quinta-feira, 31 de agosto de 2017

#60 PRAÇA DA REPÚBLICA

Andarilhos do meu coração, vocês estão bem? Já estão se preparando para o feriado?


É muito bom ficar sem fazer nada. Com essa rotina doida que somos obrigados a enfrentar; o stress, o cansaço, a estafa e o mal humor predominam em nossa vida. E são nessas horas que precisamos olhar para dentro de nós mesmos, cuidar um pouco mais de nosso corpo, alma e mente, refrescar a memória e sair por aí perambulando pela nossa cidade que tem milhões de coisas a se fazer. Como eu sempre digo, ser um turista na nossa própria cidade é algo incrível. É nos conectar a ela e saber que de fato pertencemos a algum lugar é extremamente revigorante.
Não é preciso ter dinheiro para fazer algo do tipo, não é preciso ir para algum lugar distante para conseguir se reencontrar.
Esse ano resolvi olhar mais uma São Paulo que conversa, que sussurra para a gente e não prestamos atenção.

Quando eu digo que é muito bom ficar sem fazer nada, é simplesmente andar, andar e andar. Ir para uma praça talvez. Observar a rua, o movimento, as pessoas, tomar um sorvete no banco da praça, namorar ou ficar ali pelos arredores.

Falo tudo isso por causa de uma praça muito famosa que existe por aqui. Apresento a PRAÇA DA REPÚBLICA.

A praça da República é um dos cenários mais importantes de São Paulo. Bem no coração de São Paulo, recebe visitas diariamente de moradores e turistas.
E duas avenidas extremamente famosas e que já foram temas de música passam por ela: Avenida Ipiranga e São João. Conhecem a música "Alguma coisa acontece no meu coração..." do João Gilberto? Tenho certeza que sim...

Ali é recheado de história. Antigamente, conhecida como o Largo do Curros ( não entendi o nome ) durante o século XIX, os paulistanos da época se reuniam para ver touradas. Como ainda era um bairro afastado, abrigava um hospital para portadores de varíola.
Ela teve vários nomes como Largo da Palha, Largo 7 de Abril e Praça das Milícias. Só após a Proclamação da República foi nomeada como conhecemos hoje.
Logo, no século XX, teve a sua primeira reforma e foi revitalizada através de inspiração de praças europeias. Quase não mudou de lá para cá.
Se a praça falasse, contaria muitos segredos de manifestações que ela recebe desde sempre; a mais famosa delas e que nos deu um feriado de presente debaixo de muito sangue, foi a Revolução Constitucionalista de 1932, onde quatro jovens lutaram contra a ditadura da Era Vargas e foram recebidos a balas, morrendo em seguindo e se tornando mártires.
Tem o Memorial de 32 ali, perto do Ibirapuera. Espero visitar ali em breve. Estou louca para conhecer.

Outro ponto muito alto da praça, é a feirinha que rola aos domingos e que existe desde 1956. Muito famosa e muito frequentada por pessoas de diversas tribos, vende tudo aquilo que precisamos e não precisamos. Todo tipo de bugiganga e quinquilharia existentes, se encontram ali.
Essa feira é maravilhosa. Os artesãos são fantásticos. Tem absolutamente de tudo: de bijouterias a roupas, de quadros a comidas, de objetos de decoração a artigos esotéricos.
Eu fui ali apenas uma vez. Como a feira começa bem cedo, às 8h00 da manhã, dificilmente alguém achará a Carol de manhã, principalmente do domingo, fazendo alguma coisa. Meu dia começa bem depois das 10h00. Só se eu for obrigada a fazer alguma coisa.
Enfim, fui uma vez ali comprar uma moldura de quadro, na época em que minha mãe achava que era a reencarnação do Picasso. Depois, ela parou de pintar. O que eu acho bem triste. Espero que um dia ela volte. Era muito bom ver os quadros delas espalhados pela casa.
Houve uma época que tentaram extinguir com a feira. O prefeito daquela época ( não vou dizer o nome, vale a pena a pesquisa) proibiu, mas graças a pessoas inteligentes, isso não foi possível. Ponto para a arte, para liberdade de escolha e de expressão. E hoje é considerado patrimônio turístico de São Paulo e destino obrigatório para turistas que chegam por aqui.
Além de tudo isso, é onde fica a sede atual da Secretaria de Educação do Estado de SP. Esse prédio lindíssimo na foto acima.

É isso, meus andarilhos. A Praça da República é recheada de história, além de ser linda. Caso não queira ficar por ali, tem muitas coisas para se fazer nos arredores: tem o Habbibs, o McDonalds, bares e botecos ( tem um bar que os azulejos são amarelos. Os bar inteiro é amarelo. Eu preciso comer alguma coisa ali e falar dele por aqui. Eu preciso mostrar essa lanchonete para vocês ). Tem o famoso Bar Brahma que toca samba, o famoso Cine Marabá ( que é meu cinema favorito da vida inteira ), o hotel do lado ( amo aquele hotel e ficar olhando o relógio imenso do lado de fora. Sim, eu viajo olhando aquele relógio), bancas de jornais, a Galeria do Rock, enfim... uma infinidade de coisas.

É isso, desconecte-se um pouco, pegue o seu amor e vá ver a fonte. Pode até não jorrar água direito, mas quando estamos com quem a gente gosta, tudo é lindo, poético e romântico.
O único ponto triste é que vemos moradores de rua com frequência, resultado da nossa ganância, do nosso egoísmo e da nossa desigualdade que insistimos em falar que não existe. Espero, de coração, que um dia, isso melhore. Seria bom ver todo mundo feliz e bem.

Endereço: República, s/n - Metrô República
Horário da Feirinha: Aos domingos: Das 8h00 às 18h00 - Centro


Vão e contem como foi. Combinado? Espero por vocês. Para onde devo ir?

Love!
Carol Rossetto





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