.

Além da vista incrível, escutamos vários pássaros cantando, incluindo o bem-te-vi e periquitos. Em relação a paisagem, ali tudo é remanescente da Mata Atlântica, incluindo falas-seringueiras lindíssimas.
Suas fotos ficarão maravilhosas. Tenho certeza disso.

E quanto a segurança, fiquem tranquilos. Vi um posto policial. Não reparei se tinha algum dentro, mas que existe, existe. Em relação a comida, não vi nenhum restaurante por perto, mas existem ambulantes com bebidas e carros com sorvete e lanches, mas os preços são bem salgados.
Se rolar um piquenique, melhor ainda.

E em maio do ano passado, o nosso prefeito, Bruno Covas fez uma requalificação à praça, visando melhorias: foram implantados corrimãos nas escadas, adição de brinquedos para a criançadas, serviços de drenagem, além de plantio de mais árvores nativas.

Enquanto você namora, vendo o sol se por e se caso tiver filhos, tem playground para os Enzos e as Valentinas brincarem. Como eles não se ligam nessas coisas, dessa vibe de de bater palma para o sol, pode ter certeza de que um escorregador fará toda a diferença do mundo.

No mais, é curtir esse programa super hiper romântico, lindo, sem pressa, com toda a paz e tranquilidade do mundo e jamais esquecer esse espetáculo que a natureza nos proporciona.

Curtiu? Pegue o seu amor e curta a natureza de graça, olhando para a paisagem surreal ao seu redor.

Endereço: Desembargador Ferreira França, s/n - Pinheiros
Site: PRAÇA POR DO SOL
Horários: Aberto 24 horas
GRATUITAÇO
SEM ESTACIONAMENTO

Ficamos por aqui, andarilhos! É maravilhoso ter esses espaços públicos para contemplarmos algo tão bonito.
Chame todo mundo e passe um dia gostoso com que você ama.


Beijos ensolarados e até sábado!


VAI VIAJAR?

Você sabia que quando você faz qualquer reserva com um link aqui no blog, o "Somos Andarilhos" ganha uma pequena comissão? Sim, aqui também é trabalho. Obviamente que você não é taxado a mais por isso e com esse presente para você, ainda ajuda o "Somos Andarilhos a se manter de pé e produzir mais conteúdos incríveis e de qualidade! Quer ver mais viagens e lugares maravilhosos por aqui? Então, vamos reservar?



quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

#295 PARQUE DO TROTE: A ERA DE OURO DAS CORRIDAS DE CAVALOS

Hello, andarilhos. Tudo bem com vocês? O que vão fazer no niver de São Paulo?


São Paulo tem pouco mais de 110 parques disponíveis para a população. Só daí, percebemos que não é só o Ibirapuera que existe, apesar de ser incrível.
O lugar de hoje já teve uma aura luxuosa e que hoje, podemos dizer que é um senhor cansado e com dor nas costas.
Literalmente, é isso.

Vamos conhecer o PARQUE DO TROTE?

Hou uma época em que a elite paulistana era muito cultural e se interessava muito por arte, lazer e entretenimento e eram extremamente ativos nessa cena. Eu não sei dizer em que momento esse comportamento mudou, mas mudou de verdade...

Em uma área de 120 mil metros quadrados, nossa história começa quando um comerciante alemão, chamado Guilherme Praun, compra uma chácara do Barão de Ramalho, que foi advogado e professor, junto com sua filha, Joaquina Ramalho.
Antes disso, Guilherme já tinha adquirido mais 115 alqueires de terra que se integrou a chácara.

E foi depois dessa aquisição toda, que Guilherme resolveu fundar o Clube Hypico da Vila Guilherme, para resolver os problemas de inundação na parte baixa do bairro.
Em 1937, foram construídas cocheiras, arquibancadas, pista para saltos, bilheterias, picadeiro... imagina só o luxo que deveria ser? Aquele povo tudo de chapéu e vestidinho. Um charme só.

