sexta-feira, 30 de novembro de 2018

#182 ITAÚ CULTURAL: ESPAÇO OLAVO SETÚBAL

Hello, andarilhos. Vocês estão bem? O que vão aprontar nesse sábado? Contem para mim.

Quem é leitor antigo, sabe que o blog nasceu com o intuito de mostrar as coisas mais diferentes possíveis. Não queria saber de pontos turísticos por aqui.
Como o blog foi um projeto de TCC da pós graduação, queria falar sobre o que eu não via em outros blogs e me achar a diferentona.
Durante um tempo, me senti a diferentona. Mas, depois da bronca do professor, vi que realmente não dava para manter esse pensamento para o resto da vida. Ainda mais, se o blog, virasse um programa de TV no futuro ( aliás, nasceu para esse fim ). Então, bronca do professor aceita e então, precisa ter a rota turística de São Paulo. Afinal, todo mundo vem aqui para isso mesmo.

O lugar de hoje é velho e novo para mim. Velho porque eu sempre fui ver as exposições e instalações dele e que sempre ficam no primeiro andar.
Nunca me atentei ao espaço do qual falarei hoje. Lugar instagramável quase que impossível não tirar fotos.
E, apesar de sempre ter exposições por ali, falarei delas em outro momento. Terá uma parte II.

Vamos fazer pose e aprender História do Brasil no ITAÚ CULTURAL: ESPAÇO OLAVO SETÚBAL?


Tudo começou em 3 de Outubro de 1986, organizado pelo banqueiro e ex-prefeito de São Paulo, na década de 1970, Olavo Egydio Setúbal.
Através de Olavo, o Itaú se tornou um local que promove pesquisas, produção de conteúdo, programações de cinema, midiateca ( com um acervo de mais de 7 mil itens ), café, restaurantes e simultaneamente rola três exposições, sempre homenageando alguma personalidade importante e que contribui ou que contribuiu em alguma coisa no Brasil.

Aos poucos, o Itaú Cultural se tornou o que é hoje. Abriu para o grande público em 1989, para que as pessoas pudessem pesquisar o seu acervo digitalizado, se tornando a primeira instituição da América Latina a disponibilizar para o público essa inovação. Na época, era inovação, né?

Só em 1997, 12 anos depois, é lançado o programa "Rumos", um programa de fomento ( significa estímulo produção, auxílio) da produção artística, na área de dança, teatro, artes visuais, tecnologia, audiovisual, entre tantos outros.
Aí, galerinha inimiga da Lei Rouanet: é importante esses programas de incentivo a arte e cultura. Sem isso, não anda. Até anda, mas demora muito.
Quem vai trabalhar para divertir vocês depois de tanto trabalhar durante a semana na empresa que vocês odeiam?
Nós, né? Então, reclamem menos. É um favor.

Então, através desses editais por meio do "Rumos", dá espaço para artistas e criadores, fora do eixo Rio-São Paulo, para estimular e divulgar sua arte, pensamento e ideias.
Desde a sua criação, foram mais de 1000 artistas divulgados e expostos, atingindo o coração e a sensibilidade de mais de 5 milhões de pessoas. É gente pra dedéu.
Arte é tudo de bom. Ter esse dom é melhor ainda.

Mas, o objetivo desse post é mostrar a COLEÇÃO BRASILIANA E NUMISMÁTICA.

Localizadas no 4o e no 5o andar do prédio, desde dezembro de 2014, em 514 metros quadrados, essa coleção e exposição permanente reúne o maior acervo de arte da América Latina, pertencente a uma empresa privada.
Com uma intensa pesquisa de 2009, a mostra revela o que aconteceu nas cinco décadas da História do Brasil. É um acervo riquíssimo, contendo mais de 1200 obras entre livros, moedas antigas, periódicos, caricaturas, documentos, barras de ouro, fotografias, desenhos, gravuras, aquarelas, entre outros...

Toda a história do Brasil e do seu descobrimento estão contadas ali. Fotos e desenhos feitos, em sua maioria, na visão dos europeus.
Apesar de ser uma coleção lindíssima e não dá para apagar o passado, eu sempre digo que o Brasil começou meio errado.
Os desenhos e cartografias feita pelos portugueses, enviados a Portugal relatando como era o nosso país, era digno de qualquer de qualquer escritor de livro de fantasia ficar com inveja. J.K Rowling cortaria os pulsos, certeza.

