quarta-feira, 28 de março de 2018

#111 CENTRO CULTURAL SÃO PAULO


Hello, andarilhos. Tudo bem com vocês? Feriado chegando e o que vocês vão fazer? Bora curtir?


Eu sempre disse por aqui que a ideia era não mostrar pontos turísticos. Mas, por mais que eu tentasse ou não quisesse, isso era uma missão impossível. Se os turistas querem conhecer São Paulo, será através desses pontos turísticos que eles encontram pela Internet. É aí que esses turistas precisam conhecer pessoas que pensam fora da casinha, para leva-los a lugares realmente diferentes e fora da mídia. E o blog está aqui para ajudar.



Entendam, nada contra pontos turísticos. Eles precisam existir para que a cidade tenha uma espécie de identidade. Só que não podemos esquecer o que não é tão popular. Às vezes, perdemos coisas incríveis por nos deixarmos levar pelo o que a maioria fala e muitas vezes, vamos comer sempre nos mesmos lugares, indo nas mesmas coisas e vamos nos repetindo. Tudo se torna tão cíclico e fechado. Vamos treinar nossos olhos para o invisível. É um exercício tão legal!
O lugar de hoje é muito frequentado e um grandes pontos turísticos de São Paulo. E também um dos meus lugares preferidos por aqui. Sabem porquê? Simplesmente, por que ali se respira arte e reúne gente culta e inteligente.

Já que é feriado amanhã, que tal passar uma tarde no CENTRO CULTURAL SÃO PAULO ou CENTRO CULTURAL VERGUEIRO?



O Centro Cultural São Paulo, acredito que seja, o principal espaço cultural da nossa cidade. Talvez, por se localizar no Centro de São Paulo e ser um reduto para os amantes das artes, por concentrar: cinema, biblioteca, teatro, espaço para exposições e danças, além de ser um lugar super legal para estudar. Se eu ainda gostasse de fazer listas e me mandassem fazer a impossível missão de escolher os 20 melhores lugares de São Paulo, talvez o Centro Cultural estivesse no meu top 20.
A história do Centro Cultural começa na década de 1970, quando o terreno de aproximadamente 300 mil metros, foi cedido para a prefeitura, devido as desapropriações dos espaços em volta e da construção do Metrô Vergueiro que fica coladinho. Saiu das catracas, entrou no Centro.

Em 1973, a administração do Prefeito daquela época, idealizava o "Projeto Vergueiro" para promover a urbanização do local e com o terreno que é gigantesco, seria construído um complexo de escritórios, um shopping center e uma grande biblioteca pública. O tempo total para essa construção seria de 5 anos. Graças aos Céus, que esse shopping não foi para a frente.


Com a mudança de governo, o projeto foi alterado, restando a alternativa de se construir uma biblioteca pública que seria a ampliação da biblioteca Mário de Andrade ( espero um dia falar dela por aqui, ela é absurdamente linda, mas vamos com calma).

Com a mudança de governo novamente e olhando o projeto com mais calma, o prefeito Reynaldo de Barros decidiu que deixar apenas uma biblioteca por ali, não seria tão interessante. Era grande demais para ficar só nos livros. Então, foi decidido que ali abrigaria tudo e mais um pouco, relacionado a cultura, lazer e arte.

Obviamente, que a biblioteca existe. Ocupa 9.000 m² e abriga 6 bibliotecas temáticas em seu interior. Acho que é minha parte favorita. Posso ficar horas ali e perder a noção de tempo e espaço.



  • Biblioteca Sergio Millet ( Livros de todos os tipos de história );
  • Biblioteca Alfredo Volpi ( Catálogo de livros de fotografia, arquitetura e artes plásticas );
  • Gibiteca Henfil ( que além de oferecer diversos gibis antigos, promove oficinas e palestras de quadrinhos. Aliás, esse foi um dos primeiros lugares que eu levei o meu andarilho quando começamos a namorar. Ele mal saía, mal conhecia São Paulo na época. Ele pirou com a quantidade de gibis que tem ali).
  • Biblioteca Louis Braille ( acessível para deficiente visuais e auditivos - contêm audiolivros e livros em braile e toda a tecnologia necessária para eles, com dificuldades visuais e sonoras.)
  • Sala de Leitura ( um arquivo de multimeios sobre a arte contemporânea brasileira )
  • Coleção de Arte da Cidade ( que contém obras da grande artista, Tarsila do Amaral ).
No momento, a biblioteca está em greve e fechada, infelizmente. Com esses nossos políticos, fazer greve é a melhor maneira de dizer onde o nosso calo está apertando. Acredito que é válido e que é preciso lutar pelo o que se acredita.
Mas, enfim... enquanto a biblioteca está fechada, dá para visitar e fazer muitas outras coisas por ali.

