quarta-feira, 18 de julho de 2018

#143 TEATRO SÉRGIO CARDOSO + "RISADARIA" - ENCERRADO

Hello, andarilhos. Tudo bem com vocês? Quero parabenizar os andarilhos franceses do blog pela conquista da Copa do Mundo. Merecidíssimo.

Acho que já demonstrei um pouco aqui o quanto eu amo teatro e que descobrir que você pode ser várias pessoas e aprender com cada uma delas, para se conhecer melhor é algo incrível. Teatro é terapia. Tanto fazê-lo quanto assisti-lo. As pessoas precisam descobrir isso e entender que está longe de algo chato. Acho que a peça certa ainda não foi encontrada.

Um estilo que eu nunca tinha ido, por puro preconceito era o stand-up. Não via muito sentido em ver o cara sentado em um banquinho ou em pé com um microfone na mão, falando bobagem. Morria de medo em dar audiência para pessoas que não são engraçadas e em algum momento da vida, alguém disse para ela, que daria para ganhar dinheiro fazendo as pessoas rirem. Não acreditem muito o que os seus amigos de churrasco, do futebol de final de semana ou da balada, dizem. Isso não é o maior termômetro.

O fato é que resolvi conhecer, pelo simples motivo de que o maior festival de humor do mundo, o "Risadaria", está em cartaz e que o meu queridíssimo, Marcelo Medici, fez duas apresentações no sábado passado, com a sua hilária Mãe Jatira.
Fazia tempo que eu não o via pessoalmente, fomos dar um abraço nele no final e antes, ver o estilo dos outros três atores se apresentariam na mesma noite.
Stand-Up não é tão ruim quanto eu imaginei.

Então, vamos conhecer o TEATRO SÉRGIO CARDOSO e vamos rir com o RISADARIA?

A história desse teatro começa em 1954, quando o ator e sua esposa, Nydia Licia, andarilhavam pelo bairro do Bixiga, de madrugada, voltando das gravações de um filme e descobrem na rua Conselheiro Ramalho, o antigo Cine Teatro Esperia, que era um casarão abandonado, escondido atrás de um tapume, com o risco de alguém transformá-lo em mercado, garagem ou qualquer coisa aleatória.
Se lembram que eu vivo falando aqui sobre sonhos e que eles não são negociáveis? Eles viram a oportunidade de transformar algo abandonado em negócio próprio e a realização de um grande sonho. Logo contataram os donos do imóvel, formalizaram o aluguel por dez anos, buscaram parceiros para transformar o espaço em tudo o que havia de mais moderno e confortável na época.
Com engenheiros, que deveriam ser amigos do casal, aceitaram a empreitada e foi fundada a Empresa Bela Vista que seria responsável pela reforma e administração do teatro e se iniciou uma exaustiva campanha para angariar sócios que acreditassem na ideia e assim, concluir a obra. E foi dessa forma, que com 31 anos, Sergio fundou a companhia com atores jovens,idealistas e que acreditavam que com a arte, poderiam mudar o mundo. E eu com 33 anos, nem perto disso eu estou. Vida bandida essa...

O teatro ficou pronto após dois anos de intensas reformas e recebeu o nome de Teatro Bela Vista. Logo na estreia, em 15 de maio de 1956, o espetáculo foi Hamlet, Príncipe da Dinamarca" de Shakespeare. Foi o primeiro diretor a dirigir e interpretar um texto desse calibre na cidade.
E assim, o teatro foi seguindo com montagens de peças famosas, como "Vestido de Noiva" de Nelson Rodrigues ( Eu quase encenei essa peça ano passado no teatro) e vai até 1960 quando o casal decide por um fim no casamento. Ele não queria mais ficar em São Paulo e partiu para uma excursão no Brasil. Então, Nydia se torna produtora independente e sozinha, produz inúmeras montagens que são sucesso no exterior e em 1970, chega o fatídico dia em que o teatro sai das mãos dela e retorna aos proprietários do terreno. No ano seguinte, o terreno que pertencia ao teatro foi desapropriado e e no mesmo ano, começou uma intensa reforma com novas edificações e adaptáveis a intervenções cênicas.

Infelizmente, em agosto de 1972, Sergio Cardoso sofreu um infarto e morreu. E em homenagem, o teatro recebeu o seu nome. Como a reforma previa duas salas, a maior delas recebeu o nome do ator e a outra, teve o homenageado o importante produtor e diretor teatral carioca, Paschoal Carlos Magno, fundador do Teatro do Estudante do Brasil.

