quinta-feira, 8 de março de 2018

#105 MUSEU DO RELÓGIO

Olá, andarilhos mais lindos do mundo inteiro. Tudo bem com vocês? Já estão se programando para o final de semana? Eu ainda não tenho ideia do que vou fazer, mas essa é a graça. Me perder por aí.

Eu sempre falo que a intenção por aqui é divulgar os lugares mais diferentes possíveis. Eu acredito que as pessoas são influenciáveis, sim. Tanto para o bem quanto para o mal. Ter estudado Rádio & TV me fez entender que as mídias e suas diversas plataformas tem um alto poder de convencimento. Isso é perigoso, se for feito de maneira errada. Tudo isso por que eu acho que tudo é uma questão de hábito. Leitura, comida, música e inclusive passeios. O povo é um pouco preguiçoso. Se não tiver a TV, a Internet, o jornal ou o rádio, mandando fazerem algo, ninguém faz. A mídia manda você gostar da Anitta, por exemplo. E claro, obedecemos. A TV fala que a febre amarela mata. É óbvio que mata, mas de que forma tudo isso é anunciado, é potencializado por 10. É a busca pelo exagero, escândalo, espetáculo e o medo.
Como eu disse acima, tudo é uma questão de hábito. Meses atrás, vi uma matéria na TV Globo que ninguém ia a museus e que muitos museus brasileiros estavam fechando por falta de público. Como nunca vi programas específicos dizendo que tal museu é bom, é claro que o público não enxerga esse alcance. Como vamos a tal lugar se não temos ideia de que ele existe?

Fico feliz que a cada vez mais descubro lugares novos, diferentes e legais. Eu procuro por isso e amo um museu. Como eu sempre falo: pontos turísticos terão seus lugarezinhos aqui, mas o que faz mesmo o meu coração feliz é o inusitado, o exótico e aquilo que geralmente, pouca gente pensa em fazer.

Como diz o Lulu Santos: "vamos nos permitir". Dê espaço ao novo. Adquira o hábito de buscar novos caminhos. Saia da sua rota. Ser culto é tão sexy.

Tudo isso porque eu tinha visto um museu muito diferente alguns meses atrás. Falei com o andarilho que, pobre coitado, sempre embarca nas minhas loucuras e pirou também com o fato de ver o que a gente iria ver.
Vamos conhecer o MUSEU DO RELÓGIO.

Relógio. Tempo. Eu sempre tive medo de relógio. Acho que seja por isso que eu não use. O tempo é cruel, mesquinho e às vezes libertador. Por isso, tenho medo. Ele é qualquer coisa. Completamente indefinido e eu não gosto muito disso.
Cheguei ao Museu do Relógio pensando que iria ver apenas uma coleção de vários modelos e de todos os lugares do mundo. E não, não é apenas mais uma coleção de alguma coisa.
Mas, vamos lá.


O Museu do Relógio - Professor Dimas de Melo Pimenta é um museu brasileiro e o único da América Latina a mostrar a evolução histórica e técnica do relógio, a partir do tempo.
Ele foi fundado em 1975, pelo professor Dimas de Melo Pimenta que também era um colecionador. Seu primeiro relógio foi de prata e de bolso, comprado na cidade de Aparecida em São Paulo, em 1950. Foi a partir daí que ele iniciou a sua coleção.
Dimas começou a trabalhar com relógios em 1936 como auxiliar em uma empresa que fabricava relógios e telefones e foi no final desse ano que começou a esboçar os primeiros desenhos. Ele, trabalhando na fábrica e com um interesse grande por relógios, continuou estudando. Acho que ele era meio nerd: estudou ciências contábeis, engenharia civil e se aperfeiçoou em engenharia industrial e só em 1958 que ele conseguiu o título de professor relojoeiro pela Secretaria da Educação.

E foi na época da 2a Guerra Mundial, aos 23 anos, junto com sua família, que sua empresa começava a nascer. Foi um início modesto, em um pequeno armazém, com 15 pessoas trabalhando para ele e foi fabricando relógios bem diferentes que surgiu o interesse do Ministério da Fazenda para fazer relógios industriais.
Sua vida foi dedicada a esses relógios do qual ele tinha um imenso carinho e que no futuro, seria herdado de pai para filho. Ou seja, o filho também ama esses tic-tac.
E assim, ele fundou o primeiro instituto de brasileiro de relojoaria do qual foi presidente e que levou a abrir a primeira escola de relojoaria do Brasil.
O Museu, que não é um Museu de fato e sim, uma empresa comercial, é tão importante que abastece 70% do mercado interno de relógios comerciais e industriais,  além de exportá-los para Europa, Ásia, América e Oceania.

