sábado, 21 de dezembro de 2019

#292 PALÁCIO DOS CORREIOS + EXPOSIÇÃO: A ARTE MILENAR DA UCRÂNIA

Hello, andarilhos. Tudo bem? E, chegamos ao último post de 2019.


Considero o lugar de hoje, um dos mais bonitos que São Paulo tem. Eu ia postar somente no aniversário do blog, mas por causa das 4 exposições que estão rolando, não tem como.
Será o último post desse ano.

Bora conhecer o CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS e visitar a exposição que eu mais gostei: A ARTE MILENAR DA UCRÂNIA?


UM BREVE HISTÓRICO...

Localizado no Vale do Anhangabaú, na área do antigo Hospital Militar e Mercado São João, o Palácios dos Correios foi projetado pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo ( o mesmo da Casa das Rosas, Pinacoteca, Mercadão de São Paulo, entre outros ) e construído pelos arquitetos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini.

Pois bem, São Paulo estava em pleno crescimento, com a chegada das linhas de ferro, café, coisa e tal...
O presidente da República na época, Venceslau Bráz achou que era necessária a construção de um Correio, devido o aumento de demanda de cartas, telégrafos e postais.

Seu lançamento foi em 1920, com seu estilo eclético ( vários tipos de arquitetura, mas contém linhas neoclássicas e influências renascentistas) e contou com a ilustre presença do rei Alberto I da Bélgica. Pensa que somos pouca porcaria? Somos muita porcaria...
Mas, a inauguração oficial foi em 1922 como parte do Centenário da Independência do Brasil.

Já na década de 1970, as funções administrativas passaram a ser em outro lugar, na Vila Leopoldina, zona Oeste e ali, ficou a cargo dos serviços de postagem e ainda nessa década, passou por uma reforma intensa como instalação de elevadores, parte de limpeza da área externa do prédio e rebaixamento do forro.

Em 2005, iniciou-se uma grande restauração no prédio para valorizar o Centro Histórico de São Paulo e abrigar um futuro Centro Cultural nos andares superiores, dando ênfase a jovens artistas em começo de carreira a nomes mais renomados
As características originais foram mantidas e também criou -se a Sala Filatélica para atendimento de colecionadores de selos. Infelizmente, não consegui entrar.

E, diante disso... vamos a exposição que mais chamou a minha atenção:

A ARTE MILENAR DA UCRÂNIA...

Nunca fui para fora do Brasil. Então, sempre que dá, pesquiso outras culturas que é uma forma de viajar por aqui também.
E a Ucrânia é um desses sonhos a serem conquistados.

E essa exposição me marcou muito. A parte cultural é ótimo: de pessankas ( que são ovinhos desenhados e que são trocados como presentes) à tradição de oferecer pão e sol a um deus pagão, essa mostra comemora os 27 anos da independência ucraniana e os 127 anos da imigração.
Após muitas escavações arqueológicas, descobriram que há mais de 3000 anos, essa tradição existe. Cada ovinho tem uma cor e cada cor tem significados diferentes.

Ali, você irá encontrar muitas fotos pessoais, roupas típicas, instrumentos musicais, livros, mapas, tapetes, tecidos e muitos outros.
A Ucrânia se tornou o 3o maior exportador de grãos da Europa ( apesar de eu achar que já tem um pé na Ásia, a cultura ucraniana tem linguagem própria, voz e tem símbolos únicos como de prosperidade, paz e saúde.

A exposição não é grande e dá para ver tudo em 40 minutos. Enquanto a parte cultural, onde reuniu todas as lendas, folclores e objetos que traduz a essência do povo, a parte política/história achei extremamente tendenciosa e sensacionalista.
Primeiro, que não consegui enxergar fontes de onde foram tiradas as informações. É bem esquisito. Quem não entende de história ou quem nunca viu nada parecido, vai tomar aquilo como verdade absoluta e não é legal.

Depois que você sair da exposição, aproveite para ler mais sobre o que aconteceu com Ucrânia de outras fontes. É sempre bom saber mais antes de tirar qualquer partido, ok?

Bom, espero que gostem.

Endereço: Rua Pedro Lessa, s/n - Vale do Anhagabaú - Centro Histórico de São Paulo
Telefone: 11 30030100
Horários:  Segundas-Feiras às Sextas-Feiras: Das 09h00 às 17h00 // Finais de Semana : FECHADO
Site: CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS SP
Email: centroculturalsp@correios.com.br
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO
GRATUITO
Até 07.01.2020
Elevadores e banheiros adaptados a pessoas com dificuldade de locomoção.