Após anos de reforma, o teatro é reinaugurado em 13 de Outubro de 1980, estreando com uma peça de roteiro dele e encenado por sua ex-esposa, Emilio de Biasi e Rubens de Falco ( aquele da 1ª versão de Escrava Isaura. Procure no Youtube ou pergunte para sua vó. Tenho certeza de que ele era o crush dela na época).

Em 2004, foi novamente revitalizado e passou a ser administrado pela APAA - Associação Paulista dos Amigos da Arte, que administra programas culturais, levando para diferente públicos, diversos tipos de arte como: Circo, Teatro, Música, Dança e Literatura. E desde então, houve salas remodeladas, equipamentos de audio e som modernos e se tornando um dos palcos mais importantes da cidade e do Estado.

E como eu disse acima, o Teatro está em cartaz com o "Risadaria", considerado o melhor festival de humor do mundo, que é dedicado a reunir todas as formas de humor em suas diversas plataformas como: televisão, rádio, internet, entre outros com apresentações, shows ao vivo, debates, esquetes e até apresentações infantis.
Então, o festival chega em sua 9a temporada, em 13 endereços da cidade e mais 170 artistas, além de grupos humorísticos.
Como eu falei, nunca curti stand-up e o único que eu me interessei em ver, foi o Marcelo Médici que eu adoro desde os primórdios, mas terá bastante gente legal também nos próximos dias:

  • Dia 23 de Julho, 2ª feira;
    19h – Filipe Pontes, Ben Ludmer, Victor Sarro, Paulinho Serra e Dinho Machado
  • 21h30 – Rafael Cortez em “O Problema Não é Você, Sou Eu”
  • Dia 24 de Julho, 3ª feira;
    19h – Tuca Graça, Marlei Cevada (Sangue), MC Maloka, Paulo Mansur e Evandro Santo
  • Dia 25 de Julho, 4ª feira;
    19h – Claudio Torres Gonzaga, Emerson França, Enio Vivona, Micheli Machado e Rodrigo Capella
  • Dia 26 de Julho, 5ª feira;
    19h – Lucas Moll, Marcos Aguena, Marlei Cevada (Mileyde), Nil Agra e Diogo Portugal
  • Dia 27 de Julho, 6ª feira
    19h – Jansen Serra, Jeffinho Farias, Saulo Pinheiro, Paulo Vieira e Rogério Vilela

E sem contar que o teatro é bem bonito, grande e aconchegante Ouvi relatos de pessoas dizendo que as cadeiras não eram confortáveis. Eu, sinceramente, me senti muito bem acolhida. 
Claro que além do Risadaria, há outras peças em cartaz esperando para serem escolhidas.

Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista ( Metrô Liberdade ou São Joaquim - 15 minutos de caminhada. Não vejo muito sentido em descer no Metrô Brigadeiro) - Bilheteria
Rua Conselheiro Ramalho, 538 - Bela Vista
Telefone: 11 3288-0136 - Bilheteria // 11 3882 8080 - Administração
Site: http://www.teatrosergiocardoso.org.br
Horário de Funcionamento: Vendas antecipadas - Terças -feiras aos Sábados: 14h00 às 19h00 // Segundas-feiras: FECHADO // Venda para o ingresso no dia da peça: Das 14h00 até o início do espetáculo.
Aceita cartões de CRÉDITO / DÉBITO / VALE CULTURA ( ALELO)
Possui WI-FI / Fraldário/ Bar e Café / Ar condicionado
Programas de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. CONSULTE O SITE.
Meia entrada para: Crianças até 12 anos incompletos / Estudantes / Diretores, professores e coordenadores pedagógicos / Aposentados / Pessoas com mais de 60 anos // Moradores do Bixiga mediante apresentação de comprovante de residência.

Bom, é isso, andarilhos. Estão vendo como eu falo da importância de andarilhar? Foi por causa dessa andança que o Teatro existe. Vai que eu, numa dessas caminhadas, eu volto com um teatro, um circo, uma livraria, assovio e chupo cana e começo a fazer malabares?
Pois é, isso faz um bem danado e voltamos com as melhores ideias. Vamos andar mais. Quem sabe o que o caminho pode reservar?

Beijos engraçadinhos e até sábado.













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