quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

#201 MUSEU DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA // PALACETE CONDE DE SARZEDAS

Oi, oi, oi, andarilhos! Tudo bem com vocês? O que estão planejando para o fim de semana? Contem para mim.

Se alguém me perguntasse qual é o tipo de lugar que eu mais gosto de ir na vida, acho que eu não hesitaria em responder museus.
Tudo bem, poderia ser sorveterias ou parques, mas sorvete a gente come e vai embora e parques, adquiri o costume de ir regularmente, depois do blog. Então, certamente é museu porque esse hábito existe desde que eu era criança. Teatro vem em segundo, cinema em terceiro lugar e bibliotecas/livrarias ficam em quarto.
Então, ligando uma coisa na outra, eu fico surpresa o quanto São Paulo me surpreende todos os dias. Eu amo cada cantinho, cada buraquinho, cada ruela... é sempre uma novidade que vem até você.
E o lugar de hoje é assim. Via por foto, achava a coisa mais linda do mundo e sonhava em conhecer. Até que chegou o grande dia.
Assim que cheguei na rua, fiquei alguns minutos olhando bobamente para ele, por que distoa completamente da arquitetura ao redor e segundo, porque parece coisa montada.Algo que não existe.

Vamos pirar no MUSEU DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA? Ou melhor dizendo, vamos entrar no humilde PALACETE CONDE DE SARZEDAS?


O INÍCIO...

Primeiro de tudo, Conde de Sarzedas não foi exclusivamente uma única pessoa. Foi um título que pertenceu a vários homens.
Pois bem, como eu já disse diversas vezes, muito antigamente, São Paulo era constituída por chácaras e cada bairro tinha o seu dono, seu lote e suas terras.
E, nessa terra que hoje está o Palacete, entre a Sé e a Liberdade, pertenceu a um carinha muito importante. O filho do governador da capitania de São Paulo entre 1780 a 1797. É tempo pra mais de metro. Pensam que ele foi pouca porcaria? Ele foi muita porcaria. Ele foi o vice-rei da Índia no começo dos anos 1800.
Mas, suas terras foram vendidas para uma mulher muito rica, que ordenou que ali fosse construído ruas e que tivesse espaço para carruagens, carroças e outros transportes passassem.
Então, novamente foi vendido. E foi aí que o castelinho começou a nascer. O dono era o deputado de São Paulo, Luís de Lorena. Apaixonado, viajado e muito rico, encondou a estrutura do palacete para dar a sua mulher que tinha 18 anos na época e que era francesa, a Louise Belanger. O homem já tinha 60 anos de idade. O palacete começou a ser chamado pelos vizinhos de: Castelinho do Amor. Esse apelidou pegou e todos conheciam por esse nome.
Materiais nobres e importados foram usados na construção.
E como de praxe, gente muito rica gostava de dar festas luxuosas. Tudo era motivo para reunir a alta sociedade. Mas, a temática das maiorias das festas, era para que políticos solteiros saíssem do palacete com alguém.
Eles moraram por lá, durante um tempo, o deputado morreu e ainda assim, esposa, o filho deles e a nora ficaram mais um pouco e saíram da casa em 1939. Daí, por lá passaram mais alguns moradores e o tempo foi passando, passando, não houve interesse de compra por mais ninguém e o palacete começou a ruir.
Mas, já imaginou que lindo: o seu crush construir um palacete em sua homenagem? Não é de arrepiar? Ou você nem liga muito para isso?
Sinceramente prefiro a minha parte em comida. Ou sorvete...


O MUSEU...