VAI VIAJAR?

Você sabia que quando você faz qualquer reserva com um link aqui no blog, o "Somos Andarilhos" ganha uma pequena comissão? Sim, aqui também é trabalho. Obviamente que você não é taxado a mais por isso e com esse presente para você, ainda ajuda o "Somos Andarilhos a se manter de pé e produzir mais conteúdos incríveis e de qualidade! Quer ver mais viagens por aqui? Então, vamos reservar?


Bom, ficamos por aqui e quero agradecer IMENSAMENTE pela companhia nesse 2019. O blog sairá de férias e voltará dia 09.01.2020, com muitas novidades.
Obrigada pela paciência, pela confiança e por me acompanhar. Isso é muito importante para mim.

Bom Natal e um Próspero Ano Novo!
Sejam felizes!

Beijos festivos e até ano que vem.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

#291 CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL + EXPOSIÇÃO: CHIHARU SHIOTA- LINHAS DA VIDA - ENCERRADO

Hello, andarilhos! Tudo bem com vocês? Onde vão passar o Reveillón?


Chegamos a última semana de "Somos Andarilhos" de 2019 e a andarilha aqui precisa descansar. Passear é trabalho e também descanso.

Não vou me alongar muito, mas é certo de uma coisa eu sei. Sim, você precisa visitar a nova exposição do CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL que traz a EXPOSIÇÃO: CHIHARU SHIOTA - LINHAS DA VIDA.

Qual é o sentido da vida? Ela tem algum sentido? Precisa ter?

Pois é basicamente isso, que essa japonesa, Chiharu Shiota, nascida em Osaka no Japão e morando na Alemanha há 13 anos, nos conta.
Com curadoria de Teresa de Arruda, o Centro Cultural Banco do Brasil, em parceria com a JAPAN HOUSE apresenta mais de 70 obras que compõe a mostra retrospectiva "Linhas da Vida" que apresenta o o começo de sua carreira, lá em 1994 até os dias de hoje.

São 4 andares de algo intrínseco, introspectivo e muito pessoal. Ela utiliza de objetos cotidianos como: chaves, papéis, vestuário, cartas, pinturas, entre outros para fazer com que o visitante reflita sobre memória, o propósito ou o que fazemos com a nossa vida.

Um exemplo é a instalação inédita "Dois Barcos, Um Destino" (2019), duas carcaças de barco feitos de ferro e tiras de feltro. São centenas de linhas pretas adornando os barquinhos.
Uma alusão, a uma metáfora de que muitos querem controlar o rumo da vida. Em minha opinião, até dá por um momento, depois é só deixar esse barquinho seguir o seu curso. Não adianta brigar com o vento. É inútil.
Essa instalação é bem soturna e forte. É quase como se você saísse de um pesadelo ou de um sonho muito surreal.

Outra instalação maravilhosa é "Além da Memória" que dá para ver de todos os andares. São mais de 1000 papéis em branco. É um emaranhado de linhas e papéis onde ( pelo menos, eu) entendemos que cada ser humano tem o seu espaço a sua história e o seu propósito. Que ninguém é mais do que ninguém.

Chiharu é sublime e tem características muito peculiares. Assim, como muitos artistas, ela também sofreu uma espécie de bloqueio criativo. Tem alguns momentos da vida e da profissão que muitas vezes nos perguntamos se é isso mesmo que queremos e por ora, nada basta. E foi o que aconteceu: ela não se sentia conectada e entrelaçada com o seu Universo e parou de pintar.
Quer dizer, tentou pintar mais uma vez, quando a tinta que usava em uma de suas obras, queimou a sua pele. Sobrou resquícios de tinta para mais alguns meses ate sair tudo completamente.

E lá se foram 20 anos sem pintar e criar. Chiharu também teve complicações de saúde que quase impediram da artista engravidar. Quase, por que ela teve uma filha depois.
Chiharu é uma sobrevivente e persistente. Suas obras falam por si. Sua genialidade é algo único.
Eu adoro artistas cujas obras podem ser interpretadas de diversas maneiras. Acho que isso é a função da arte.
Cada um recebe a sua maneira e interpreta de acordo com a sua vivência e experiência. E isso é lindo.