E olhe só, até que Guilherme morreu em 1944 e seus descendentes venderam tudo aquilo para à Sociedade Paulista de Trote que ainda existe.

Diferente do Jockey Club de São Paulo que sempre foi mais cheio de fru-fru, a Sociedade Paulista abria os páreos para a população assistir e o salão de festas era alugado para bailes, aniversários e casamentos.
Enfim, marcou época na Zona Norte e muita gente relembra com saudade dessa fase.

Pra você entender como foi importante; depois de sua abertura, o governador da época Adhemar de Barros, viu aquilo como utilidade pública. A elite paulistana, enfim descobriu o local e passou a não só frequentar, como realizar apostas. O negócio era tão sério que os resultados eram divulgados na Gazeta Esportiva.

Mas tudo o que é bom dura pouco. Tudo o que é vivo, morre e ali aconteceria a mesma coisa. Na década de 1970, o público foi se desinteressando por apostas, cavalos e tudo o mais e ali, começava a perder público e entrou numa grande crise.

Crise essa que fez a Sociedade Paulista vender o espaço para a extinta Rádio Tupi, que instalou uma grande antena de transmissão.
No entanto, a crise continuou e com o aumento de outros tipos de jogos, o desinteresse por apostas aumentaram e o governador Jânio Quadros solicitou o fechamento do local, para construir um parque, onde todos os moradores da região pudessem aproveitá-lo.


ENFIM, O PARQUE...

Em 2004, iniciou- se o processo de tombamento onde pertenceu a Sociedade Paulista e todo o entorno. Tudo aquilo que fez a Sociedade Paulista de Trote ser o que era ( Baias, salão de festas, administração, arquibancadas imensas, etc...) foi necessário para que o Conselho entendesse que o significado cultural daquilo não poderia ser esquecido. Então, um intenso processo de restauração foi planejado. Inaugurado em Agosto de 2006, o Parque do Trote, também é conhecido por ser o primeiro parque dirigido a deficientes físicos da cidade, tudo porque foi mantida a pista de corrida de cavalos e sua característica é um pouco maior em largura. O que facilita muito para quem tem mobilidade reduzida.

O parque é realmente uma delícia. É enorme e dá para ficar boas horas ali, fazendo vários nadas ou praticando a sua corrida ou algum outro tipo de esporte.

A vegetação também é marcada por bons jardins e árvores do tipo ipês rosa e amarelo, paineiras e espécies ameaçadas de extinção como o jequitibá-rosa e o meu preferido: pau-brasil.
Além de tudo isso, existe a Trilha dos Sentidos que permite a apreciação das flores, através do tato, olfato e visão. Ideal para quem tem algum tipo de deficiência.

Foram encontradas mais de 33 espécies de aves como quero-quero, gavião- carijó, pica-pau do campo e anu preto e anu branco.
Bem, tirando aves, acredito que não se encontra nenhum tipo de outros animais, porém no dia, ao tirar fotos, vi um sapo bem gigantesco.
Aquilo tirou um pouco da minha tranquilidade. Não que eu tenha medo, mas esse bicho pula... então, é melhor ficar atento.

Não existe lanchonetes dentro do parque e acredito que seja bem difícil encontrar uma ao redor, mas sempre tem ambulantes, vendendo alguma coisa.
Mas, tem áreas de piquenique e churrasqueiras, além de duas quadras poliesportivas para jogar o seu futebolzinho à vontade.


Quanto aos animais, você pode levar o seu doguinho desde que esteja com a focinheira adequada. E não se preocupe, há vigias e seguranças por toda a parte.


Mas, eu preciso confessar uma coisa: o parque é maravilhoso, incrível e o melhor de tudo: tombado. No entanto, ele está bem esquecido.
Aliás, muito esquecido. Falta manutenção adequada.
Onde já se viu um lugar com uma história tão linda e tão importante em São Paulo, sofre com o tempo e o descaso?
As casinhas que há muito tempo foram um importantes salão de festas estão completamente abandonadas. A última restauração foi feita em 2006, um pouco antes do parque ser inaugurado.

