sábado, 9 de dezembro de 2017

#89 MEMORIAL PENHA DE FRANÇA

Olá, andarilhos. Tudo bem com vocês! O que vão aprontar hoje? Chegamos ao penúltimo post da segunda parte sobre o bairro da Penha. Deixei o melhor para o final.

Quem me conhece e eu já disse por aqui que eu amo um museu. Ao contrário do que muita gente pensa, museu não é chato. Museu nos conta histórias que deixaram de ser contadas oralmente e que para preservar a memória de uma época, de um povo, de uma geração, de um comportamento, ele está ali, para não se tornar esquecido. Para que a nossa história não se perca e que a nossa identidade e a do outro seja mantida, que possamos nos identificar mais com as pessoas e enxergar semelhança no diferente.
Talvez seja para isso que um museu está ali e não consigo entender quem é alheio a tudo isso... E acho que todo bairro deveria ter um.

O lugar de hoje é o MEMORIAL PENHA DE FRANÇA. Eu sempre passava em frente, mas nunca tive tempo de ver como era. Curiosidade existia, mas iria chegar o momento certo. O primeiro contato com eles, foi alguns anos atrás quando eu soube que eles oferecem cursos de fotografia. Até me inscrevi em um momento, mas não pude fazer.

Então, quando veio a ideia de fazer um vídeo sobre a Penha junto com a Monique Carmona, esse foi o primeiro lugar que eu pensei em gravar, justamente por contar a história desse bairro tão histórico e tão lindo. Com a ajuda do curador do museu, Francisco Folco pudemos passar uma hora ali agradabilíssima e pude saber mais ainda de uma Penha que eu não cohecia. Ele é o máximo, muito gentil, prestativo e muito simpático. Gratidão eterna!

O sobrado é a coisa mais fofa do mundo. Foi construído na década de 1930 e foi tombado pelo Patrimônio Histórico.
O espaço é bem acolhedor, você realmente sente que está na casa de algum amigo, algum parente ou alguém bem próximo. Me fez lembrar muito da Casa Tombada que eu já falei por aqui no post no 57. Confira lá também.
No Memorial, logo de cara, vemos um espaço de convivência, um café super arejado dos quais alunos e curadores podem trocar ideias e experiência sobre o bairro da Penha e os cursos oferecidos, além de saraus e contações de histórias.
Há uma sala com mais de 600 imagens restauradas, contando a história. A mais velha delas é de 1905. Muitas fotos em preto e branco nos mostra como era o comportamento da época. Desde os bondes ( meu bisavô foi cobrador ) até as competições feitas no Rio Tietê quando ainda era limpo, mostra que a Penha sempre foi um bairro agitado.

Com o medo desse acervo se perder e graças a iniciativa de pessoas como o próprio Francisco , foi criado um fórum de preservação entre historiadores, arquitetos, entre outros para que tudo ficasse conservado.
Há também depoimentos de moradores antigos e que fizeram história na região. Com a ajuda de uma escola da região e também da curadora do museu, essa relatos foram coletados na década de 1990. Como a maioria já morreu, esse acervo se torna ainda mais único, intrigante e especial.

Muita gente não tem ideia do quanto o bairro da Penha foi importante. Tem uma história riquíssima e importante e não fica muito atrás de outros bairros de São Paulo ou municípios brasileiros. Simplesmente foi caminho de muitos tropeiros e mercadores, foi caminho do ciclo do ouro, serviu de estalagem para D. Pedro antes de gritar pela Independência, viu o crescimento do café, da agricultura e do comércio
É incrível como os próprios moradores do bairro não sabem da existência e muitos que nem se interessam. Não consigo entender. Gente assim para mim, só está rascunhando a sua própria vida.
Além de tudo isso, o Memorial promove encontros culturais e é reduto dos amantes, da arte, fotografia, literatura entre outros.

Para quem se interessar: o Memorial também oferece cursos de :

- Fotografia;
- História da Arte

É incrível que ainda existam pessoas que nos passe a importância da arte em nossas vidas. Nos tempos sombrios em que estamos vivendo, temos como arma o nosso conhecimento e só a arte pode nos dar um amplitude maior do que pode vir a ser o ser humano. Não podemos perder esses valores culturais. Precisamos buscar isso. De verdade.
O Memorial passou a existir em 2004. Faz pouco tempo, mas é tempo suficiente para buscarmos o que o bairro mais antigo de São Paulo tem de melhor. É só abrir os olhos.

Quanto ao Francisco Folco, adorei ter conhecido a sua pessoa e muito obrigada pela gentileza. De verdade!

Para quem quiser conhecer o espaço, a história do bairro ou fazer os cursos:

Endereço: Rua Betari, 560 - Penha
E-mail: contato@memorialpenha.com.br
Telefone: 11983007435
Site do Memorial: http://www.memorialpenha.com.br/

Lá não é aberto ao público diretamente. Entre em contato e agende uma visita.

Bom, andarilhos. Espero que vocês estejam gostando dessa minha aventura. É uma delícia proporcionar isso a vocês. De verdade!

Beijos, beijos, beijos!






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