Mais uma artista que eu não conhecia e que me apaixonei profundamente. E, acredito que você também se apaixonará.

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico de São Paulo
Telefone: 11 31133651
Horários: Quartas-Feiras aos Domingos: Das 09h00 Às 21h00 // Terças-Feiras: FECHADO
Site: CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL - SÃO PAULO
E-mail: ccbbsp@bb.com.br
POSSUI WI-FI
POSSUI CAFÉ
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO
GRATUITO
ATÉ 27.01.2020

That's all, andarilhos! Penúltimo passeio de 2019, as férias estão aí e nada melhor do que ir nessa exposição de uma oriental completamente profundas.


VAI VIAJAR?

Você sabia que quando você faz qualquer reserva com um link aqui no blog, o "Somos Andarilhos" ganha uma pequena comissão? Sim, aqui também é trabalho. Obviamente que você não é taxado a mais por isso e com esse presente para você, ainda ajuda o "Somos Andarilhos a se manter de pé e produzir mais conteúdos incríveis e de qualidade! Quer ver mais viagens por aqui? Então, vamos reservar?



Beijos reflexivos e até sábado.


sábado, 14 de dezembro de 2019

#290 PARQUE LINEAR MONGAGUÁ - FRANCISCO MENEGOLO: CONHEÇA A HISTÓRIA DESSE ITALIANO INESQUECÍVEL

Hello, andarilhos. Vocês estão bem? Muito bom ter vocês por aqui.


Que eu virei a louca dos parques, quem me acompanha aqui sabe. São mais de 100 e eu ainda nem cheguei na metade. Zerar parques? Meu Deus, claro que não dá. Será que dá?
Se eu fosse em um todos os dias, quem sabe?

Bom, o lugar de hoje foi totalmente por acaso que eu conheci. Foi dentro do busão passando depois da 1a visita ao Beco do Hulk, que eu já falei por aqui. Clica no link: BECO DO HULK.

Daí, fui chamada para uma segunda visita ao Beco e pensei; é hora de ir. Que tal passar um dia PARQUE LINEAR MONGAGUÁ - FRANCISCO MENEGOLO?


Mas, primeiro de tudo, QUE TAL CONHECER A HISTÓRIA DESSE ITALIANO INESQUECÍVEL:

QUEM FOI FRANCISCO MENEGOLO?

Frncisco Menegolo foi um imigrante italiano nascido em março de 1894. Esse ariano de sangue quente, chegou no Brasil, casado, com 3 filhos e fixou residência aqui na Zona Leste, em Ermelino Mattarazzo em 1941. Trabalhou para ninguém mais, ninguém menos para Francisco Mattarazzo ( aquele mesmo que morou no Parque do Piqueri. Clica aqui: PARQUE DO PIQUERI). Francisco era mecânico, chamou a atenção do Ciccilo que convidou para trabalhar na empresa. Era um operário que ficou na montagem e na manutenção das máquinas da companhia. Com a ajuda do patrão, Francisco comprou alguns lotes e sabemos que seus netos e bisnetos ainda moram no bairro.

Sem querer, se tornou um ativista e lutava por melhorias em seu bairro. O Chiquinho e sua esposa, Laura realizavam festas de São João que, segundo os moradores, eram memoráveis e muito frequentados por pessoas de outro bairro.

E foi assim, que se tornou membro da Sociedade Amigos do Bairro onde lutou por melhorias, como luz elétrica, transporte, asfalto, construção da Igreja São Francisco de Assis e várias outras coisas. Ele era quase um Walter Taverna, aquele senhorzinho que eu conheci e que é dono do Centro de Memória do Bixiga. Clica aqui também: CENTRO DE MEMÓRIA DO BIXIGA.

E assim foi, uma pessoa ativa e divertida, que fez tudo em nome das pessoas em seu bairro, até o dia de sua morte em janeiro de 1958, aos 63 anos. Muito, muito jovem.
Até que virou nome de rua na década de 1980 e por questões burocráticas, a placa da homenagem foi tirada e sua neta guarda esse presente em casa até hoje.

O PARQUE...


Inaugurado em 28 de Maio de 2011 e criado para garantir a área de preservação permanente do Córrego Mongaguá ( por isso, o nome do parque ) e também drenar a região, o parque se apropriou da área para memorizar o curso dágua.