Depois disso, acredito que nunca mais foi feito nada. Cenário de Resident Evil perde. É algo estarrecedor, triste e isso é uma coisa que me dá muita raiva. É o nosso patrimônio. Um dia, aquilo foi importante e pertence a nós de alguma maneira.
Preservar a História é preservar a nossa identidade. Deixar isso para lá é burrice e um ato criminoso.

Mas, mesmo assim dá para curtir o parque numa boa e acho que cabe a nós, lutar pelo o que é nosso. Se esse é o único parque da região, porque não unir as vozes e mostrar que tudo isso incomoda?

O que deveria incomodar é ficar em casa, presa a programas policiais que nos fazem uma lavagem cerebral sem precedentes.

Curtiu? Pois então... acho que vale a pena, ficar uma tarde em um lugar que foi a era de ouro das corridas de cavalos e sentir a aura dos apostadores, dos cavalos correndo e da alegria toda.
Mesmo porque, aquela cerquinha típica que separam a plateia dos animais ainda existe. E é algo mágico.
Sim, consegui me transportar para um daqueles dias e foi mega engraçado.
Só eu tenho sensações assim?
Me conta.

Endereço: Avenida Nadir Dias de Figueiredo, s/n - Vila Guilherme
Telefone: 11 2095 0165
Horários: Diariamente: Das 5h30 às 20h00 // O Portão 1 fecha às 18h00
SEM SITE
Possui WI-FI
Não possui estacionamento
GRATUITO



VAI VIAJAR?

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Ficamos por aqui, andarilhos. Vá e sinta a aura mágica de São Paulo na década de 1970. Tente se transportar e passe uma dia incrível com o seu amor, pegue um livro e descanse!

Beijos apostados e até sábado!




sábado, 11 de janeiro de 2020

#293 CENTRO CULTURAL COREANO NO BRASIL + EXPOSIÇÃO: WEBTOONS

Hello, andarilhos. Vocês estão bem? Estão se programando para o fim de semana?


Vocês bem sabem que um dos meus maiores sonhos é vagar por esse mundão, sem hora para voltar. Enquanto isso não acontece, o jeito é viajar sem sair de sua cidade. E nada melhor do que São Paulo para fazer isso.

Vamos conhecer o CENTRO CULTURAL COREANO NO BRASIL e conferir a EXPOSIÇÃO: WEBTOONS?


O CENTRO CULTURAL...


Fundado em 2013, em outro endereço, o Centro Cultural Coreano chegou aqui com o intuito de divulgar a cultura coreana e estreitar laços entre Brasil/Coreia.
São 900 metros quadrados no primeiro andar de um edifício. Seria mais um prédio entre tantos na imensidão da Avenida Paulista e até poderia passar desapercebido, se não fosse pela obra de arte; uma estátua intitulada "Greeting Man" do artista Yoo Young Hoo nos saudando, que simboliza paz e harmonia.

Logo que entramos, a atmosfera muda e já percebemos que não estamos mais no Brasil, no sentido figurado. É um espaço com capacidade para 100 lugares, além de espaço para exposições e a cozinha, onde são administradas aulas de cozinha coreana. Será que é boa? Provei a comida taiwanesa ali na Liberdade e amei!

Já no 2o andar, está a Biblioteca e aqui eu simplesmente pirei. Ainda não existe livros em português, mas ver uma estante cheia de livros é a coisa mais linda do mundo.
E a decoração ainda é muito incrível.
Para ser ainda tudo muito maravilhoso, esse espaço conta com uma estrutura digital única que além da biblioteca, possui 3 salas de aula onde se pode aprender coreano e descobrir mais sobre a cultura, o estilo de vida, a vestimenta, curiosidades sobre o país, religião, esporte, como era a vida antigamente e até podemos ver como eram as construções arquitetônicas de antigas dinastias.
E para brisar um pouco, tem um espaço digital onde você pode aprender a escrever seu nome em coreano.
Tudo isso por meio de tela touch screen. Mais moderno que isso, só dois disso. É muito bom!

