sábado, 13 de abril de 2019

#220 PARQUE BUENOS AIRES

Hello, andarilhos. Vocês estão bem? Um ótimo final de semana para vocês!

Eu já disse diversas vezes por aqui que, antes do blog, eu não ligava muito para parques. Eu sempre preferi museus.
Eu continuo preferindo, mas a minha relação com parques mudou completamente. Não consigo mais viver sem eles.
E, quando comecei a fazer a minha pesquisa sobre os lugares que eu gostaria de conhecer, esse parque foi um dos primeiros, assim como a Casa Modernista, o Parque Villa Lobos e o Museu Lasar Segall.
Só sei aos poucos, estou conhecendo tudo e que sim, pretendo bater a meta de conhecer todos. Assim, como as sorveterias. Mas, sem pressa alguma.

Vamos caminhar no PARQUE BUENOS AIRES?

Tudo começou lá, no século 19. Se recordam que os bairros de São Paulo eram chácaras e pequenos sítios? E que a nossa Sampa começou a crescer através do café e foi no Centro que a elite paulistana começou a se instalar. Acredito eu que era muito mais fácil ir para os lugares e viajar, partindo do centro, do que se instalar por aqui na Zona Leste quando ainda não era Zona Leste, por exemplo.

E sim, partindo do interesse dessa nova e influente elite paulistana, que começava a se interessar por essa área, em Higienópolis,  foi em 1912, que a Prefeitura da cidade, com o então Prefeito Raymundo da Silva Duprat, contratou um paisagista francês, Joseph Antoine Bouvard, para projetar a construção de áreas verdes e preservar a vista do Vale do Pacaembu.

Sim, São Paulo estava com um ar aristocrático e europeu. A nossa antiga elite ia muito para lá, estudar Artes principalmente e voltar com inúmeras ideias.
Pois então, o que é o Parque Buenos Aires hoje, antes era algo que foi desapropriado em 1912, para que no ano seguinte, em 1913, fosse inaugurada, a Praça Higienópolis.
Com um talento fora de série no paisagismo, Joseph, construiu essa praça com mirantes, espelhos d'agua, esculturas e até telescópios de observação.
Realmente, algo inovador para os padrões da época, cujas atividades combinavam com a arquitetura ao redor. E, com isso, São Paulo, se elitizava cada vez mais e eram frequentadas apenas por gente da alta.

Mas, vamos lembrar que era apenas uma praça e só foi reconhecido como Parque, em 1987, pelo prefeito Jânio Quadros e apenas em 1992, foi tombado pelo CONPRESP, devido a sua importância histórica e artística.
Claro que a maioria dos casarões não existem mais, mas ao andarmos por lá, sentimos uma aura aristocrática sim...
Mesmo, sabendo que estamos bem no meio de uma das avenidas mais importantes de São Paulo.

O parque não é grande. São 25 mil metros quadrados, com um verde muito intenso. Quase nem vemos o sol, pois as árvores se juntam. Para você ter uma ideia, elas podem ter até 40 metros de altura. Sim, o parque é muito bem ajardinado e dá para aproveitar a sombra para ler nos bancos, deitar na grama ou fazer um belo de um piquenique, já que não existe lanchonete no local.

Por falar em ler, outra coisa que achei incrível, é que existe uma geladeira de livros, onde existem ao montes e ao abrir, você pode pegar para ler ou levar um livro embora, desde que traga outros para repor. E com isso, o troca-troca de livros é constante.

E, como eu disse, esse Parque é reconhecido por causa de sua arte e suas diversas esculturas espalhadas ao redor. Assim, como na área conhecida como " Praça das Mães", com um belo monumento chamado "Mãe" do artista Caetano Fracarolli, de 1964, pesando 24 toneladas, esculpida com apenas um mármore branco.
Realmente, essa escultura é intimidadora, porém é linda.
Mas, voltando a "Praça das Mães". Essa é a parte em que, as mães vão ali com seus bebês para tomar sol, vê-los dando os primeiros passos, descansar com eles e mães fazendo amizade com outras, trocando telefone do pediatra e receita de papinha. Ai, acho muito chato papo de mãe.
Ah, tem o o playground ao redor com muita areia. Vai ter criança suja de barro e roupa suja sim.

A fauna e a flora são bastante intensas. Vi comentários no Google que mal dá para ouvir o canto dos pássaros por causa do barulho dos carros. Eu acho que as pessoas reclamam demais e nenhum barulho externo me incomodou ou chamou a atenção.
Já foram avistadas diversas espécies de aves como: tico-tico, pica-pau de cabeça amarela, sabiá, pombo, além de periquitos, fora os gambás de orelha preta.

Para quem pergunta: é permitido passear com o seu cachorro sim, mas já sabe, se for de uma espécie briguenta: o ideal é ir com focinheira e coleira, de acordo com a lei. O parque, pensando nos aus-aus, possui fontes especiais para eles se refrescarem em dia de muito calor ou se estiverem cansados demais.

Além de caminhar bastante e ver as 73 espécies de árvores catalogadas, saiba que é proibido entrar com bicicleta e skate, mas você pode aproveitar o parque de todos os jeitos, com todas as atividades gratuitas que ele oferece como: tai-chi-chuan, Rádio Taissô, entre outros. Não é necessário nenhum tipo de inscrição. É só chegar chegando...
E tem mais: Programas como o Papo Verde e o Ecoponto: que é um bate papo sobre o meio ambiente para uma galerinha de três a dez anos. Fico imaginando o que é que sai dessas cabecinhas. E sim, o Ecoponto que é o recolhimento de pilhas, óleos e baterias para orientação de como encaminhar para o local correto, depois do uso.
E por fim, todo domingo, há uma feirinha que reúne, design, moda, gastronomia em um só lugar. É incrível como paulistano ama qualquer coisa que vende cacarecos. O legal é que essa feira é para valorizar o trabalho de pequenos produtores, ou seja, incentivar o consumo consciente.

Então, deu para reparar que o Parque Buenos Aires não é apenas um parque. É algo muito mais do que isso. Pensar na população é um presente. Seria um presente ainda maior se isso estivesse tão presente na periferia.
É uma delícia ficar ali, olhando para as árvores grandiosas e passar algumas horinhas. Mas, ainda não está na lista dos meus parques favoritos da vida.

Bora conhecer então?

Endereço: Avenida Angélica, s/n - altura do no 1500 - Higienópolis
Telefone: 11 36668032
Horários de Funcionamento: Diariamente - Das 6h00 às 20h00
ACESSO PARA DEFICIENTES
POSSUI WI-FI
NÃO HÁ ESTACIONAMENTO
ENTRADA GRATUITA

Por hoje é só, andarilhos. Pegue o seu amor e caminhe pelo parque, observando as ínumeras esculturas que tem por lá. Descanse, deite na relva, leia alguma coisa e saia de lá renovado.
Estamos todos precisando.


Beijos florestais e até quinta que vem.








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