O museu conta com um vasto acervo. Pelo menos, a nossa vista, são mais de 800 peças de sua coleção individual. Alguns, também foram de doação por pessoas com o mesmo interesse pela relojoaria.

Acredito que esse passeio só fara sentido se você optar pelo guia, o André Luis, que é historiador e pesquisador sobre a área.
Chegamos lá, achando que veríamos um monte de relógio junto e que seria nada mais, nada menos, do que apenas uma coleção que o dono resolveu mostrar. A mesma coisa se eu quisesse exibir meus gibis da Turma da Mônica que somam mais de 5000.
Na verdade, foi uma grata viagem ao tempo, onde conversamos sobre história, geografia, química, física, astronomia, sobre a vida e quanto o tempo foi realmente importante para a medição de tudo. Mesmo quando ainda não existia ampulheta. Não que eu ame esses assuntos, mas contado do jeito certo e com quem sabe, tudo fica realmente especial.
O cara nos deu uma verdadeira aula e sinceramente, fiquei uns dois dias pensando e digerindo tudo aquilo que eu ouvi. Vá preparado; é muita informação.
A visita estava programada para durar apenas 1 hora. Perdemos a noção do tempo e ficamos quase 2 horas. Eu pergunto tudo. Sou muito curiosa e tudo eu quero saber.
Os relógios são mesmo muito lindos. Eu teria orgulho de ver todos fazendo tic tac juntos. Se prepare para ver o relógio atômico que se baseia na propriedade do átomo. Quase nunca ele atrasa, só uma vez a cada 200 anos, em pelo menos 1 segundo. Esse foi um presente da segunda imperatriz do Brasil no século XIX.
Dê muita risada com o relógio cafeteira que é a coisa mais fofa desse mundo. Fique chocado com a ampulheta d'agua. Eu nem sabia que isso existia.
Uma coisa que eu gosto muito são os relógios de bolso. Tem de inúmeros formatos e tamanhos. Acho chique. Sempre quis ter um. E acho que o meu preferido é o relógio gramofone.
Enfim, é uma verdadeira viagem no tempo ( literalmente ) e eu soube como o tempo sempre foi tão influenciador desde que o mundo é mundo.
É possível encontrar cucos de origem europeia e os primeiros modelos de relógio de ponto.

Enfim, é um passeio inusitado, diferente e que eu curti muito. Acho que foi mais legal por causa do guia que nos explicou de uma maneira tão legal. Se fosse aquela coisa didática, tenho certeza que ia ser a coisa mais cansativa do mundo.
Se prepare uns dias antes e ligue para agendar a sua visita.

Outra coisa muito linda é a sala de espera. Um relógio gigantesco te saúda e te convida a entrar. O café de lá também é muito bom.

Endereço: Avenida Mofarrej, 840 - Estação CEASA de trem - Vila Leopoldina
Telefone: 11 3646 4000 - Visitas guiadas com o monitor devem ser agendadas com pelo menos 1 dia de antecedência
Horário de Funcionamento: Segundas as Sextas-feiras: Das 8h00 às 17h00 - NÃO FUNCIONA nos FINS DE SEMANA.
ENTRADA GRATUITA
Acesso livre para deficientes
Site do   

estabelecimento: http://www.dimep.com.br/museu/

Então, é isso, andarilhos. Espero que vocês curtam o passeio do mesmo jeito que eu curti. Experiências diferentes são sempre válidas. E como para mim, o passeio começa antes mesmo da chegada, preste atenção no caminho até lá. As ruas são bem bonitinhas.
Faça algo diferente e mergulhe nesse assunto que até, então, não sabia que era tão legal. Tire o dia para saber de relógios. Saia da rotina. Museus são questão de hábito, igual leitura ou tomar água. Adquira, abra a sua mente e descubra um mundo inovador.
Depois voltem aqui e me contem se gostaram ou não, ok?

Beijos, beijos, beijos!







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