quinta-feira, 10 de outubro de 2019

#271 ITAÚ CULTURAL + EXPOSIÇÃO: 46a OCUPAÇÃO VLADIMIR HERZOG: A VIDA, A TRAJETÓRIA E O LEGADO DE SONHOS QUE FORAM INTERROMPIDOS - ENCERRADO

Hello, andarilhos. Vocês estão bem? Vão viajar no feriado?


Eu adoro uma exposição. Isso vocês já sabem. Biográfica então, nem se fala. Estamos vivendo na época do retrocesso, da censura e da opressão de pensamento e liberdade, então o post de hoje se faz extremamente necessário, na luta contra qualquer proibição artística ou ideológica.

Não vou me alongar muito não. Vamos a mais uma exposição no ITAÚ CULTURAL e ver a OCUPAÇÃO VLADIMIR HERZOG?

Provavelmente, você deve saber quem foi Vladimir Herzog ou o viu por fotos, mas se nunca ouviu falar dele, sintam-se agora apresentados.

Vladimir Horzog ou Vlado nasceu em 10 de Junho de 1927, na antiga Iugoslávia ( atual Croácia ). Vlado, seu nome de batismo, mudou a grafia para facilitar a compreensão, chegou ao Brasil aos 10 anos de idade, em 1937, fugindo de seu país, com seus parentes, por causa de perseguições políticas na época.

Filósofo de formação pela USP, era jornalista, editor e professor e trabalhou pelos jornais Folha de São Paulo e BBC.
Também era um alucinado por cinema e que inclusive, estava trabalhando em vários roteiros de documentários e filmes.
Casado, teve filhos, era engraçado, tentou tocar violão, gostava de viajar e era trabalhador.
Assim como eu e você.
Uma pessoa comum, inteligente e de bem com a vida.

Seu crime? Prestar esclarecimentos sobre a sua atividade profissional em plena época da ditadura.

E é exatamente sobre isso que a 46a Ocupação Vladimir Herzog nos traz. Em parceria com o Itaú Cultural e o Instituto Vladimir Herzog, essa mostra convida o público, com o objetivo de nos aproximar desse jornalista, cinéfilo, do fotógrafo e do olhar desse canceriano curioso e incansável e desbravador de assuntos e limites.

Fotos, revistas, músicas e dezenas de cartas trocadas entre amigos quando morava na Inglaterra e temia voltar para o Brasil com medo de represália, são alguns dos objetos que compõe essa exposição tão rica e que diz tanta coisa.

Herzog, talvez, seja um dos personagens mais emblemáticos na luta pela Justiça que esse país já teve. Foi extremamente crítico em relação a atrocidades cometidas durante o período da Ditadura Militar Brasileira.
Então, em 25 de Outubro de 1975, decidiu se apresentar voluntariamente ao DOI-CODI ( centro de inteligência durante a época ) para se explicar. Foi pela manhã e não voltou mais.
O resultado? Aquela foto horrível que conhecemos, onde ele aparece enforcado.
Suicídio? 

Era o que relatava o atestado de óbito na época, mas era mais do que óbvio de que não foi nada disso. Herzog virou um símbolo de luta e esperança. Na época, causou extrema comoção e houve um ato ecumênico, com várias religiões, em Plena Catedral da Sé, e milhares de pessoas do lado de fora aguardando pela missa de homenagem

E, no entanto, o seu assassinato ainda ecoa nas cicatrizes que a Ditadura Militar nos causou. Um outro atestado de óbito, feito em 2013, relatou que a causa mortis foi feita por asfixia mecânica.
Suicídio? Jura?
E o assunto é tão sério que só em 2018, ou seja, 44 anos depois de sua morte, a CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, condenou o Estado Brasileiro por omissão, negligência, falta de investigação, tortura e morte de Vlado.

É realmente estarrecedor, saber que um homem morreu aos 38 anos, com toda uma vida pela frente, com projetos pelo caminho e sonhos a serem realizados, apenas por ter opiniões divergentes de um governo.
Não dá para ser conivente com uma barbárie dessas.

Esse assunto me estressa, me deixa triste, com raiva... é algo que mexe comigo. Perder a sua liberdade só por ter não os mesmos pensamentos, cobrando por melhorias é algo que NUNCA irá entrar em minha cabeça.
E, para quem quiser conhecer o MEMORIAL DA RESISTÊNCIA e entender mais sobre isso, querendo e lutando por sua liberdade, seja ela qual for, clica aqui. De peito aberto.

E quem quiser também ouvir mais absurdos cometidos durante o REGIME, assista o documentário PASTOR CLÁUDIO.

Para quem quiser:

Endereço: Avenida Paulista, 149 - Bela Vista ( Estação Brigadeiro do Metrô)
Telefone: 11 2168 1777
Horários: Terças-Feiras aos Sextas-Feiras: 09h00 às 20h00 // Sábados, Domingos e Feriados: Das 11h00 às 20h00 // Segundas-Feiras: NÃO FUNCIONA
Site: ITAÚ CULTURAL
SEM ESTACIONAMENTO
POSSUI WI-FI
GRATUITO
ATÉ 20 DE NOVEMBRO ( DÁ TEMPO)

E ficamos por aqui. Falar sobre isso não é legal, é terrível e saber que pessoas foram torturadas até pouco tempo atrás me causa pânico e com o nosso governo fascistóide atual, percebemos que não tem nada de novo nesse horizonte infinito.


Beijos saudosos e até sábado.



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