Se bem que, o lugar de hoje fica bem no olho do furacão. Os bloquinhos estão bem ali no Centro. Sorry, andarilhos. Erro de cálculo. Sou de humanas, me perdoem! Eu não queria indicar shopping a vocês, sobre parques eu falei a semana passada e os restaurantes aqui na minha listinha, não funcionam de final de semana. Vamos a esse mesmo.
As pessoas estão descobrindo ele agora. Antes, não via muita gente comentando e nem sequer via fotos. Talvez, seja por falta de atenção ou tenha reparado nisso só agora. Mas, o fato é que todo mundo fala mais do Pateo do que esse. Sem querer, essa semana, indiquei mais dois sítios arqueológicos pertencentes ao Museu da Cidade de São Paulo. Como eu amo essas coisas...
Apresento o SOLAR DA MARQUESA DE SANTOS. Primeiro de tudo, quem é essa Marquesa de Santos?
Esse casamento ficou entre idas e vindas, entre espancamentos, facadas, uma quase morte de Domitila, reconciliações, disputa de guarda de filhos e tudo o mais. A história é bem longa e a intenção não é se estender para não ficar chato.
O fato é que Domitila foi amante de Dom Pedro I. Os dois se conheceram antes de ser dado o famoso Grito da Independência. Pelo o que eu já ouvi falar, foi amor à primeira vista da parte dele. Fico pensando em como se apaixonar assim logo de cara por uma mulher tão feia. Pesquise no Google as fotos da Marquesa e veja se tem cabimento. Ele também não era lá essas coisas, mas pegava mais mulher que você que esta lendo. Aposto! Esse gostava da coisa...
Domitila não foi a única amante dele, mas foi a que durou mais tempo com ele. Antes de se casar com a Leopoldina, aquela que está na cripta junto com ele no Monumento à Independência, ele manteve relações com mais uma, além da esposa e da primeira amante. Ou seja, três mulheres ao
Enfim, a vida conjugal dos dois foi bem tumultuada. Separaram-se em 1829 devido a vontade de D. Pedro encontrar uma esposa nobre e por causa do seu segundo casamento. A separação deveu-se muito também pela realeza não aceitar o relacionamento dos dois. O casal já não era muito bem visto perante aos olhos da sociedade.
Acredito que seja bem legal pesquisar mais sobre ela e a história dos dois. Tudo o que eu falo aqui, deve e muito ser pesquisado mais a fundo. Como eu não sou formada em História, tem fatos que ficam perdidos e que devem ser melhor explorados. A intenção aqui não é ser didática, certo?
Então, vamos ao SOLAR DA MARQUESA DE SANTOS e o porquê ele deve ser visitado.
Primeiro, que a sensação de pisar naquela rua é de "vamos ver lamparinas, violeiros, bondinhos passado e homens tirando o chapéu para um cumprimento formal". Tire muitas fotos ali, a sensação é de ter voltado 50 anos no tempo. Mas tome cuidado no meio da rua. Sempre.
A Marquesa curtia uma boa festa e devido a intensidade que se realizava saraus, bailes e festa, a casa ficou conhecida como o Palacete do Carmo e como um dos mais renomados e aristocráticos imóveis paulistanos. Com a morte de Domitila, o imóvel passou a ser de seu filho.
Em 1880, foi colocada à leilão e quem levou a melhor foi a Mitra Diocesana que realizou mudanças em seu anterior, colocando uma capela e uma cripta.
Em 1909, muito antes de qualquer um nascer aqui, a The São Paulo Gaz Company ( uma companhia de gás) comprou o imóvel e para instalar seu escritório e adaptar-se a mudança, derrubou parte das construções originais: paredes de taipa de pilão ( barro, argila e areia ) foram demolidas e as janelas e portas lindíssimas foram transformadas em vitrine.
Várias empresas adquiriram os imóveis e com isso, reformas foram feitas e a construção original se modificou. Mesmo com tanto mexe mexe, ainda sobrou parte da originalidade da casa. Fato que só pode ser mantido, após o começo do restauro em 1991. O estilo neoclássico (algo como perspectiva e planos simétricos) foram mantidos conservando a originalidade da construção.
Entrar ali é se deparar com a mais alta aristocracia e luxo. Você fica meio sem graça até. Pode não ser tão luxuoso hoje, mas para a época, fico imaginando o quanto essa mulher não foi invejada. Além de ser a amante de alguém importantíssimo, foi militante política e uma excelente mulher de negócios. Essa casa é muito fofa e a fachada é mais ainda. A fachada é rosa, algo bem diferente.
Visitar o Solar é entrar em anos de História. A casa nos conta quem fez São Paulo. Acho que vale muito conhecer todo esse material. É nosso. Vamos beber dessa fonte. Conhecimento é bom. É uma pena que a gente não aproveita isso tudo. Quer dizer, eu aproveito... eu deito e rolo.
Ah, e foi tombado em 1971.
Garanto, vale a pena ir. Só não pode filmar. Fui avisada que eu não podia, na hora dá um ódio incontrolável, mas depois passa. Eu estava na casa da Marquesa, eu sou visita e visita tem que ter bons modos. Então, tive que aceitar. Mas, tirei fotos.
Enfim, dos 17 sítios arqueológicos pertencentes ao Museu da Cidade de São Paulo, o Solar da Marquesa é a sede e eu já fui em 8 deles e tem muito mais para ir. Como eu vivo pesquisando coisas, descobri que são mais de 100 sítios arqueológicos por aqui. Meu coração até dói de tanta felicidade e ansiedade. A lista está aqui pertinho de mim. Ainda não sei como eu não surtei.
Telefone: 11 3241 1081
E-mail: museudacidade@prefeitura.sp.gov.br
Exposição: Até 10 de Dezembro de 2018 - Das 11h00 às 14h00
Horário de Funcionamento do Solar: Terças-Feiras aos Domingos: Das 9h00 às 17h00 / Segundas-Feiras: FECHADO
ENTRADA GRATUITA
Bom, andarilhos. É isso então. Para você que odeia bloquinhos, Carnaval, serpentina, glitter, entre outros, o Solar da Marquesa é ideal. Aproveita que está do lado e vá para o Pateo do Collegio. Ficar na paz também é divertido.
Vá nos dois e depois, volte aqui e me conta se vocês curtiram também. Quero saber a opinião de todo mundo. Cadê vocêêêêês?
Beijos, beijos e beijos! Bom Carnaval!
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