Bom, continuando... o Centro Cultural começou a ser construído nos últimos anos da ditadura militar no Brasil. Apesar do medo e com ressalvas, os idealizadores disseram em entrevistas na época que ficavam de prontidão, já esperando que fossem impedidos de fazer alguma coisa mais diferentona ou fora dos padrões da censura. Deus me livre, viver dessa forma.

O projeto foi muito discutido pela mídia, pois não havia ideias dessa forma naquela época. Não havia a junção dessa multicultura em um lugar só. Era uma coisa nova chegando e sua construção, por ser moderna demais, tinha muitas inovações arquitetônicas e que tinha muitos erros, que foram devidamente consertados.
E então, depois de 2 anos, dez meses e um dia, o Centro Cultural foi finalmente inaugurado em 13 de maio de 1982. Entre convidados, participantes e a população em geral, todos eles percorreram cada cantinho do edifício e ainda puderam contemplar as apresentações musicais do Coral Paulistano, junto com a grande maestro João Carlos Martins. Quem não conhece a sua história, vale a pena dar uma pesquisada. É linda. E também tem o filme com o maravilhoso ator, Alexandre Nero. Pesquisem!

Em 1982, São Paulo possuía só 8,2 milhões de habitantes. A  maioria delas viviam em regiões na periferia e não tinham acesso a cultura. Uma das missões do Centro Cultural era agregar tudo e todos para que todos tivessem espaço e acesso. Queriam mostrar que igualdade e cultura são feitas a partir dessas diferenças.
Gente, esse pensamento é lindo demais. Unir pessoas para fazer arte, não importa de que jeito. Pena que brasileiro ficou tão moralista, retrógrado e tradicionalista. O país do Carnaval está ficando com o pensamento tão xiita. É muito contrassenso.

O Centro Cultural São Paulo possui um programa de livre acesso, onde cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida podem frequentar normalmente, que os funcionários tem treinamento espacial para ajudá-los.

Um lugar que eu sempre quis ver, mas só consegui nessa última vez que eu fui, era o jardim. Como eu sempre digo, quando a expectativa é muito grande, a chance de ter uma decepção é gigantesca e foi o que aconteceu. Poderia ter flores, mais árvores ou mais coisas. Tudo bem, que existe uma hortinha comunitária e que se caso, você quiser ser voluntário, os encontros acontecem todo domingo, às 09h00 da manhã, mas ela fica em um canto pequeno. Ah, não é que é ruim. Imaginei outra coisa. Minha cabeça sempre viaja muito além do que pode ser.

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 - Metrô Vergueiro ou Paraíso - Linha Azul do Metrô
Telefone: 11 33974000
Horários de Funcionamento: São vários horários de funcionamento. Se liguem no site: http://centrocultural.sp.gov.br/site/visite/calendario-2018/
E-mail: ccsp@prefeitura.sp.gov.br
POSSUI BICICLETÁRIO





Então, é isso andarilhos. O Centro Cultural São Paulo é um ótimo passeio para ver que a arte ali realmente pulsa. É muito bom ver pessoas se reunindo para dançar, contar histórias, fazer teatro, gravar alguma coisa ou ir a exposições. Eu sempre digo que só a arte e educação para nos salvar de uma sociedade doente e hipócrita. Só a arte consegue fazer com que o ser humano desenvolva seu lado crítico. Vamos nos abrir para esse mundo. É um caminho sem volta, mas é o caminho mais maravilhoso que alguém pode escolher na vida.
Pegue seus amigos, seu amor, vá sozinho, aproveite, tome um cafezinho por lá e divirta-se! Depois, me contem o que acharam.

Um ótimo feriado a vocês!

Beijos! Beijos! Beijos!







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