E mesmo sem conseguir uma passagem pela Coréia, você pode viajar através de um óculos de realidade virtual, em todos os pontos turísticos lindíssimos. Pode não ser a mesma coisa do que estar lá, mas já é algum caminho andado.


ENFIM, VAMOS A EXPOSIÇÃO "WEBTOONS":

Diferente dos mangás japoneses, webtoon é um termo para designar webcomics. Praticamente, é quase a mesma coisa, mas os desenhos são animações onlines e coloridas.
Eles fazem um sucesso estrondoso na Coreia e tem até vários aplicativos para que você possa consumir as histórias: um deles é o Line Webtoon que pode ser acessado gratuitamente.

Os webtoons estão crescendo mundão afora, ganhando cada vez mais fãs e adeptos. O mangá que se cuide, mas acho que os webtoons são mais fofinhos.
E tem de diversos gêneros como: comédia, romance, ficção, terror e fantasia.

A exposição é pequena: são 10 tablets explicando cada categoria. E, para quem não tem ideia do que possa ser, um exemplo é uma das menininhas mais fofas dos desenhos: a PUCCA, de 2006.
Quem é andarilho velhinho, certamente conhece ou já assistiu alguma coisa. É uma samurai apaixonada por um menino, o Garu, que também gosta dela, mas se faz de difícil e vive fugindo dela.
É uma gracinha.
Dá para saber bastante e ficamos na exposição, por mais ou menos, uns 40/45 minutos. Dá para tirar fotos a vontade e saber mais desse Universo que é tão legal quanto o mangá.


Ah, e sugiro que comece a vista pela exposição primeiro e depois suba para a biblioteca. É muito mais fácil.
Tire bastante fotos e se divirta!

Curtiu? É uma delícia passar o dia entrando em contato com uma cultura tão diferente de você.

Endereço: Avenida Paulista, 460 - Metrô Trianon/MASP
Telefone: 11 2893 1098
Horários: Segundas-Feiras Às Sextas-Feiras: Das 10h00 às 17h00 // Sábados: Das 10h00 às 13h00 // Domingos: FECHADO
Site: CENTRO CULTURAL COREANO
E-mail: contato@kccbrasil.com.br
GRATUITO
SEM ESTACIONAMENTO
Exposição: Até 08 de Fevereiro de 2020
Piso Tátil // Ar condicionado // Banheiro adaptado// Rampas de Acesso.

Ficamos por aqui, andarilhos. Nada melhor do que passar um dia animado, diferente e rolê na Avenida Paulista nunca é ruim.
O que está esperando?

Beijos orientais e até quinta que vem!


VAI VIAJAR?

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

3 ANOS DE BLOG: CASA DA DONA YAYÁ

OLÁ, ANDARILHOS! FELIZ ANO NOVOOOOO!

Que saudades que eu estava e mais feliz ainda por comemorar 3 ANOS DE "SOMOS ANDARILHOS".
NEM ACREDITO QUE CHEGAMOS TÃO LONGE !!!

São cerca de 300 lugares incríveis para passar um dia maravilhoso com a família, os amigos, o mozão e o mesmo sozinho.
Caraca! 300 lugares? É muita coisa!

E se você permitir, será mais. Bem mais? Quem sabe logo mais, não rola uma viagem para uma gringa?
Veremos.

Enquanto não acontecer, vamos ao primeiro lugar de 2020.

Vocês curtem lendas urbanas? Daquelas tipo Loira do Banheiro, ET de Varginha, ET Bilú, Chupa Cabra, entre outros?
Pois é, apesar de comemorar o terceiro ano do blog, o local de hoje carrega muita dor e tristeza. 

Vamos conhecer a CASA DA DONA YAYÁ? 

Localizado no Bixiga, esse casarão construído no século 19 e estilo arquitetônico eclético (vários estilos), é considerado um dos sobreviventes ao pintar chácaras existentes em São Paulo, principalmente na Região Central.
Uma pena ter sobrado tão pouco para contar nossa história.

