sábado, 16 de fevereiro de 2019

#204 PARQUE DO PIQUERI

Hello, andarilhos. Tudo bem com vocês? Já estão se aprontando para o Carnaval?

Antes do blog, não tinha muito o costume de ir em parques. Conhecia poucos e sinceramente, nunca havia pensado em áreas verdes como algo tão importante. Absurdo, eu sei.
Depois do blog, comecei a enxergar isso com outros olhos e ir para parques hoje, de qualquer espécie, eu considero essencial, porque eu descobri que eu preciso de calma e silêncio para acalmar a mente que simplesmente não para.
Eu precisava disso antes. Eu só não conseguia compreender.
O lugar de hoje, conheci ainda criança e fui apenas uma vez. Então, não me lembrava muito bem dele.
Toda hora eu via pessoas que passavam o dia ali e eu precisava ir de novo, já que é tão pertinho de mim.

Vamos acalmar a alma no PARQUE DO PIQUERI?

Piqueri - significado: tribo indígena que habitava a região e o seu nome significa: rio de peixes moídos.

São Paulo teve um personagem muito importante no século XX e em qualquer lugar que formos, se pesquisarmos a história, seu nome estava no meio. Se não era dono ou o construtor, teve a mãozinha dele por lá.
Já conhecem o nosso amigo Francisco Matarazzo? Um dos maiores empresários que o Brasil já teve.

Os bairros mais afastados do Centro eram bem rurais e foi nesse ponto que o Conde resolveu fazer morada para suas férias. Ali era sede da antiga Chácara do Tatuapé. Conseguimos ver o ano de 1901 datado no portão. É mais antigo do que andar para trás.
Sim, o conde Matarazzo foi o dono de tudo aquilo e como era grande, Francisco resolveu criar búfalos, lhamas, veados, granjas, além de ter uma fábrica de queijos e uma área destinada à sua Industria. Lembra da história do post dos Jardins da Prefeitura? Sim, foi a empresa dele. Eu conto toda a história lá no post.
Eu ainda estou tentando entender o porquê alguém cria búfalos e para quê? E justo aqui na Zona Leste. Enfim, coisas de gente rica que eu não vou entender nunca.

Ele mandou plantar mais 50 espécies de árvores nativas e exóticas, entre elas, palmeiras, paineiras, bambus, eucaliptos, magnólias, além de plantas e flores que combinassem melhor com o clima do Brasil e São Paulo.

Ali se tornou algo muito grande para se cuidar sozinho. Então, em 1930, ele mandou trazer da Itália, Saulo Carpineli, para administrar tudo o que ele não estava conseguindo. Saulo meio que se tornou o caseiro de tudo e o que hoje é a administração do parque, ontem, foi a casa dele e o mais legal de tudo, é que sim, a casa está bem conservada e foi tombada. Eu acredito que não pode entrar, mas seria legal tirar umas fotos de lá.
O casarão onde ele morava não está mais de pé. Foi demolido para readaptações do parque. Deveria ser a coisa mais linda. Certeza.

Daí, em 1954, a chácara foi vendida e finalmente, em 16 de abril de 1978, o parque foi inaugurado e se tornou público.
São quase 100 mil metros quadrados de puro verde para contemplar e descansar. Além de ver os animais saltitando e voando para lá e para cá.
O lago é outra coisa de doido. É a coisa mais linda. São mais de 1600 metros que foi construído a partir de nascentes em uma área de várzea do terreno. Podemos ver tartarugas de orelhas vermelhas, muitas delas,vieram do Hemisfério Norte, especialmente para cá.
Iguanas estão à solta e do nada, podem aparecer correndo do seu lado. Aconteceu comigo. Fui correndo tirar fotos, mas ela foi mais rápido. Fugiu e não consegui.

O Parque do Piqueri é um lugar para descansar mesmo. Deitar no mato e relaxar um pouco, ler um livro, tomar um sol, dormir, sentir o sol te beliscando e sabem o que é mais legal? O Rio Tietê tinha um outro traçado, antes do desenvolvimento chegar e passava por dentro das propriedades.
Podem acreditar, andarilhos. Houve um tempo que o Rio Tietê era limpo e pessoas nadavam nele. E, dentro do parque, se você procurar bem, conseguimos ver o ancoradouro de barcos que atracavam ali anteriormente.