São 2 km de extensão, com uma parceria entre a Prefeitura e Sabesp garantindo a área de preservação desse afluente. E, com a ação do vereador Chico Macena, a família conseguiu que o governo acrescentasse o nome do Francisco Menegolo no parque, em homenagem a esse homem que fez tanto pelo bairro.

Então, são 8 anos de uma área de lazer onde os moradores do bairro buscam fugir de estresse e conseguir descansar em meio a uma área bem verde.
Sim, o parque é uma gracinha e a fauna e flora são bem presentes. Ao ficar ali, você pode ver pardais, bem-te-vi, sabiá-laranjeira, bico de lacre e outras aves.
E você pode descansar no meio de árvores como jambeiro, bambus, cacto-rosa e até espécies em extinção como pinheiro-do-paraná.
São mais de 109 espécies de árvores de tudo que é jeito, enfeitando esse parque super diferente.

Sim, conseguimos descansar nele e pode deitar na grama, se quiser. Há aparelhos de ginástica, um mini labirinto, bancos para jogar xadrez, bancos parar ler um pouco, quadras poliesportivas, sanitários, rampas de acesso para cadeirantes, trilha de corrida e até uma ponte diferentona para tirar fotos. É nessa ponte que embaixo dela fica o córrego. Sim, infelizmente está sujo e é mais um a caso de descaso do poder público. Mas isso é assunto para outro post e não, o córrego sujo NÃO te atrapalhará em nada. Pode confiar! O parque fica no meio de uma rua bem movimentada e em seu entorno tem muita coisa bacana. Se sentir fome, você irá encontrar: lanchonetes, padarias, restaurantes e sorveterias. Também tem lojas de roupas, igrejas, mecânicos e muito mais.

Ah, eu curti o parque e me surpreendeu muito. Achei um gracinha e dá para perder ou ganhar algumas horinhas ali para descansar.

Estão vendo o que é exercitar o olhar? Eu estava de ônibus e percebi esse parque que parecia ser muito incrível à primeira vista.
Dei uma chance e não me arrependi. Adoro descobrir esses parques tão distantes para uns.
São Paulo não é só Ibirapuera não.

Endereço: Rua Professor Antonio de Castro Lopes, 90 - Ermelino Matarazzo
Telefone: 11 22141892
Horários: Aberto 24 horas diariamente
SEM SITE
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO
GRATUITO

That's all, andarilhos! É muito bom conhecer esses lugares tão afastados do Centro. Vá sem preconceitos, pegue seu doguinho, chama a família, seu crush ou seus amigos e passe uma tarde mega feliz!


Beijos voluntários e até quinta que vem


quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

#289 COMPLEXO CULTURAL FUNARTE + EXPOSIÇÃO: MUIRAPIRANGA DE ELIZABETH TITTON: COMO NOS DISTANCIAMOS TANTODA NATUREZA?

Hello, andarilhos. Tudo bem? Como estão os preparativos para o final de ano?


Vocês bem sabem que eu amo uma exposição e o lugar de hoje é bem icônico. Nunca tinha ido nele para passear, apenas para resolver algo que foi muito importante da minha vida.
Ele também é o escritório da Biblioteca Nacional -  Escritório de Direitos Autorais aqui em São Paulo. A matriz fica no Rio de Janeiro, para quem não sabe.
Então, meu dois primeiros livros e até esse blog foram registrados aqui.
Ou seja, muito importante.

Então, vamos conhecer a FUNARTE e imergir na exposição MUIRAPIRANGA da artista ELIZABETH TITTON?


Um breve histórico...


Uma das instituições de arte mais importantes do país, a Funarte foi criada em 1975 para promover, divulgar e incentivar a atividade artística brasileira.
Em seu começo, a FUNARTE englobava apenas música ( popular e erudita ) e artes plásticas/visuais. E hoje, engloba vários tipos de arte, além das duas: circo, teatro, dança e a preservação da memória das artes e pesquisa sobre todas essas categorias envolvidas.
É a única instituição com base para tratar desses assuntos de forma única. São mais de 40 anos trabalhando na formação de público, capacitando artistas, técnicos, disponibilizando acervos, apoiando eventos culturais, oferecendo oficinas e mantendo seus espaços culturais na Região Sudeste e Distrito Federal.
Foi presidida por diversos nomes famosos como: Ziraldo, Sérgio Mamberti ( Sim, o Doutor Victor do Castelo Rá-Tim- Bum), Stepan Nercessian, entre outros...