Esse caso surgiu em 1888 (não existe registro anterior a esse ano) e pertence a 3 homens em anos distintos até 1920.
Dos homens não irei falar. Acredito que eles não eram relevantes.

A partir de 1920, ou casarão pertence à SEBASTIANA DE MELO FREIRE. E sim, esse sim foi um MULHERÃO DA P **** TODA. E aqui, que começa a nossa história.

Mas, primeiro de tudo:

QUEM FOI SEBASTIANA DE MELO FREIRE?

Nascida em Mogi das Cruzes, em janeiro de 1887, foi filha de um importante político político
Retirado do site SP CITY. Yayá com toda a família.
 brasileiro; o Senador da Primeira República, Manuel de Almeida de Melo Freire.

Então, já devem imaginar como eram ricos, não é? Mas, como a desgraça acontece com qualquer um, a vida já é mostrada para essa garota que nada era fácil.
Apelidado carinhosamente de Yayá por seus pais, ela perdeu sua irmã que tinha 3 anos de idade asfixiada com uma porca desenroscada em seu berço. Pouco tempo depois, perdeu a sua outra irmã, vítima de tétano.

E para piorar tudo, ela perde os pais, com 2 dias de diferença. Tudo isso aos 13 anos de idade. Então, ela é mais um irmão que foi obrigado a ter um professor: Albuquerque Lins, futuro prefeito da cidade de São Paulo e que foi recomendado por um teste feito por seu pai.

E assim, vai para um colégio particular, o  SION e aprende a falar francês, piano e pintura. 5 anos depois, seu irmão, que usava depressivos e suicidas, jogava um navio no caminho de Buenos Aires, com apenas 23 anos, morrendo afogado.

Então, nossa princesa cheia de personalidade, aos 18 anos, passou a ser a única herdeira do patrimônio de sua família.

Apesar de toda a tristeza, Yayá estava tentando manter uma vida normal. Ela era independente, promovia saraus e recebia muitos artistas em sua casa.
Quem convivia com ela, diria que era religiosa, alegre e festeira.
Muito à frente do seu tempo, Yayá não quis se casar. Achava que todos os garotos se aproximam dela por interesse sem dinheiro e não por amor.
Era uma vez na sociedade, já que nessa época, mulher tão servia para ser esposa e mãe. Mais nada.

Pois bem, depois de um tratamento dentário que ocorreu complicações e uma viagem à Europa com amigas qualificadas, ela contraiu uma queixa espanhola e sua vida jamais voltaria a ser a mesma.

Também começou a apresentar demência. Aos 31 anos, começou a redigir o seu próprio teste e distribuição de jóias para os empregados. Um ano mais tarde, foi internado por tentativa de suicídio e disse que estava sendo perseguido.

Seu diagnóstico? Psicose Esquizofrênica. Mesmo sendo tratado pelos melhores médicos da época, a doença só avança.

Yayá foi interditado, já que não apresentou mais o seu julgamento perfeito. Nas últimas crises, na parede de correr, rasgava suas roupas, se flagelava automaticamente com qualquer objeto que encontrasse, embalsamar um filho que nunca existiu e outras coisas mais.
Então, surgiram parentes de todo canto para "tomar conta" de sua fortuna. Seus familiares compreendem o caso Bixiga, onde ela viveu isolada por 36 anos e se tornou o seu manicômio particular, adequado para todas as suas necessidades, porém sem contato com o mundo externo.

Foi um escândalo na época, porque seus pais entraram na Justiça para tomar esse dinheiro e nunca saíram das mãos dela, já que ela acabou vivendo mais do que todos eles.
Mesmo assim, teve uma vida longa. Morreu aos 76 anos por uma insuficiência cardíaca.
E como não tiveram herdeiros, todos os seus bens (imóveis, terrenos, dinheiro em conta, títulos e muito mais), foram para o governo e os compradores pela USP.


ENFIM, O CASARÃO!

