quinta-feira, 28 de novembro de 2019

#285 CASA DO SERTANISTA: UMA VIAGEM NO TEMPO PELA ARQUITETURA BANDEIRANTE DE SÃO PAULO

Hello, andarilhos. Tudo bem? Muito bom ter vocês por aqui.


São Paulo me surpreende todos os dias e todos os dias eu me reapaixono por ela. Sim, essa cidade não me decepciona. NUNCA!

Quem me acompanha por aqui, sabe que eu descobri que existe mais de 100 sítios arqueológicos aqui em São Paulo e que toda vez que eu vou em algum, sinto vontade de escavar a minha casa para ver o que eu encontro.

Desses 100, apenas 17 são oficiais e que são mantidos pelo MUSEU DA CIDADE e desses 17, falta apenas 1 para completar a minha visita de todos esses lugares icônicos e históricos, que é a Capela do Morumbi.
Estou ansiosa!

E, sem mais demoras, vamos conhecer o penúltimo da minha lista? Que tal a CASA DO SERTANISTA?

Como bem sabemos, São Paulo já foi rural e se tornou importante por causa do café. E com isso, essas casinhas coloniais à base de taipa de pilão ( barro, areia e argila ) eram comuns e por incrível que pareça. resistentes. Tanto que as que sobraram, duram até hoje. Claro que com cuidado, carinho e restauro tudo sempre vai bem.

A construção da casa é de origem desconhecida, mas pelo alpendre e pelas telhas, foram encontrados a inscrição do ano de 1843 ( existe bem mais antigas do que essa por aí).

E, segundo pesquisas e os poucos documentos encontrados, descobriram que um dos primeiros donos da casinha foi o padre jesuíta, Belquior de Pontes, que durante 40 anos foi destaque na colonização e e catequese em várias regiões do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná e de grandes aldeias indígenas que futuramente, se tornariam cidades.

É mais um daqueles que não deixava o povo com sua religião em paz.

Depois do padre, vários bandeiristas foram donos da casa. Curiosamente, a casa está localizada em um ponto alto do bairro. Esse era um costume desse povo. Pois, geralmente, essas construções, ficavam perto de córregos e estradas, pois eles viajavam muito. No caso aqui, essa casa tinha o córrego Pirajuçara ao seu lado, pois era dessa forma, dentro dágua, que os bandeirantes se locomoviam. Era melhor e mais rápido, pois a casa também era usada estrategicamente para fins militares.

Pois bem,diversas famílias moraram por ali, a Família Beu e Família Penteado que foram muito importantes. Mas, importante mesmo foi quem comprou a casa depois desse povo todo.

Foi a Companhia City Melhoramentos. E lembram de quem é? A mesma pessoa que morou na casa que hoje é a CASA DE CULTURA HIP HOP - CIDADE TIRADENTES e mesmo doido que fundou a cidade de Caieiras.
Pense em um ser humano possuído? Era ele.

Até que ele entendeu que essa casa poderia ser algo importante no futuro e vendeu o patrimônio para o  município em 1958 e que recebeu uma restauração feita de alvenaria e tijolos em 1966.

E aí, a partir de 1970, a casa passou a ter esse nome " Museu do Sertanista" que recebeu um grande acervo indígena durante 17 anos.
Depois disso, viu-se a necessidade de um novo restauro e em 2000, abrigou o Museu do Folclore que infelizmente, não consegui visitar e de novo, foi fechada para a retirada de cupins e drenagem de águas pluviais.

E, finalmente, em 2016, a casa foi reaberta para a visitação do público, com um jardim incrível que 200 anos antes, foi muito usado para plantação de milho, arroz e trigo.

É uma casa lindíssima e que por enquanto, não tem exposições nela. Apenas um breve histórico em um dos cômodos e uma mini livraria na varanda.

De resto, é apenas curtir, relaxar, meditar e tirar fotos lindíssimas do jeito que a sua imaginação permitir. Deu para ficar uma horinha ali em um lugar extremamente rico e que resgata a história paulistana.
A única coisa que poderia ter em todas as casas, seria mais itens expostos, como o Sítio Morrinhos tem. Sei lá, para não ficar tão vazio e dar munição para pessoas maldosas reclamarem que museu é chato e entediante.
E volta e meia tem alguma expo, evento ou programação legal. É só ficar ligado no site.

Curtiu?

Endereço: Praça Ênio Barbatti, s/n - Caxingui / Morumbi
Telefone: 113726-6348
Horários: Terças-Feiras aos Domingos: Das 09h00 às 17h00 // Segundas-Feiras: FECHADO
SITE: MUSEU DA CIDADE
E-mail:museudacidade@prefeitura.gov.br
SEM ESTACIONAMENTO
POSSUI WI-FI
GRATUITO

That's all, andarilhos! É muito bom visitar esses lugares e saber que de certa forma, eu faço parte da história. Aliás, todos fazemos, não é verdade?

Beijos sertanistas e até sábado!


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