E além de ser um espaço único, gostoso e lindíssimo para conhecer, passar o tempo, tirar fotos e ter um dia cultural simplesmente incrível.

Bora para a exposição?


MUIRAPIRANGA by ELIZABETH TITTON

Como você se relaciona com a natureza? Pois então, desde o dia 5 de Outubro, a Funarte e a artista Elizabeth Titton nos convida a ver a exposição: Muirapiranga.
O nome, baseado em uma árvore amazônica parecida com o pau-brasil e de cor avermelhada, são obras de grande porte, feita em aço oxidado.
Seu trabalho tem muita relação com a natureza e culturas tradicionais indígenas.

A artista paranaense nos dá a oportunidade de nos questionarmos e pensarmos em em como nos distanciamos tanto da natureza.
São esculturas enormes que remetem as formas naturais e que nos aguça todos os sentidos. Peixes, árvores, nuvens, flores são a graça.
Elizabeth juntou a corrosão do aço que dá a ideia de esquecido, degradado e abandonado e transformou em coisas delicadas que aproxima do que é belo, sensível e humano.
Além de tudo, transmite sensação de calor, de fogo, de mutação e de metamorfose.

São obras lindíssimas e que segundo a autora da exposição, muitas vezes, deixamos de perceber aquilo que está a nossa volta.
E é verdade: estamos tão preocupados olhando para dentro de si ou estamos abduzidos pela tela de nosso celular que não percebemos detalhes ou mesmo a natureza ao nosso redor.
Incrível como muitos artistas tem o pensamento igual. Elizabeth, em seu discurso, fala que a arte é para absolutamente todos, onde podem olhar, tocar, imaginar e refletir.

Semana passada, falei do Alphonse Mucha, um tcheco, que também compartilha com o mesmo pensamento dela. Clique aqui: ALPHONSE MUCHA.

E, por falar em dificuldade de ver, aqueles cegos de ocasião que só vê o que realmente importa, totalmente alheio ao seu redor, Elizabeth é inclusiva.
Então, pensando nisso, nos deficientes visuais; 7 obras foram impressas em tamanho 3D com aproximadamente 40 cm de altura, para que possam tocá-las e senti-las, por meio do tato e ver como foi feito o material.

Da consagração da cultura indígena impregnada em suas obras à condecoração da natureza. Da leveza ao tratar de nosso distanciamento do nosso solo sagrado à homenagem ao nosso universo. Do observar ao caminhar, Elizabeth diz absolutamente tudo o que a nossa alma grita e não percebemos.

Vale a pena, tirar uma tarde e ver a grandiosidade e o talento dessa artista única e ter essa leitura tão poética da natureza.

Endereço: Alameda Nothmann, 1058 - Campos Elíseos - Galeria Flávio de Carvalho
Telefone: 11 3662 5177
Horários: Terças-Feiras às Sextas-Feiras: Das 10h00 às 18h00 // Sábados e Domingos: Das 14h00 às 21h00
Site: FUNARTE
SEM ESTACIONAMENTO
GRATUITO
ATÉ 19.01.2020

É isso, andarilhos. Amei conhecer esse espaço que eu ainda não conhecia. Tire muitas fotos. Irão ficar lindas!

Beijos culturais e até sábado!



sábado, 7 de dezembro de 2019

#288 JAPAN HOUSE + EXPOSIÇÃO: ISTO É MANGÁ - A ARTE DE NAOKI URASAWA - ENCERRADO

Hello, andarilhos. Tudo bem com vocês? Vão fazer o quê hoje?


Que eu amo ler não é segredo para ninguém e que eu devo muito ao Maurício de Souza. Aprendi a ler com gibis aos 3 anos. Sim, foi muito cedo.

E alguns anos atrás, ensaiei a ler alguns mangás como "Bleach", "Another" e alguns outros... mas, parou por aí.

E aí, sábado, algo me despertou de novo. Vamos conhecer NAOKI URASAWA e conferir a exposição "ISTO É MANGÁ"?

Inaugurada no finalzinho de Outubro na Japan House, que é um centro de difusão da cultura japonesa, divulgando desde a arte milenar até a contemporânea que também conta com uma lojinha e um restaurante, café, espaço para oficinas, um jardim bem fofo e espaço para palestras e eventos, essa exposição nos traz a obra de Naoki Urasawa.