E , desde 1986, O Casarão E administrado Pelo Centro de Preservação Cultural da USP COM UMA  Extensa Programação Universitária e culturais Como Cursos, Oficinas, Palestras, Exposições e debates Sobre O Nosso Patrimônio. Tudo isso, além de oferecer recursos para estudantes de ciências humanas.
Em 2016, o Casarão foi fechado para reforma para que pudesse usar os dispositivos de acessibilidade. 
São 13 cômodos que dão para andar livremente, sendo que 4 são apenas para uso interno.

Realmente, o lugar é coisa mais linda, o jardim é lindo, quase não vai muita gente e é super tranquilo. É perfeito para tirar suas fotos blogueirísticas.
Sem contar que andar pelo Bixiga é outro mundo. É uma delícia.

Acho que vale sim, é muito pena passar uma tarde na casa, em um ambiente que ganhou até o IPHAN pela categoria de Preservação do Patrimônio Cultural e que foi tombado em 1998 pelo Estado e pelo Município em 2002.

E se gravar acima, sobre lendas urbanas? Pois é. Para instigar ainda mais a galera,  esse rolo é considerado mal-assombrado. E porque?

Os moradores dizem, que, volta e meia, é possível escutar os gritos de Yayá e tempos em tempos, ela aparece na janela solicitando ajuda. E, que mesmo passado, mais de 100 anos de sua morte, também é possível ver o vagão branco pelas ruas, embalando um bebê inexistente.
Eu hein? Tem coragem?
Euive!

Pois então, curtiram? Essa casa é uma prova viva de como a loucura era tratada no século XIX. Imagine que você tem uma infância completamente normal e, portanto, sua vida fica na cabeça por uma hora e outra por outra, se torna orfã e completamente desprovida de suas faculdades mentais, sendo impedida de olhar para a cara da rua e sem contato com outras pessoas.
Triste, não?


Endereço: Rua Major Diogo, 353 - Bela Vista
Telefone: 11 2648-1501
Horários: Segundas-Feiras às Sextas-Feiras: 09h00 às 17h00 // Sábados e Domingos: FECHADO
Site:  CENTRO DE PRESERVAÇÃO CULTURAL
E-mail: cpcadm@usp.com.br // cpcpublic@usp.br
GRATUITO
NÃO TEM ESTACIONAMENTO


Ficamos aqui, andarilhos. Vida longa ao Somos Andarilhos e espero ter muitos passeios em 2020.
Muito obrigada por tudo!

Beijos festivos e até sábado!



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sábado, 21 de dezembro de 2019

#292 PALÁCIO DOS CORREIOS + EXPOSIÇÃO: A ARTE MILENAR DA UCRÂNIA

Hello, andarilhos. Tudo bem? E, chegamos ao último post de 2019.


Considero o lugar de hoje, um dos mais bonitos que São Paulo tem. Eu ia postar somente no aniversário do blog, mas por causa das 4 exposições que estão rolando, não tem como.
Será o último post desse ano.

Bora conhecer o CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS e visitar a exposição que eu mais gostei: A ARTE MILENAR DA UCRÂNIA?


UM BREVE HISTÓRICO...

Localizado no Vale do Anhangabaú, na área do antigo Hospital Militar e Mercado São João, o Palácios dos Correios foi projetado pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo ( o mesmo da Casa das Rosas, Pinacoteca, Mercadão de São Paulo, entre outros ) e construído pelos arquitetos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini.

Pois bem, São Paulo estava em pleno crescimento, com a chegada das linhas de ferro, café, coisa e tal...
O presidente da República na época, Venceslau Bráz achou que era necessária a construção de um Correio, devido o aumento de demanda de cartas, telégrafos e postais.

Seu lançamento foi em 1920, com seu estilo eclético ( vários tipos de arquitetura, mas contém linhas neoclássicas e influências renascentistas) e contou com a ilustre presença do rei Alberto I da Bélgica. Pensa que somos pouca porcaria? Somos muita porcaria...
Mas, a inauguração oficial foi em 1922 como parte do Centenário da Independência do Brasil.

