Como eu já disse por aqui anteriormente, tudo se torna um hábito. E tudo me frustra muito. Sabe porquê? As pessoas fazem tudo iguais. Sigo muitos blogueiros de viagem e é sempre a mesma coisa: as mesmas fotos, tiradas no mesmo ângulo, os mesmos bares, os mesmos lugares, o mesmo tudo e as mesmas opiniões. São incapazes de mostrar algo além do que já foi mostrado.
Meu Deus, quando eu for para esse mundão, nem imagino o que pode acontecer. Não sou melhor do que ninguém, claro. Mas, desde pequena, nunca me enquadrei em grupo nenhum e se antes eu sofria, hoje eu me orgulho.
Vamos buscar o novo, o diferente e o irreal. Vamos peregrinar e não apenas ser turistas. Vale a pena enxergar dessa maneira.
Eu garanto. Não vamos ser tão vazios.
Tudo isso por que eu acho que as pessoas tem uma preguiça gigantesca de procurar por coisas novas. Sério.
Quando alguém me diz que São Paulo não tem verde, eu logo penso que se a pessoa se enfiar o dia inteiro em um shopping, óbvio que não vai encontrar. E posso dizer, São Paulo não é tãããããão de pedra assim. Por isso que é bom andar, caminhar, reparar em detalhes e ver coisas encontradas por você mesmo.
Tudo isso por causa de um lugar lindíssimo, diferente e provavelmente não está incluso em cartões portais de São Paulo.
Mas, quem foi o Miguelzinho? Ele só foi o responsável pela revolução óptica após os anos 1970. Aos 13 anos, teve seu primeiro emprego como office boy em uma ótica famosa no centro da cidade e aos 18 aos, já sabia tudo sobre lentes, armações, óculos e etc... Aos 23 anos, fundou sua ótica própria, a "Ótica Fiore & Miguel" com seu amigo mestre em montagem de óculos.
Conforme o movimento da loja crescia, preocupava a falta de dinheiro e falta de capital para aumentar o estoque de óculos. Miguel, pensou e pensou e resolveu fazer armações convencionais em peças exclusivas. Óbvio que foi um sucesso. Na época, foi o único a trabalhar com peças artesanais. Ele fazia os óculos de acordo com o rosto de cada cliente. Atendimento personalizado que chama, né?
E assim, foi referência no Exterior e foi ganhando muitos óculos, que criou o seu acervo particular. Hoje são mais de 700 peças expostas de diversas partes do mundo.
A loja/museu fica em um casarão lindíssimo, azul e branco, construído em 1918 e é tombado pelo Patrimônio Histórico.
Ali também é um ponto comercial. A ótica fica no térreo e o museu fica no 1o andar.
Foi nesse século que as primeiras lentes corretivas surgiram, feitas com pedra semi preciosas para garantir que as pessoas enxergassem de perto. Tudo isso, devemos agradecer a um matemático árabe que formulou uma teoria sobre a luz em espelhos periféricos e como tudo isso reagia no olho humano.
Admiro o povo de exatas. Sempre funcionais e brilhantes, mas nunca divertidos como o povo de Humanas.
O que poucos sabiam, era que óculos e suas lentes eram utilizadas para a correção de deformações ópticas. Muitas vezes, eles eram usados apenas por status e acessórios. Acho que é assim até hoje. Vejo pessoas que usam só as hastes, sem a lente. Ainda não entendo muito bem o motivo, mas enfim... acho que estou velha demais para entender. Velha, chata e reclamona.
No Brasil, os óculos chegaram por aqui só no século XVI, com a chegada dos portugueses. Os jesuítas utilizavam muito, funcionários da colônia, homens letrados e colonos cheios da grana.
Em relatos muitos antigos, o filósofo chinês, Confúcio, já falava dos óculos, no ano 500 a.C, mas apenas como um acessório normal e não corretivo. As lentes eram de vidro, mas não possuíam grau.
Os óculos modernos, surgiram um pouco antes de 1300, na Europa e só em 1785, Benjamin Franklin , inventou os óculos bifocais, possibilitando enxergar de longe e de perto, em um único modelo.
Quem diria que óculos tem tanta história para contar?
Além disso, também estão expostas, máquinas antigas para medir grau, diversos graus de lente e óculos utilizados por famosos como: Elis Regina, Jô Soares, Rita Lee e alguns curiosos como o óculos-toldo adquirido na Itália.
Vamos agradecê-lo por proporcionar essa viagem a história do óculos de uma maneira tão rica, inusitada e diferente.
Ele homenageou a sua mãe como parte do nome do museu - Gioconda Giannini e é o único museu dedicado ao óculos na América Latina. Eu não sei do mundo, mas prometo pesquisar.
O lugar é bem pequeno, mas ficamos 1 hora lá, mais ou menos. Sim, eu sou dessas. Gosto de absorver tudo.
Bom, como eu relatei aqui, eu amei o Museu do Óculos. Para quem é curioso, gosta de pesquisar sobre diversos assuntos, vai amar passar um tempinho em um casarão antigo e lindíssimo. O assunto é bem peculiar, mas será uma tarde maravilhosa, absorvendo curiosidades que você nunca imaginou. E se fosse chato, com certeza, eu falaria.
Ah, e repare na Casa Árvore logo em frente do Museu. É muito diferente também.
Telefone: 11 3149 4000
Site do Estabelecimento: http://www.miguelgiannini.com.br
Horário de Funcionamento: Segundas-feiras às Sextas-Feiras: Das 9h00 às 18h00 // Sábados: 09h00 às 13h00 // Domingos: NÃO FUNCIONA
ENTRADA GRATUITA
Bom, andarilhos. Acho que é isso. Aproveite o diferente e curta coisas inusitadas. O Museu do Óculos vale a sua visita.
Vão e depois, voltem aqui para me dizer o que acharam. Estou esperando por vocês.
Beijos e até sábado.
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