Esse quadrinista japonês, de 59 anos ( que eu dava bem menos, muito menos ), começou sua carreira no comecinho dos anos 1980, onde se destacou com a obra Yawara, que é uma garotinha adepta das artes marciais. Pelo o que eu vi, a história é muito bonitinha.
A série terminou em 1993 com 29 volumes encadernados e até uma série animada e adaptações para o cinema.

Essa Exposição que já passou por Londres e Los Angeles, nos Estados Unidos, percorre esse universo do autor que contém mais de 400 desenhos e storyboards e que aborda universos distintos como ficção científica, terror, esporte e mistério.
Há biombos com quadrinhos inteiros possibilitando essa vivência ( ah, nessa parte é proibido tirar fotos. Direitos autorais, baby! Respeite!)

São vários personagens e destaco um que me deixou completamente curiosa para conhecer melhor, que é o Billy Bat, um morceguinho detetive meio gangster, do qual ele é designado para resolver inúmeros mistérios. A história se passa em 1949.
Me lembrou muito da Turma do Arrepio daqui. Só quem é andarilho velhinho, se lembra do que eu estou falando.

Eu poderia dar os detalhes de todos os personagens aqui, mas a ideia é fazer com que você entre no universo do Naoki e se eu contar tudo, com certeza, perderá a graça.

E o mangá faz parte da 9a arte ( alguém sabe quais são as outras 8? Desafio para vocês.) e extremamente importante para a cena cultural japonesa. Faz parte essa identidade e já faz um tempo que os mangás se tornaram os queridinhos do povo ocidental, principalmente para uma galera nerd/geek.

A cultura nipônica é fantástica e o mangá tem um público tão cativo que acho que é preciso ter curiosidade para conhecer mais.
E que tal começar pelo Universo de Naoki Urasawa, esse cara super cool, nascido em Tóquio, premiado internacionalmente, publicado em mais de 20 países e reconhecido pela força de sua narrativa, com personagens profundos e complexos, ideias inovadoras e amante de música como The Beatles ( xiii, não vai para o céu!) e Bob Dylan.

Ah, e sabe o que eu senti falta? Mangás dele para vender. Mancada não ter, hein, Japan House?

Deu para perceber que eu amei a exposição e estão vendo? Até então, eu nem sabia da existência do Naoki e me apaixonei.
É só ir com a mente aberta.

Endereço: Avenida Paulista, 52 - Bela Vista
Telefone: 11 30908900
Site: JAPAN HOUSE
Horários: Terças-Feiras aos Sábados: 10h00 às 20h00 //  Domingos e Feriados: 10h00 às 18h00 //  Segundas-Feiras: FECHADO
Estacionamento próximo ao Shopping Paulista
GRATUITO
Classificação indicativa: 12 anos

É, isso, andarilhos. Ficamos por aqui e alegre por ter colocado mais coisinhas em minha bagagem. E mangás são super legais.

Beijos nipônicos e até quinta que vem!


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

#287 FIESP + EXPOSIÇÃO: ALPHONSE MUCHA - O LEGADO DA ART NOUVEAU: A MAIS DELICADA CATEGORIA DA HISTÓRIA DA ARTE - ENCERRADO

Hello, andarilhos. Vocês estão bem? Já estão preparados psicologicamente para o Natal?



Quem me acompanha por aqui, sabe que eu adoro uma exposição e mesmo, não conhecendo muito a obra de um determinado artista, minha curiosidade é grande e fico ainda mais feliz de colocar novas referências em minha malinha.
É tão bom.

Vamos na FIESP e conhecer o ALPHONSE MUCHA: O LEGADO DA ART NOUVEAU?


O QUE É ART NOUVEAU?

Antes de falarmos sobre a exposição, precisamos entender rapidamente e grotescamente o que é art nouveau.

Art Nouveau surgiu no começo do século 20, na Europa, durante a Bélle Époque que foi um grande marco no comportamento artístico, intelectual e cultural.
E após 2a Guerra Mundial, a cena cultural ficou em evidência e estava em grande ebulição: grandes cabarés surgiram, o cinema estava em alta e a arte apresentava novas formas e com isso, a arte nouveau surgiu.

Enfim, a art nouveau era a valorização da suavidade dos movimentos, ornamentos, cores vivas e sinuosas, baseada nas formas elegantes da natureza como plantas e flores e mulheres e extremamente decorativas.

