sábado, 1 de fevereiro de 2020

#298 MUSEU VICENTE DE AZEVEDO: O BAIRRO DO IPIRANGA MUITO ALÉM DO "INDEPENDÊNCIA OU MORTE"

Olá, andarilhos. Vocês estão bem? O que vão aprontar nesse fim de semana?

Quem acompanha o blog, conhece a saga de tentar fugir dos lugares mais clichês. Sei lá, eu canso de ir nos mesmos lugares sempre.
Vocês não cansam não?

Muitas vezes é ir em um bairro por onde ele é mais conhecido e ver o que quase ninguém conhece. Sim, todos os bairros podem ser turísticos. Falta vontade e energia de quem tem mais condições para isso. Pois bem...

E o Ipiranga é um deles. Conheci o lugar de hoje através de uma das melhores contas sobre São Paulo no Instagram: o VIVA CULTURA SP. E uma simples porta me chamou a atenção. E é tudo tão histórico e importante quanto o Museu do Ipiranga.

Faz algum tempo que estou conhecendo melhor o bairro do Ipiranga que é muito além do "Independência ou Morte". Está pronto para conhecer o MUSEU VICENTE DE AZEVEDO?


Tudo começa em 1859, com o nascimento de José Vicente de Azevedo, lá em Lorena, interior de São Paulo.
Ficou órfão aos 10 anos de idade, quando o seu pai morre precocemente aos 34 anos de idade. É a partir daí que sua vida e seus pensamentos começam a mudar. Mas, jájá falaremos sobre isso.

Advogado em sua primeira formação em 1883, casa-se com Cândida Bueno Lopes de Oliveira no ano seguinte.

Monarquista, lutou contra a República, mas não adiantou muito. Mesmo assim, entrou para a vida política e foi eleito Deputado da Província de SP em 1884.
Logo em seguida, adquire do governo um extenso lote de terras, 46 hectares, além de chácaras e terrenos particulares.

E é a partir daí, com a aquisição desses terrenos que o bairro do Ipiranga começou a ter identidade. Pois Vicente de Azevedo, fez parte dessa primeira ocupação e que ainda pulsa por lá.

Já em 1890, constrói o primeiro orfanato para meninos. Lembram que eu disse acima que depois que ele ficou órfão tudo mudaria? Ele passou a ajudar crianças sem famílias e não gostaria que elas ficassem sem conforto, amor e carinho. Então, Vicente, meio que se tornou o pai daquelas crianças.

Já, em 1896, inaugura o asilo das Meninas Orfãs de Nossa Senhora Auxiliadora e tanto o orfanato quanto o asilo, oferecia cursos profissionalizantes e para meninas ensinavam a costurar, a bordar e todas essas tarefas para que elas pudessem ser independentes.
Só, lembrando que estamos em 1896 e ainda existia trabalho feito para mulher e trabalho feito para homem. Era o comportamento da época.

Vicente fez tantas coisas para ajudar os outros que ele ganhou o título de Conde, pelo Papa Pio XI no Vaticano, assinado pelo próprio em 1908.

Para você entender o tanto de construções que foram feitas por eles; existe as 12 maravilhas do Ipiranga feitas por ele e é quase como se fosse um caça ao tesouro: todos tombados e considerados Patrimônio Histórico.
Acho que todo bairro deveria ter as suas 10 jóias arquitetônicas, não é não?

Pois bem, quando ir para o Ipiranga, tente encontrar o : Seminário Central do Ipiranga, Grupo Escolar São José, Instituto de Cegos Padre Chico, Seminário João XXIII, Clínica Infantil do Ipiranga entre tantos.
Morreu em 03 de Março de 1944, deixando a esposa e 8 de 11 filhos que eles tiveram.


ENFIM, O MUSEU...

Inaugurado em 22 de novembro de 1896 por Ramos de Azevedo ( Olha ele aí de novo... mais um prédio para conta: Casa das Rosas, Pinacoteca, Mercadão, Palácio dos Correios...), com um portão em decoração art nouveau maravilhoso de lindo, doado pela Marquesa de Itu, cujas iniciais estampam nos adornos, foi projetado para abrigar meninas orfãs ( Asylo de Meninas Orfãs e Desamparadas Nossa Senhora Auxiliadora do Ypiranga).

O jardim foi inspirado nos Jardins de Versailhes na França e que abrigam os bustos do Vicente e da Cândida.

E, chegando lá, você vai se deparar com os portões fechados. Assusta um pouco, mas é só tocar a campainha que eles abrem, sem problemas.
A visita é guiada. Eu não solicitei, mas como eu não conhecia nada sobre ele, então achei melhor ter uma. A guia, Rebeca, foi simplesmente maravilhosa e soube nos explicar tudo com paciência.
Quem não curte esse tipo de visita, melhor optar em fazer outra coisa.

Enfim, logo na entrada, uma capela de 1896 nos recebe e pouquíssima coisa foi mudada desde então. Inclusive, tem missas abertas ao publico.

O acervo é algo incrível. Possui mobiliário da época, incluindo objetos de decoração, fotos, vestuário do século XX e muitas fotos em preto e branco. Dava para perceber que as crianças amavam o Vicente.
São mais de 4500 registros relacionados a vida e atuação dele, documentação sobre o Asilo, o Grupo Escolar e a Clínica Infantil.

Além de tudo isso, tem uma biblioteca, mas que não entramos, com 6000 títulos com temas como História do brasil, Religião, Artes, Genealogia, entre outros...
Por falar em genealogia, há uma árvore genealógica da família. E sim, é enorme.

E esse é o legado desse homem que foi tão importante para o bairro do Ipiranga e que ainda perpetua. O Museu é pequeno, mas ainda assim ficamos 1 hora e meia vendo tudo. Acredito que seja o suficiente.

Curtiu? Então imagina pisar em um lugar que respira desde 1896 e que sempre foi conhecido por atitudes benéficas de um casal que acreditava na solidariedade e que partir disso, desenvolveu atividades inclusivas, socioassistenciais, educativas e culturais atendendo cerca de 1700 pessoas por mês? É algo espetacular.

E precisamos divulgar mais espaços como esse.

Bora?

Enderço: Rua Dom Luis Lasanha, 300 - Ipiranga
Horários: 3as feiras às Sextas-Feiras: Das 9h00 às 17h00 // Segundas-feiras, Sábados e Domingos: NÃO FUNCIONA
Telefone: 11 2215 6900
Site: MUSEU VICENTE DE AZEVEDO
E-mail: museuvicentedeazevedo@org.com.br // agendamentova@funsai.org.br
GRATUITO
NÃO POSSUI ESTACIONAMENTO



Finish, andarilhos. Acho que deu para perceber o quanto eu fiquei encantada com esse museu e espero retornar mais e mais vezes. O Ipiranga é um bairro clássico e sinceramente, é preciso prestar mais atenção nele.

Beijos filantrópicos e até quinta que vem.



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