Nesse palacete lindíssimo está o Museu do Tribunal de Justiça que foi inaugurado em 1o de fevereiro de 1995. Era em outro lugar antes, com poucos documentos e materiais.
Somente em 2007, foi transferido para o Palacete, que sofreu uma grande restauração antes de tudo. Estava precisando.
São quase 1000 metros de uma decoração única e um acervo que conta toda a história da evolução do Poder Judiciário Paulista.
Sim, aquele ditado existe: a justiça tarda, mas não falha.
Mas, não só o acervo que é de tirar o chapeú. Toda a decoração é de ficar com o queixo caído.Os vitrais são a coisa mais linda. É de deixar qualquer igreja com inveja. A decoração no teto, na parede e até no chão é algo absurdamente lindo.
Sem contar que parece que voltamos aos séculos 18 ou 19 e vamos parar em algum outro lugar que não seja São Paulo de hoje.
Enfim, voltando... a primeira sala é representada por diversas cadeiras e nos dá a entender como é que era um Juri nos primórdios.
Aliás, tem alguns objetos que me deixaram estarrecidas: algo como grilhões que eram usados em escravos. Fiquei tão nervosa que esqueci o nome daquela geringonça.
Ali, também abriga exposições permanentes e temporárias.
Também podemos ver vestuários em ótimo estado de conservação, máquinas de escrever, calculadoras e até os processos de crimes famosos como: o Crime da Mala ( quem lembra?), o Crime do restaurante chinês e outros crimes, como o primeiro crime julgado em 1874. Quer saber se o meliante foi absolvido ou não? Só indo lá para saber.

O bom de lá é que simplesmente eles deixam tocar nas coisas. Isso é maravilhoso. Até sentei para fingir que estava datilografando alguma coisa.
Outra coisa maravilhosa é que os bancos originais que pertenceram a Marquesa de Santos ( aaaah, Marquesa. Minha best friend!) estão ali, prontos para que alguém tire fotos com eles.
Bom, a composição do acervo é bem eclética. Realmente, tem de absolutamente tudo. Mas, todas conversam entre si e combinam com todos os anos de História do Tribunal bandeirante.
Inclusive, lembram do post do Obelisco? Onde estão enterrados os heróis de 1932 e que eu postei no dia do niver de São Paulo?
Pois então, nesse museu aqui, estão os itens utilizados por eles: tipo uma baronete, granadas, balas, cantis, capacetes estourados, marmitas ( sim, marmitas), bússolas,roupas e uma breve história do que foi a Revolução Constitucionalista de 1932, além de livros ( que podem ser mexidos). Inclusive, nessa sala, está o primeiro brasão que São Paulo teve em sua história.

Para mim, os objetos mais curiosos desse acervo, com certeza é uma escarradeira ( preciso dizer para o que serve essa coisa nojenta?), um gramofone ( que eu sempre quis ter um), o banco da Marquesa de Santos e com certeza, todo o arsenal utilizados por nossos heróis.

Em 2002, o local foi tombado pelo CONPRESP ( Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico) e é bem legal, os organizadores de tudo isso, ter o pensamento com a finalidade de transformar em algo cultural para mostrar mais um pouquinho da nossa história para os paulistanos. Mesmo que seja a história da Justiça Brasileira e paulistana. Sim, não deixa de ser muito interessante.
É realmente maravilhoso saber é mais um local histórico e infelizmente, tão pouco conhecido.
E nem está na rota turística tradicional de São Paulo. É algo bem triste.
Então, bora divulgar para que as pessoas conheçam mais e melhor, não é mesmo?


Endereço: Rua Conde de Sarzedas, 100 - Centro.
Telefone: 11 3295 -5815
Horário de Funcionamento: Terças-feiras às Sextas-Feiras: Das 11h00 às 17h00 // Sábados, Domingos e Segundas-Feiras: FECHADO (Sim, somente de semana)
Site: https://www.tjsp.jus.br/Museu
Opções de visita agendada e com monitoria: 11 3295 5819 // 3295 - 5816
ENTRADA GRATUITA
POSSUI ESTACIONAMENTO

Então, é isso, andarilhos. Nada melhor do que conhecer lugares novos e lindos. Vamos divulgar mais a nossa cidade. É tão importante isso. E não falo só de São Paulo não. O Brasil é maravilhoso e precisa ser melhor tratado. Vamos cuidar do nosso quintal.

Beijos jurídicos e até sábado.







Nenhum comentário:

Postar um comentário