Basicamente, a art nouveau é isso. Sugiro que você estude melhor sobre. Vale a pena.

Mas, agora vamos à exposição que ficou em cartaz pela Ásia, Estados Unidos, Europa e chegou aqui no Brasil em 18 de Setembro e que devido ao grande sucesso, foi prorrogada para janeiro/2020.

Alphonse Mucha nasceu em Ivanice, atual República Tcheca em 1860 e se tornou um dos artistas mais destacados do século XX.
Nacionalista, Alphonse achava e fazia arte para absolutamente todos. Sua opinião era de que todo mundo devia ter acesso a cultura e com isso, o mundo ficava melhor.

Principal expoente da Art Nouveau, a FIESP mostra a coletânea de trabalhos desse artista que ainda é referência mundialmente, que transitou pela pintura, fotografia, cenografia e até escultura.

São quatro ambientes, com 100 obras cujo artista tentava mostrar a beleza da mulher em traços finos e delicados.
Claro que todo artista tem a sua musa inspiradora e com ele não poderia ser diferente: SARAH BERNHARDT, a maior atriz do seu tempo. Como se fosse uma Paolla Oliveira, Juliana Paes ou Ana Paula Arósio.

E daí, o mundo da arte jamais seria o mesmo depois dessa parceria. Sarah posou para ele em um cartaz de "Gismonda". Ela já estava na meia-idade e ele fez com que ela parece uma verdadeira donzela.
Sarah ficou tão alucinada pelo trabalho dele, que o contratou para mais 6 anos. E, com isso, passou a fazer cartazes, figurinos, cenários e adereços para as suas peças e para o Teatro Renaissance.

Mucha fazia de tudo para destacar a sua beleza e chegou a desenhar jóias exclusivas para a moça. E, com essa parceria, Sarah se tornou uma das atrizes mais conhecidas e desejadas do mundo e ele, começou a viajar para o exterior e realizar exposições individuais e já estava tão conhecido que ele começou a desenhar para calendários, maços de cigarros, pratos, latas de biscoitos, entre outros.

Mas, não.. Alphonse e Sarah nunca tiveram um caso. Pelo menos, não em público. Sarah morreu e por décadas, continuou a ser lembrada pela sua beleza e talento. E ele, se casou em 1910 e teve 2 filhos.

Não dá para ficar sem contemplar a sua obra. Eu, que não conhecia e que não tive essa  aula de História da Arte da faculdade, adorei conhecer um pouco mais sobre esse tcheco que também tinha como inspiração, o folclore eslavo, misticismo e até ocultismo.

Claro que, artista que é artista, tem que ser perseguido de alguma forma, por algum poder controlador e com ele, não foi diferente.
Foi pego pela Gestapo para explicar quais eram os tipos de obras dele e morreu de pneumonia em 1910.

Pois bem, e até hoje, Mucha é referência em diversas categorias: como discos do Led Zeppelin e Pink Floyd, capas de HQ da Marvel, mangás japoneses e diversas animações coreanas.

E se você quiser conhecer mais sobre esse ser iluminado e muito a frente do seu tempo: tem muito mais dele no Museu Mucha, em Praga, na República Tcheca e também na Galeria Nacional de Praga.

Pois bem, acho que deu para perceber o quanto eu amei conhecer o trabalho desse cara e que sempre esteve tão presente em nosso cotidiano, como embalagens de biscoitos e nunca demos conta disso.
É por isso que eu amo tanto exposições: me traz perspectivas diferentes e conhecer essas coisas me traz uma visão tão ampla de mundo.
É maravilhoso.

Curtiu?

Endereço: Avenida Paulista, 1313 - Cerqueira César
Telefones: 11 35494499
Horários: Terças Feiras aos Sábados: Das 10h00 às 22h00 // Domingos: Das 10h00 às 20h00 // Segundas-Feiras: FECHADO
Site: FIESP
E-mail: relcionamento@fiesp.com
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO
POSSUI CAFÉ
POSSUI WI-FI
GRATUITO

Ficamos por aqui, andarilhos. Se programe o quanto antes e vá descobrir o quanto o mundo pode ser mais belo.

Beijos delicados e sábado!


sábado, 30 de novembro de 2019

#286 MUSEU DE ZOOLOGIA DA USP: "UMA NOITE NO MUSEU" EM TERRAS TUPINIQUINS

Hello, andarilhos. Tudo bem com vocês? Já sabem onde vão passar as festas de final de ano?