Alem de tudo isso, você pode fazer sua caminhada ou sua corrida em uma pista com mais de 1200 metros de extensão, jogar sua bolinha no campo de areia, praticar seu esporte nas duas quadras poliesportivas, malhar nos equipamentos de musculação, jogar bocha ou se não quiser deitar na areia para ler, há um ponto de leitura.
Acho que o Parque do Piqueri é um dos mais completos que existe.

São anos e anos de história que contar tudo em um simples blog como esse, ficaria realmente complicado. Mas da casa de um dos melhores empresários que o Brasil teve à brigas na Justiça por construções de Usina de Leite e empreendimentos imobiliários que não deram certo por manifestações e reclamações dos vizinhos, o Piqueri está aí, firme e forte, como um dos parques mais importantes da cidade.

Ah, e não se preocupem. Existem restaurantes fora do parque, caso bater a fominha. Eu comi em um, em frente, que em breve, falarei por aqui.

Endereço: Rua Tuiuti, 515 - Tatuapé
Telefone: 11 2097 - 2213
Horário de Funcionamento: Diariamente: Das 06h00 às 18h00
E-mail para visita monitorada, caso queiram: vtvalentini@prefeitura.sp.gov.br
ENTRADA GRATUITA
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO

That's all, andarilhos. Mais verde para a nossa conta. E um verde lotado de história. Um local com intensa mata e você simplesmente não acredita que estamos bem no meio da Marginal Tietê, uma das rodovias mais intensas e barulhentas que existe da cidade. Consegue imaginar que lá dentro não ouvimos barulho nenhum de carro ou caminhão? É sério!
Vamos conhecer mais um reduto de área verde e como São Paulo pode nos nos presentear com tranquilidade e relaxamento. Basta procurar!
Se jogue! Divirta-se!

Beijos verdinhos e até quinta que vem!



5 comentários:

  1. Olá Caroline, tudo bem.
    Estou montando um grande acervo de tijolos antigos de São Paulo. Mas tenho deparado com um grande dilema, saber onde o Matarazzo fabricava tijolos. O que sei até agora: De todas as listas oficiais das empresas Matarazzo em nenhuma delas consta olaria, das listas oficiais dos produtos que ele fabricava não consta tijolos. è certo que ele comprou a olaria de Genaro Perfetto no Piqueri, mas se ele fabricava tijolos ali não tem nenhum documento que cita essa atividade. Tenho 7 tijolos com a marca IRFM e é possível notar que as formas par fabricação dos tijolos eram diferentes uma das outras, isso pode indicar que várias olarias forneciam tijolos para o Matarazzo com a sigle dele mas isso não indica que essas olarias eram dele...bom, caso você tenha mais informações sobre esse fato, por favor me envie que receberei com carinho...um forte abraço...

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  2. Olá, Marco. Tudo bem? Que pergunta difícil e demorei porque eu realmente fui pesquisar.
    Uma das empresas que fabricavam tijolos para os Matarazzo, foi a Fábrica Votorantim na década de 1930, que além de ser olaria, fabricava sabão, adubo, fornecia energia elétrica e muito mais.
    Ela funcionou até 1939.

    Muito obrigada pela pergunta e espero ter ajudado.

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  3. Em tempo: A Indústria Matarazzo durante as atividades, com 350 empresas, nenhuma dela foi olaria.
    Começou com banha de porco, depois passou a distribuir alimentos, bebidas e têxtil.

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  4. Boa noite, gostaria de destacar alguns equívocos que constam no texto:
    1) O portão de data 1901, não era do Matarazzo e sim do Jardim Público, atual parque da Luz. O Matarazzo comprou quando eles trocaram os portões e gradil. Este não é o portão principal do Parque da Luz, e sim da lateral entre a Rua Prates e José Paulino.
    2) Matarazzo, compra o terreno anos depois à data de 1901.
    3) A fazenda, antes de ser local de veraneio, era principalmente local para fazer dinheiro, tudo que tinha na fazenda era comercializado, inclusive os búfalos.
    Att.

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