São 9 módulos, divididos em categorias, a partir do Descobrimento, a Chegada dos Holandeses no Nordeste até meados do século XX.
Apesar de ser a nossa história, não deixa de ser triste, pois, coitado dos índios sofreram e muito, na mão de todo mundo desde o começo. Ah, vemos que isso não mudou muita coisa nos dias de hoje e isso me revolta.
E quando os holandeses chegaram aqui? Portugal não aceitou muito bem e foi tiro, porrada e bomba por tudo quanto foi lado, gerando essa briga durante um século e meio. Portugal X Holanda. Hoje, se resolve nos campos de futebol. Enfim, até que Portugal decidiu fechar as "fronteiras" e proteger as riquezas e a partir daí, em 1808, a Europa deixou de ter as fofocas daqui, impostas por Dom João IV, um dos homens mais bonitos da realeza. Só que não.

E por falar nos índios, muitos deles foram levados ao Velho Continente, para serem exibidos aos europeus, pois na visão deles, eram exóticos. Mais ou menos, como um circo de horrores, quando as pessoas tinham curiosidade de ver pessoas diferentes sendo expostas.
E sim, causava impacto, curiosidade e espanto. Acho que como europeu costumava ser loiro e de pele bem branquinha na época, ver alguém com traços indígenas, deveria ser algo do outro mundo.
E claro, como eles viviam nos trópicos, no intenso calor ao ir para Europa, morriam de frio, ficavam doentes e morriam.

Vamos falar das moedas de circulação. Realmente, são lindíssimas e eu gostaria de fazer coleção também, mas para que elas eram utilizadas, também não acho correto.
As moedas maiores e feitas com materiais nobres, eram utilizadas para comprar escravos.
Reparem nos detalhes das moedas e na confecção delas. Eu pirei.

E finalmente, chegamos no século XX quando o comportamento começou a se permear através da cultura através de desenhos, livros e arte em geral. Eu te dou um vintém se adivinhar o que aconteceu.
CENSURA! CENSURA! CENSURA! Manifestar sua arte era proibido. Dom João, o mesmo bonito de lá de cima, proibiu qualquer manifestação cultural e foi assim por 300 malditos anos.
Isso me ferve o sangue. A vontade de morrer vem todinha!

Então, esse comportamento que vemos atualmente é sim, herança daquela época. Quase nada mudou, nada se fez e o pensamento continua sim e muito, primitivo. Lógico que houveram mudanças, mas na boa? Pessoas com comportamento e pensamentos conservadores se afastem de mim.
O meu sonho é que vocês se libertem da corrente que vocês puseram em si mesmo.

Sim, eu tenho raiva de toda e qualquer proibição de qualquer coisa que eu considero inofensiva. E ver como a vida toda fomos explorados e que sempre existe alguém pronto para vender a mãe, me dá desespero.

Bem, a coleção Brasiliana é um soco em nossa barriga e só nos mostra que sempre fomos reféns dos outros, a cultura sempre foi prejudicada e que nossa honra sempre foi marcada por sangue.
Sugiro que separe pelo menos, 2 horas do seu tempo para ver tudo e apesar de ser tentador só tirar fotos naquela escada, não fique só ali, tá bom?
A exposição é riquíssima e muito linda.

Endereço: Avenida Paulista, 149 - Metrô Brigadeiro
Telefone: 11 2168 1777
Site: http://www.itaucultural.org.br/
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
Horário de Funcionamento: Terças-feiras às Sextas-Feiras:  09h00 às 20h00 // Sábados , Domingos e Feriados: 11h00 às 20h00
ENTRADA GRATUITA
NÃO HÁ ESTACIONAMENTO
ESPAÇO PARA CADEIRANTES E PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA
Possui guarda volumes
POSSUI WI-FI

Isso é tudo, andarilhos. Saber mais sobre a História do Brasil, sobre a NOSSA história é essencial para não cometermos mais nenhum tipo de erro e saber mais para ficarmos atento e não nos tornarmos reféns de falta de conhecimento. Saber História de qualquer coisa não é chato. Chato é ter falta de consciência dos fatos. Estou do outro lado da "trincheira". Quem vem comigo?

Divulgue o blog para os amigos, para as pessoas que amam História e lugares culturais. Bora compartilhar essa rede de andarilhos. Vamos aumentar essa caravana.
Bora! Go!

Beijos brasileiros e até quinta que vem.





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