Quando o "Somos Andarilhos" surgiu e eu estava pesquisando lugares para ir que nem uma doida, o lugar de hoje, foi um dos primeiros que apareceu.
Sempre fiquei ansiosa em conhecê-lo e depois de quase 3 anos de blog, eu fui visitar e apesar de ter achado pequeno, foi impressionante.


Vamos voltar no tempo no MUSEU DA ZOOLOGIA?

Localizado em um casarão da década de 1940, na mesma calçada do Museu do Ipiranga, o Museu de Zoologia existe desde 1890 quando diversas coleções começaram a formar o Museu Paulista ( sim, o do Ipiranga ). E uma curiosidade, foi inaugurado no mesmo dia do Monumento da Independência ( aquele da cripta que repousam os restos mortais de Dom Pedro e Dona Leopoldina).

Pois bem, o museu foi idealizado e construído a partir de doações de uma coleção de história natural que pertenceu ao político, banqueiro e empresário Francisco Mayrink.
Andarilho e viajante que só ele, conseguiu essas peças, através das suas viagens.

E junto com a sua coleção e com a coleção de outro homem super importante, o Joaquim Sertório que já estava disponível em 1870, esse museu começava a tomar forma.

Foram 40 anos de muito trabalho e estudos com o auxílio de coleções zoológicas, botânicas e históricas.

Por ser um dos maiores detentores de um acervo zoológico da América Latina e de um conhecimento único da biodiversidade brasileira e global, foi a primeira instituição brasileira a ser e conhecida como depositária pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético ou para ficar mais fácil, Ministério do Meio Ambiente.

Para mim, é um dos museus mais importantes e necessários que o país tem, pois além de 10 milhões de espécies preservadas, também há replicas impressionantes de dinossauros, como o Tapuiassauro com 11 centímetros de comprimento por 7 de altura e o Carnotauro com 7 metros de comprimento e 3 metros de altura, além de animais taxidermizados com mais de 700 animais expostos, da fauna brasileira divididos entre moluscos, insetos, anfíbios, mamíferos, répteis, aves, entre outros.

E para o desespero dos conservadores de plantão: obviamente que a teoria da Evolução de Charles Darwin está exposta para você ler e entender o que ele sempre quis dizer e você verá uma seleção de crânios desde o hominídeos até o homo-sapiens.
Quer você conteste, acredite ou brigue sobre isso, essa teoria existe e não sou eu que vou contestar Charles Darwin. Sinto muito!

Outro ponto importantíssimo sobre o Museu de Zoologia é que eles tem uma importante participação na formação de zoólogos, pois seu acervo que conta com uma biblioteca com mais de 100 mil volumes sobre o tema servem como base para a educação desses estudantes que vem pesquisar e abranger conhecimento para a sua futura profissão.

Estão vendo como estudar Ciências é importante? Na escola, eu não suportava, mas hoje vejo que sem isso não existimos. E é extremamente essencial ter um museu como esse que zela por essa biodiversidade, que faça esse monitoramento ambiental, estude mudanças climáticas e proteja dados importantes em biologia evolutiva, paleontologia ( ALÔ, ROSS!!!!), ecologia e biologia molecular.

Achei um pouco lotado, mas isso é maravilhoso e é melhor estar em museus do que andando bobamente por shoppings e não agregando nada em sua vida.

Curtiu? E já te dou a dica: tire um dia para fazer uma trinca de passeios que combinam: MUSEU DE ZOOLOGIA + PLANETA INSETO + MUSEU CATAVENTO.

Endereço: Avenida Nazaré, 481 - Ipiranga
Telefone: 11 2065 8100
Horários: Quartas-Feiras aos Domingos: Das 10h00 às 17h00 ( entrada permitida até 16h30) // Segundas-feiras e Terças-Feiras: FECHADO
Site: MUSEU DE ZOOLOGIA
FACEBOOK: https://www.facebook.com/mzusp/
E-mail: mz@usp.br
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO
POSSUI WI-FI
GRATUITO

Pois bem, ficamos por aqui. O Museu deu Zoologia foi uma surpresa e tanto e eu, que nem gosto de ciências, sei o quanto esse museu é absurdamente importante e que tudo precisa ser explorado, visto e contado.


Beijos evolutivos e até quinta!