#15 TEATRO PORTO SEGURO + "ROCKY HORROR SHOW" - ENCERRADO

Salve, salve andarilhos! Finalmente, Carnaval acabou!

O post de hoje não era para ser agora. Mas, como restam algumas semanas para acabar, é preciso que seja e o que eu vou relatar aqui, te faça assistir uma peça teatral bacana e uma das melhores da temporada.

Quem me conhece, sabe o quanto eu amo teatro. Amo de verdade. É algo que corre em minhas veias e parte disso devo aos meus pais. Quando eu era criança, toda semana religiosamente eu assistia , pelo menos umas 3 peças teatrais. Não é muito difícil entender os vários motivos do qual eu precise ouvir uma boa história a ser contada.
Eu poderia falar sobre essa minha relação com o teatro aqui durante horas, passaria a noite aqui escrevendo e ainda não conseguiria terminar. Quem sabe outra hora? O assunto de hoje não é sobre um lugar exatamente. Preciso falar sobre esse lugar, mas o intuito aqui é falar sobre essa peça que é um sucesso absoluto há mais de 35 anos anos, no mundo inteiro, com fãs extremamente fieis à história que apesar de ter sido escrita em 1973, continua sendo atualíssima:

"ROCKY HORROR SHOW"

Foto extraída do site do Teatro Porto Seguro

"Rocky Horror Picture Show", foi escrita por um ator britânico, Richard O'Brien, na época desempregado, para um pequeno teatro. Só depois que o roteiro foi adaptado para o cinema, em 1975, estrelado pelo magnífico ator Tim Curry.
É uma grande homenagem aos filmes considerados B ( baixo custo, produção pífia e histórias fracas ), de terror e fiçcão científica das anos 40 aos anos 70.

A história fala sobre um casal de noivos (Janet Weiss e Brad Majors) que decidem voltar à sua cidade natal, onde se conheceram, para convidar o professor de ciências para ser padrinho do casamento futuro. Até que, por um golpe do destino, o pneu do carro fura em meio ao uma grande tempestade e eles se veem obrigados a pedirem ajuda.

Eles encontram um castelo e pedem para fazer um simples telefonema. Seres estranhos moram ali junto com o dono do castelo, o cientista alienígena transexual/bissexual Dr. Frank n'Furter que está prestes a dar vida a uma nova criatura, para o seu puro deleite: Rocky.
Algo como uma espécie de Dr. Frankenstein moderno da escritora Mary Shelley ao dar vida para seu Adão. ( O nome do monstro era Adão, nunca Frankenstein ).
E tudo isso se transforma em um musical delicioso de ser apreciado.
A cenografia, simples, porém incrível, facilita a construção de um ambiente muito bem pensado para que os atores deem vida aos seus personagens

Para quem ama rock'n roll, assim como eu, é um presente chegar ali e ver quase 2 horas, nove vozes deliciosas de serem ouvidas ( são 11 pessoas no elenco, mas só 9 cantam ). A trilha sonora é perfeita.
Na época em que a peça foi escrita, o rock estava em seu auge: Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Kiss, Scorpions eram sucesso absoluto e influências como glam rock ( garotos com cabelos enorme, maquiagem pesada, roupas bufantes e botas com salto altíssimo ) ditavam um pouco do comportamento dos jovem daquela década.

O movimento glam rock/hard rock dividia espaço com outro movimento que estava vivendo o seu auge, principalmente na Inglaterra, o Punk que pregava a liberdade e o anarquismo, totalmente diferente da vibe paz e amor que os hippies, acreditavam até o final da década de 1970.
Se com o filme, existia uma Susan Sarandon, ainda iniciante, sem graça e um Tim Curry, bem jovem, cujos olhos não dá para desgrudar da tela, quase quatro décadas depois, Charles Moeller assina a direção junto com a genial versão assinada pelo Claudio Botelho. Essa dupla trabalha juntas há muitos anos e tudo o que eles fazem são incríveis. Parecem Midas, da mitologia grega. Tudo o que tocam vira ouro. Realmente, é muito especial! A visão dos dois é certeira.

Preciso falar do elenco: é um presente para quem assiste.

Destaco Bruna Guerin, a Janet Weiss da nossa versão: sua atuação singela, sua delicadeza, beleza e uma voz suave, faria qualquer Susan Sarandon morrer de inveja e cortar os pulsos;
Felipe Mafra, a criatura, cuja voz, expressão corporal, não tem o que dizer, só sentir. Seu carisma é incontestável.
Todos são absolutamente perfeitos. Gostaria de falar de todos, mas torço para que o texto não fique muito cansativo. Marcel Octávio, Thiago Garça, Jana Amorim, Gottsha - THE VOICE!, Nicola Lama, Felipe de Carolis, Thiago Machado e Vanessa Costa. Vocês são brilhantes.

Só não posso esquecer do principal. A presença do sensacional Marcelo Medici, que dá a vida ao Dr. Frank n' Furter.
Conhecemos o seu ritmo que nos embala tão freneticamente. Imprevisível, generoso e com sua interpretação divertida e refinada, conduz a trama com elegância e maestria.
Complemente seguro de si, ele se diverte e nos diverte nos mostrando um personagem cujo tema é tão polêmico nos dias de hoje, com a mais pura leveza.
Coisas de quem mais de 30 anos de experiência e uma carreira linda solidificada por grandes papéis, conquistados através de muita batalha, com honestidade, verdade e a mais intensa vontade.
Marcelo se entrega, é a sua alma em cima daquele palco, nos mostrando o que sabe fazer de melhor.

"NÃO SONHE, SEJA". Acho que é isso. Essa é a mensagem que Dr. Frank tem a nos dizer. Você pode ser o que quiser. Não deixe que pessoas opinem o que você fazer, vestir, usar ou ser. Seja livre, voe, faça o que tem vontade.
SEJA IMENSAMENTE FELIZ!

No mais, nos resta deixar os aplausos de agradecimentos. Richard O' Brien é mestre! Temos que aprender com ele!
Cara, valeu por tudo!

Enfim: a peça está em cartaz no Teatro Porto Seguro, um lugar lindíssimo.
A peça foi "esticada" até dia 26 de março/2017.

Endereço: Alameda Barão de Piracicaba, 708 - Campos Elíseos
Telefones (11) 32267300
Horários de Funcionamento: Terças e Sábados: Das 13h00 às 21h00
Domingos: Das 12h00 às 19h00
Capacidade: 508 lugares
Possui estacionamento
www.ingressorapido.com.br

Aproveite e tome um café por ali: no "Gemma Café".

É isso então, andarilhos! Destravem suas mentes, liberte-se dos preconceitos e vão!
Depois me contem o que acharam!

Beijo, beijo, beijo!

Love!
Carol Rossetto