terça-feira, 2 de maio de 2017

#28 APARELHA LUZIA

Hello, andarilhos! Como estão? E o feriado? Foi bom? Para onde foram?


Para quem me conhece, sabe o quanto eu eu adoro ouvir músicas e conhecer bandas fora do circuito Brasil/EUA/Inglaterra. Quanto mais diferente, melhor. São mais de 150 países para vermos como cada um se diverte, o que escuta e o que fazem para se divertir. Ainda vou conhecer tudo isso, pode apostar. Meus passos não podem ficar apenas em São Paulo.


Quando resolvi fazer o blog, fiz uma pesquisa antes e só descobri lugares repetitivos. O que um blog falava, o outro retransmitia. Não mostravam coisas novas, além de cartões postais. Nada contra, mas falar do óbvio é chato.
E se o post de hoje do qual não vi indicação de blog nenhum, significa que São Paulo é bem maior do que imaginei e tem muito mais coisa que a nossa cabeça pode pensar. Isso da um tilt no cérebro e me dá ansiedade para conhecer tudo aquilo que eu não vi, não ouvi falar, mas eu sei que está aí, pronto para ser explorado.
O lugar de hoje merece muito respeito, carinho e cuidado. Muito respeito. Muito carinho. Muita tolerância. Muito amor. Muito empatia. Muita humanidade.
Falar desse assunto é entrar de corpo e alma na história e saber que há muita luta. Uma luta que dura há muito tempo, para que haja igualdade e tolerância. 
E pensar que há 60 anos ( não faz tanto tempo assim), os banheiros eram divididos para brancos e negros.
Que ainda existem bairros nos EUA que apenas negros habitam. Negros não podiam estudar.
E o mais triste, o mais cruel é ouvir constatação de gente que fala que não existe racismo, segregação e que tudo isso é um belo de um exagero.

Aparelha Luzia é um centro cultural de cultura negra, um fruto de resistência histórica em relação a um mundo considerado branco e que não se caracteriza como racista. 
Tive a oportunidade de conhecer essa maravilha, para ver o show de uma cantora sensacional, mas que não pude, pois ficou muito tarde e tive que ir embora.
No entanto, ganhei um outro presente: a apresentação de um grupo da Guiné ( um show de batuques, tambores e danças )
Preconceituosos e intolerantes religiosos diriam que o que foi mostrado é macumba, pejorativamente falando, já que é um instrumento musical. Mas, é simplesmente uma forma de se expressar dançando, com sons bem fortes ( que entram na alma ) e uma dança marcada por movimentos intensos. Sinceramente? Bem melhor do que o samba.

O Aparelha tem uma mestre de cerimônias, Erica Malunguinho, que assim que a vemos, já entendemos sua força e sua personalidade forte. Mulher trans, negra e nordestina? Imagina ser tudo isso, em uma época de repressão em um mundo tão cheios de covardes, homofóbicos, fascistas e ignorantes? O mundo simplesmente não aceita diferenças. 
Temos que aplaudir a Erica de pé. Uma mulher admirável e darmos parabéns por manter um lugar tão único. Tão seu e que deveria ser tão nosso. Ir, completamente despido de julgamentos, opiniões e preconceitos.
Ir lá, ficar sentado comendo e bebendo, ouvindo uma boa música, conversando e compartilhando ideias.
Será que esse pensamento ainda é uma utopia?

No dia em que eu fui, apesar de ser um lugar frequentado por negros, eu vi personagens brancos e até japoneses e eu senti uma ponta de alegria. Essa mistura é linda. É assim que deveríamos ser. 

O lugar é relativamente novo: nasceu em abril de 2016 e desde então organiza saraus, encontros, festas, shows, ou qualquer coisa que possam unir os irmãos de cor, raça etnia e fé. 
Tudo ali é mágico e nos fortalece. Para quem não aceita intolerância, ódio, racismo ou qualquer tipo de preconceito, estou na luta também. Somos todos seres humanos e inocentemente, acho que o mundo ainda será habitados por pessoas boas, honestas e que ainda teremos um mundo despido de qualquer julgamento. Será que isso é possível, um dia?

Para quem quer conhecer:

Endereço: Rua Apa, 78 - Metrô Marechal Deodoro.
Telefone: 11 34670998
Facebook: Aparelha Luzia
E-mail: aparelhaluzia@gmail.com
Horário de Funcionamento: Sextas-feiras a domingos: 19h00 às 03h00

E quanto a comunidade, desculpem-me por ser tão rasa e se eu escrevi algo que não tenham agradado. Espero voltar e aproveitar mais o que vocês tem de melhor. Quero comer a comida da Ciça, que eu não tive tempo e fiquei morrendo de vontade.

Em relação aos andarilhos, espero que vocês tenham curtido e por favor, vão conhecer. É muito bom sair de nossa zona de conforto e saber de algo que não faz parte da nossa cultura. Isso nos enriquece de uma tal maneira que não tem como descrever.

Quero saber da experiência de vocês depois. 
E agora? Para onde irei?

Beijo, beijo, beijo
Carol Rossetto


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