Já na década de 1970, as funções administrativas passaram a ser em outro lugar, na Vila Leopoldina, zona Oeste e ali, ficou a cargo dos serviços de postagem e ainda nessa década, passou por uma reforma intensa como instalação de elevadores, parte de limpeza da área externa do prédio e rebaixamento do forro.

Em 2005, iniciou-se uma grande restauração no prédio para valorizar o Centro Histórico de São Paulo e abrigar um futuro Centro Cultural nos andares superiores, dando ênfase a jovens artistas em começo de carreira a nomes mais renomados
As características originais foram mantidas e também criou -se a Sala Filatélica para atendimento de colecionadores de selos. Infelizmente, não consegui entrar.

E, diante disso... vamos a exposição que mais chamou a minha atenção:

A ARTE MILENAR DA UCRÂNIA...

Nunca fui para fora do Brasil. Então, sempre que dá, pesquiso outras culturas que é uma forma de viajar por aqui também.
E a Ucrânia é um desses sonhos a serem conquistados.

E essa exposição me marcou muito. A parte cultural é ótimo: de pessankas ( que são ovinhos desenhados e que são trocados como presentes) à tradição de oferecer pão e sol a um deus pagão, essa mostra comemora os 27 anos da independência ucraniana e os 127 anos da imigração.
Após muitas escavações arqueológicas, descobriram que há mais de 3000 anos, essa tradição existe. Cada ovinho tem uma cor e cada cor tem significados diferentes.

Ali, você irá encontrar muitas fotos pessoais, roupas típicas, instrumentos musicais, livros, mapas, tapetes, tecidos e muitos outros.
A Ucrânia se tornou o 3o maior exportador de grãos da Europa ( apesar de eu achar que já tem um pé na Ásia, a cultura ucraniana tem linguagem própria, voz e tem símbolos únicos como de prosperidade, paz e saúde.

A exposição não é grande e dá para ver tudo em 40 minutos. Enquanto a parte cultural, onde reuniu todas as lendas, folclores e objetos que traduz a essência do povo, a parte política/história achei extremamente tendenciosa e sensacionalista.
Primeiro, que não consegui enxergar fontes de onde foram tiradas as informações. É bem esquisito. Quem não entende de história ou quem nunca viu nada parecido, vai tomar aquilo como verdade absoluta e não é legal.

Depois que você sair da exposição, aproveite para ler mais sobre o que aconteceu com Ucrânia de outras fontes. É sempre bom saber mais antes de tirar qualquer partido, ok?

Bom, espero que gostem.

Endereço: Rua Pedro Lessa, s/n - Vale do Anhagabaú - Centro Histórico de São Paulo
Telefone: 11 30030100
Horários:  Segundas-Feiras às Sextas-Feiras: Das 09h00 às 17h00 // Finais de Semana : FECHADO
Site: CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS SP
Email: centroculturalsp@correios.com.br
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO
GRATUITO
Até 07.01.2020
Elevadores e banheiros adaptados a pessoas com dificuldade de locomoção.


VAI VIAJAR?

Você sabia que quando você faz qualquer reserva com um link aqui no blog, o "Somos Andarilhos" ganha uma pequena comissão? Sim, aqui também é trabalho. Obviamente que você não é taxado a mais por isso e com esse presente para você, ainda ajuda o "Somos Andarilhos a se manter de pé e produzir mais conteúdos incríveis e de qualidade! Quer ver mais viagens por aqui? Então, vamos reservar?


Bom, ficamos por aqui e quero agradecer IMENSAMENTE pela companhia nesse 2019. O blog sairá de férias e voltará dia 09.01.2020, com muitas novidades.
Obrigada pela paciência, pela confiança e por me acompanhar. Isso é muito importante para mim.

Bom Natal e um Próspero Ano Novo!
Sejam felizes!

