sexta-feira, 3 de agosto de 2018

#148 RESERVA CULTURAL

Olá, andarilhos. Tudo bem? Um ótimo sábado para vocês! O que vão aprontar hoje?

Uma das coisas que eu mais amo na vida é cinema. Mais do que assistir, é entender todo o processo, como funciona, que nada está ali por acaso, entender de luz, câmera e ação. Assistir é só parte desse bolo de chocolate vulcânico.

Assim como a visita em sorveterias, ir ao cinema também tem todo um planejamento especial. Não gosto mais de ir nos que ficam dentro de shopping. Quando você pesquisa demais, acaba concentrando seu pensamento em coisas diferentes e a partir daí, novas conquistas se abrem. Tem um outro clima que só vivenciando para saber como é. E, com isso, acabo tendo o mesmo comportamento que o paulistano nas décadas de 1950 e 1960. Não existia shopping e ir assistir a um filme, era um grande evento. Infelizmente, nos dias atuais, existem 9 cinemas que resistem fora dos shoppings, além de centros culturais. Mas, pesquisas recentes, descobriram que o interesse por grandes centros comerciais está diminuindo e que daqui a poucos anos, novos cinemas serão inaugurados para dar uma nova revitalizada no Centro de São Paulo. É de dar pulos de alegria.
                       
Tudo isso para apresentar o RESERVA CULTURAL. Você conhece?

Para falar dele, precisamos voltar alguns anos de sua história. Em 23 de Maio de 1967, no prédio da TV Gazeta, foi inaugurado o Cine Gazetinha com um slogan bem metido, mas um metido do bem "Na avenida mais chic da metrópole que mais cresce no mundo... inaugurando o cinema mais moderno da Paulicéia" em jornais da época. Logo de cara, o filme de estreia dele, foi o romance francês "Um homem, uma mulher" do diretor Claude Lelouch. Como era de se esperar, o cinema lotou em seu primeiro dia e logo em seguida, filmes como "Embalos de Sábado à Noite" com o John Travolta no elenco e "A Primeira Noite de um Homem" foram grandes sucesso de bilheteria.

Como eu já relatei aqui, cinemas era uma grande febre até chegar os primeiros shoppings aqui na Capital. Com isso, a novidade foi crescendo, o grande público transformou os seus gostos, aliados pela sensação de segurança e, o interesse pelos cinemas de rua foi diminuindo, até o fechamento de algum deles na década de 1980. O último suspiro do Cine Gazetinha foi em 1999, com o clássico "Star Wars - Episódio I - a Ameaça Fantasma". Não conseguiu ser forte para combater a concorrência. E então morreu.

Mas, tudo mudou novamente quando um empresário francês, Jean- Thomas Bernardini, ligado em cultura e muito inteligente, resolveu ressuscitar o cinema lá em 2005.
Com um projeto intensamente inovador que contém quatro salas de cinema, uma bomboniere ( bem pequena para falar a verdade ), um café- boulangerie ( MANO, É PADOCA - SEMPRE SERÁ PADOCA) e uma livraria.
Nota: explicação para os gringos que leem o blog. Padoca é apelido de padaria ou boulangerie que os paulistanos deram. E sinceramente, padoca é mais charmoso. Sorry!

Sua programação é completamente voltada para filmes não hollywoodianos, voltado para o circuito nacional brasileiro, latino-americano, asiático e principalmente, europeus.
Semana passada, fui assistir "Egon Schiele - Morte e Delírio", um filme austríaco de 2016. É muito bom comparar Hollywood com essas produções. É tudo muito diferente ( enquadramentos, luz, fotografia, atuações, roteiro, técnica, direção...)  e ganhou prêmios nos diversos festivais que participou. A história é ótima. Caso queira assistir, vá sem preconceitos.

Assistimos a tudo isso, em quatro salas, com um som de altíssima qualidade, em 580 lugares dos quais, se pode escolher o lugar para sentar.
Não à toa, foi eleito durante 5 vezes consecutivas o melhor cinema por sua programação variada e independente.
Eles contam ainda com um Cartão Fidelidade, onde a cada dez ingressos comprados, se ganha um, além de receber novidades toda semana, com programações e eventos.
Ah, e para a galera cinéfila e da comunicação: são oferecidos cursos de cinema e roteiro ( são pagos, claro. Depois, confiram lá no site.)

Apesar de ter uma gastronomia toda requintada e com uma vista que dá para a Paulista, ali não vende pipoca.
MEU DEUS, COMO É QUE PODE UM CINEMA NÃO VENDER PIPOCA? Quando eu soube, não acreditei. Fiquei estarrecida. Sinceramente, eu não vou ao cinema para comer creme-bruleé ou tomar vinho. Eu vou para comer pipoca, Coca Cola e M&MS.
Tem um pipoqueiro do lado de fora, mas e no dia em que ele não tiver. Como faz? Fico sem?

Possui uma pequena livraria, a Blooks que eu já falei por aqui. Ela é pequena e apertada, mas os livros, CDS e DVDS são para os amantes da sétima arte.
Quem é leitor antigo do blog, sabe que eu não me dou muito bem em lugares apertados, então eu prefiro a Blooks do Shopping Frei Caneca que é a mesmíssima coisa e bem maior, com puffs.

Ali, também tem espaço para grandes eventos corporativos e lançamentos de filmes. Vai que um dia, você resolve ir e encontra atores conhecidos, não só nacionais como internacionais também?

O público que frequenta ali são pessoas bem mais velhas e de um nível mais abastado. Pelo que eu estava vendo, eu e o andarilho éramos as pessoas mais novas e olha que já passamos dos 30 faz um tempo. Mas, acredito que esse cinema não seja para uma galera mais alternativa. É mais para aquele idoso rico que sai com os amigos contando o que fez no iate dele no final de semana.

O cinema é legal, mas o Marabá ainda é o meu preferido. Não tem como não ser. Marabá é xodó, é vida, é lindo, aconchegante, vintage...

Endereço: Avenida Paulista, 900 - Metrô Trianon/Masp
Telefone: 11 3287 3529
Site: http://www.reservacultural.com.br/
Possui estacionamento
Horário de Funcionamento: Segundas-Feiras às Sextas-Feiras: 10h00 às 22h00 // Sábados: 10h00 às 00h00 // Domingos: 10h00 às 22h00.

Então é isso, andarilhos. Quem curte algo fora do circuito hollywoodiano e curte algo mais cult, essa é a pegada. Eu gosto de assistir um bom filme e fazia tempo que eu estava afim de conhecer o Reserva. Conheci, mas o Marabá e o Itaú Augusta continuam sendo minha paixão.
O bom é que depois você pode caminhar pela Avenida Paulista.
Ahhhh, Avenida Paulista. Você é tudo de bom.

Beijos cinéfilos e já chame aquele seu crush para ir ao cinema com você. Até quinta!











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