Beijos festivos e até ano que vem.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

#291 CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL + EXPOSIÇÃO: CHIHARU SHIOTA- LINHAS DA VIDA - ENCERRADO

Hello, andarilhos! Tudo bem com vocês? Onde vão passar o Reveillón?


Chegamos a última semana de "Somos Andarilhos" de 2019 e a andarilha aqui precisa descansar. Passear é trabalho e também descanso.

Não vou me alongar muito, mas é certo de uma coisa eu sei. Sim, você precisa visitar a nova exposição do CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL que traz a EXPOSIÇÃO: CHIHARU SHIOTA - LINHAS DA VIDA.

Qual é o sentido da vida? Ela tem algum sentido? Precisa ter?

Pois é basicamente isso, que essa japonesa, Chiharu Shiota, nascida em Osaka no Japão e morando na Alemanha há 13 anos, nos conta.
Com curadoria de Teresa de Arruda, o Centro Cultural Banco do Brasil, em parceria com a JAPAN HOUSE apresenta mais de 70 obras que compõe a mostra retrospectiva "Linhas da Vida" que apresenta o o começo de sua carreira, lá em 1994 até os dias de hoje.

São 4 andares de algo intrínseco, introspectivo e muito pessoal. Ela utiliza de objetos cotidianos como: chaves, papéis, vestuário, cartas, pinturas, entre outros para fazer com que o visitante reflita sobre memória, o propósito ou o que fazemos com a nossa vida.

Um exemplo é a instalação inédita "Dois Barcos, Um Destino" (2019), duas carcaças de barco feitos de ferro e tiras de feltro. São centenas de linhas pretas adornando os barquinhos.
Uma alusão, a uma metáfora de que muitos querem controlar o rumo da vida. Em minha opinião, até dá por um momento, depois é só deixar esse barquinho seguir o seu curso. Não adianta brigar com o vento. É inútil.
Essa instalação é bem soturna e forte. É quase como se você saísse de um pesadelo ou de um sonho muito surreal.

Outra instalação maravilhosa é "Além da Memória" que dá para ver de todos os andares. São mais de 1000 papéis em branco. É um emaranhado de linhas e papéis onde ( pelo menos, eu) entendemos que cada ser humano tem o seu espaço a sua história e o seu propósito. Que ninguém é mais do que ninguém.

Chiharu é sublime e tem características muito peculiares. Assim, como muitos artistas, ela também sofreu uma espécie de bloqueio criativo. Tem alguns momentos da vida e da profissão que muitas vezes nos perguntamos se é isso mesmo que queremos e por ora, nada basta. E foi o que aconteceu: ela não se sentia conectada e entrelaçada com o seu Universo e parou de pintar.
Quer dizer, tentou pintar mais uma vez, quando a tinta que usava em uma de suas obras, queimou a sua pele. Sobrou resquícios de tinta para mais alguns meses ate sair tudo completamente.

E lá se foram 20 anos sem pintar e criar. Chiharu também teve complicações de saúde que quase impediram da artista engravidar. Quase, por que ela teve uma filha depois.
Chiharu é uma sobrevivente e persistente. Suas obras falam por si. Sua genialidade é algo único.
Eu adoro artistas cujas obras podem ser interpretadas de diversas maneiras. Acho que isso é a função da arte.
Cada um recebe a sua maneira e interpreta de acordo com a sua vivência e experiência. E isso é lindo.

Mais uma artista que eu não conhecia e que me apaixonei profundamente. E, acredito que você também se apaixonará.

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico de São Paulo
Telefone: 11 31133651
Horários: Quartas-Feiras aos Domingos: Das 09h00 Às 21h00 // Terças-Feiras: FECHADO
Site: CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL - SÃO PAULO
E-mail: ccbbsp@bb.com.br
POSSUI WI-FI
POSSUI CAFÉ
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO
GRATUITO
ATÉ 27.01.2020

That's all, andarilhos! Penúltimo passeio de 2019, as férias estão aí e nada melhor do que ir nessa exposição de uma oriental completamente profundas.


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Beijos reflexivos e até sábado.